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terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Renne Fleming

Renée Fleming é aclamada internacionalmente como uma das vozes de soprano mais prodigiosas da actualidade. Vencedora de dois Grammy, a sua voz sensual, os seus dotes interpretativos e a sua versatilidade estilística captam o entusiasmo do público, tanto no palco como em disco.

Não se recusando a correr riscos no seu domínio, interpretou inúmeros papéis de ópera e estreou numerosas canções escritas para ela, ganhando o respeito dos seus colegas de profissão e o elogio da crítica, como uma das grandes artistas dos nossos dias.

Galardoada com numerosos prémios discográficos, incluindo dois Grammy em oito nomeações, Renée Fleming grava em exclusivo para a Decca desde 1995.

As realizações de Renée Fleming, no âmbito da sua actividade musical, têm sido reconhecidas internacionalmente através da atribuição de várias distinções, tendo, já em 2004, recebido o Classical Brits Award pela sua "Excepcional Contribuição para a Música". Em 2003, foi nomeada Membro Honorário da Royal Academy of Music, recebeu o Classical Brits Award para "Artista do Ano", e um doutoramento honorário da Juilliard School. Entre outros prémios e distinções, foi-lhe atribuído o grau de Comendador das Artes e das Letras da República Francesa (2002), recebeu o Gift of Music Award, atribuído pela Orquestra de St. Luke (2000), foi nomeada "Vocalista do Ano" pela Musical America (1997), e recebeu o primeiro Prémio Solti da Académie du Disque Lyrique (1996).

Renée Fleming estudou na Juilliard Scholl e obteve graus académicos da State University de Nova Iorque, e da Eastman School of Music. No início da sua carreira, venceu as Metropolitan Opera National Auditions, o Prémio Richard Tucker, o Prémio George London, o Grande Prémio do Concurso Internacional de Canto da Bélgica e uma bolsa Fulbright para estudar na Alemanha.

(texto adaptado daqui )

O primeiro vídeo é uma ária da ópera La Wally de Alfredo Catalani, chamada Ebben ne andro lontana.
para ouvir clicar aqui.
No segundo cantando um moteto de Mozart Exsultate, Jubilate K165
para ouvir clicar aqui
O terceito vídeo é a ária Vissi darte Vissi de amore da ópera Tosca
para ouvir clicar aqui


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Natalie Dessay

Numa qualquer competição actual sobre a melhor soprano dos nosso dias , para além da subjectividade do gosto de cada um, não pode deixar de se considerar o nome de Natalie Dessay

Francesa de nascimento, iniciou a sua carreira antes dos vinte anos, novíssima, se pensarmos que a voz atinge o seu potencial máximo por volta dos trinta e tal anos. Não tem sido uma carreira fácil, contudo, e foi já operada às cordas vocais por duas vezes e por duas vezes regressou triunfalmente. Tem já concertos marcados até... 2014.

Nasceu em Lyon em 1965 e o seu primeiro papel foi Barberine das Bodas de Figaro em 1989 e apresentou-se ao publico parisiense em 1992 cantando o papel de Olympia dos Contos de Hoffmann de Offenbach.

Para primeira apresentação pode ver-se cantado na Ópera a Filha do regimento de Donizetti, cantado a ária Salut a la France, clicar aqui

Numa ária da ópera de Massenet, Manon a ária Adieu notre petite table.
Cantado em Barcelona em 2007, clicar aqui

Finalmente da Ariadne auf Naxos de Richard Strauss na ária da Zarbinetta, clicar aqui

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Anna Netrebko

A 4ª soprano que escolhi para a selecção final da melhor soprano actual é Anna Netrebko. Quando alguém afirmar que a ópera é chata, cantada por gordas feias que só sabem gritar, apresentem-lhes Anna Netrebko, uma jovem soprano russa de 36 anos. É um produto técnico da Escola de São Petersburgo e do seu orientador vocal o maestro Valera Gergiev, que a descobriu quando começou a trabalhar lavando o chão do Teatro Mariinsky. Isto sim chama-se começar por baixo. Descobri este magnifico clip de Anna Netrebko cantando num Prom, com uma graciosidade espantosa (aproveitando o clima favorável desse concertos) um trecho duma opereta de Franz Lehar, "Giuditta" "Meine Lippen sie Kussen so heiss". Para ver esta delícia clicar aqui O segundo vídeo refere um concerto em São Petersburggo em 2003, cantando da Lucia de Lammermoor "Regnava nel silenzio"
Enquanto espera a chegada de Edgardo, Lucia relata como lhe apareceu um dia, entre as águas tingidas de sangue daquela fonte, uma jovem morta muitos anos atrás por ciúmes de um Ravenswood. Este recitativo dá entrada á primeira ária da soprano “Regnava nel silêncio”, de uma considerável dificuldade, pelos registos agudos, para conseguir efeitos que tendem a “desequilibrar” a melodia, justificado pelo próprio carácter desequilibrado de Lucia. Uma frases de Alisa(na ópera) separa a ária da cabaleta “Quando rapito in estasi”, de ritmo muito mais leve, que constitui uma demonstração do virtuosismo da intérprete, pois é neste parte que deve exibir o seu gosto na escolha das ornamentações vocais. Para ver clicar aqui O terceiro vídeo refere uma participação de Netrebko num filme sobre o Elixir do amor cantando aqui uma ária do primeiro acto chamada " Della crudele Isotta" Par ver clicar aqui

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Elisabete Matos

A terceira soprano a apresentar é a nossa Elisabete Matos. Sem qualquer ponta de nacionalismo, é merecida a nomeação da "La Matos", como ela é conhecida no meio operístico. Natural de Braga, foi bolseira da Fundação Gulbenkian para os seus estudos de canto e violino. Após a sua estreia na Ópera de Hamburgo, como Donna Elvira em Don Giovanni e Alice Ford em Falstaff, em 1997 participou na reabertura do Teatro Real de Madrid, contracenado com Plácido Domingo na estreia mundial de Divinas Palabras de Antón Garcia Abril, no papel de Marigaila. Placido Domingo convidou-a então a estrear-se na Ópera de Washington numa nova produção de Sly de Wolf Ferrari, tendo interpretado o papel de Dolly e contracenado com José Carreras. Voltaria a representar este papel no Teatro Régio de Turim, no Japão,com a Ópera de Washington e na Ópera de Roma, com Plácido Domingo. Cantar com estes parceiros e nos locais por onde passou, serve para atestar a sua qualidade e o seu merecimento, cujo palmarés pode ser revisto clicando aqui. O primeiro vídeo é referente a uma récita onde canta do papel de Leonora de Il Trovatore "Tacea la notte plácida" clicar aqui. Um interpretação muito interessante de Elisabete Matos cantando o papel de Jimena da ópera El Cid de Jules Massenet. Canta uma ária do terceiro acto uma ária de oração e súplica pela vitória dos exércitos de Dom Rodrigo (El Cid) que enfrentam os mouros. Clicar aqui. O terceiro vídeo é uma revelação inesperada pois não contava apanhar esta ária da Cavalleria rusticana de Mascagni, "voi lo sapete o mamma", cantado pela La Matos. Clicar aqui

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Angela Gheorghiu


Romena, nasceu a 7 de Setembro de 1965. Iniciou os seus estudos em Bucareste, formando-se em 1989.

Beneficiando da abertura do regime romeno, consegue estrear-se internacionalmente em 1992 no Covent Garden, (apenas 2 anos após a sua estreia absoluta),cantando a Zerlinda de Don Giovani.

Desde logo polémica atendendo a que havia recusado cantar a Mimi da Bhoeme, preferindo um papel mais simples. Ousadia de novata, mas que no mínimo requer algum valor para que a não tivessem mandado passear.

Um pouco prima donna (não é por acaso que o termo se usa), mantém o estilo, hoje mais exacerbado exactamente por ser famosa, mas tem uma voz maravilhosa.

Naturalmente que obteve êxito, caso contrário não teria sido possível actuações quer em Viena, quer em Nova Yorque. Em 1994, fez testes com Georg Solti para uma nova produção de La Traviata. Supõe-se que, após ouvi-la, o regente teria dito: "I was in tears. I had to go out. The girl is wonderful. She can do anything!" ("Eu caí em lágrimas. Precisava sair dali. Esta moça é maravilhosa. Ela pode fazer qualquer coisa!"). De fato, do dia para noite, sua primeira Violetta catapultou Gheorghiu para a fama. (Wikipédia) 

Classificada como soprano lírica mas atendendo a sua grande extensão de voz, ela tanto canta papéis como Manon de Messenet, ou a Mimi de Puccini típicos para do seu tipo de voz, como se aventura por papéis de coloratura como o de Violetta da Traviata, como alguns de lírico-spinto, como a Tosca, ou a Leonora do Trovador de Verdi.

Papéis estes mais exigentes em termos de voz mais densa, eventualmente menos extensa, mas de maior pujança sonora.mas a que ela se adapta maravilhosamente.

Casada com o tenor Robert Alagna, têm feito algum percurso juntos como é natural, quer em apresentações, quer em gravações destacando-se WertherMessenet e a Bohème de Puccini ambas em 1999.
O primeiro video refere uma Violetta cantada  em 2001

Como se sabe a Traviata é uma ópera de Verdi, cuja fonte do libreto é a Dama das Camélias de Alexandre Dumas.

Nesta ária do último acto, Violetta gravemente doente (tuberculosa), começa por ler uma carta enviada pelo pai de Alfredo, que arrependido de a ter convencido a abdicar do seu amor pelo filho, em nome do futuro da família, posto em causa pela má reputação de Violetta, lhe pede perdão, anunciando a chegada breve de Alfredo.

Violetta sabe que é tarde de mais e canta a famosa ária Addio del passato 





Outra ópera importante, para uma soprano lírica , é a Manon Lescaut de Puccino esta ária final "Sola, perduta, abbandonata que Manon canta antes de morrer exausta e miserável nos braços de des Grieux.

Angela Gheorghiu canta magnificamente no decorrer duma gravação desta ópera.





Gheorghiu em concerto, canta uma ária do segundo acto da Butterfly, também de Puccini, chamada "Un bel dì vedremo".

É a ária da ilusão, Butterfly acredita que Pinkerton o oficial americano com quem se julga casada e de quem tem um filho, vai voltar para o Japão.
Sonha com esse dia o dia em que vai ver um fumo aparecer nos confins do mar, aparecendo depois o navio branco que entrará no porto.
Ela diz que não vai ao seu encontro, ficará á espera dele não interessando as horas que esperar, até aparecer um homem ao longe será ele ? não será ?
Esconder-se-á um pouco para brincar um pouco para não morrer de alegria
Quando ele se aproximar que irá dizer, ? estará um pouco ansioso e chamar-lhe-á, "pequenita, minha pequenita esposa perfume de verbena, os nomes que sabia chamar-me.
Garante depois à sua dama de companhia que esse sonho será realidade.




sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Edita Gruberová

Ao pensar iniciar a votação para a soprano mais popular aqui no blogue, lembrei-me que seria mais interessante, a partir da selecção dos nomes que acho mais importantes, fazer uma breve apresentação de cada uma das candidatas e só depois disso apresentar a lista à votação.

A selecção já é difícil e a comparação entre elas ainda pior, porque as sopranos não são todas iguais, existem bastantes diferenças nas sua características que determinam afinal a escolha do próprio repertório.


Seria o mesmo que por exemplo, no futebol, afirmar que o jogador avançado A é melhor que o guarda-redes B.

Não é comparável ambos são jogadores de futebol, mas jogam em lugares diferentes. logo não comparáveis.


Não direi portanto, que esta votação pretenda determinar qual a melhor soprano ainda em actividade, apenas qual a que gostamos mais.


Posto isto inicio a apresentação por Edita Gruberová, uma fantástica soprano lírica de coloratura (aqui esta pois uma das sub-divisões par soprano).Gruberová nasceu em Bratislava na Eslováquia a 23 de Dezembro de 1946, filha de pais húngaros, mas com ascendência alemã. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Bratislava, estreando-se em 1968 na sua terra no papel de Rosina do Barbeiro de Sevilha, um dos papéis mais típicos para o repertório de coloratura.

No ano seguinte já cantava na ópera de Viena, a Rainha da noite um papel que ficou como uma das suas imagens de marca, da Flauta Mágica de Mozart. Êxito que viria a repetir em 1974, cantando esse papel no Metropolitan em Nova Iorque.Estreou-se na Royal Ópera House cantando Bellini em 1984.Outros papéis importantes foram a Gilda(Rigoletto), Lucia(Lucia de Lammermoor), Manon(Manon Lescault), Zerbinetta (Ariadne em Naxos). Canta Dona Anna de Don Giovanni de Mozart no Scala em 1987.Filma com Luciano Pavarotti o Rigoletto de Jean Pierre Ponnelle em 1981.Como não podia deixar de ser o primeiro vídeo de Gruberová refere uma apresentação da sua Rainha da Noite na Flauta Mágica, um das mais difíceis papéis da musica de ópera, embora pequeno.

Outra ária que seleccionei é a Spargi d'amaro pianto" de Lucia di Lammermoor. Num concerto de Edita Gruberova na Holanda Festival de Amsterdam em 24 de Junho de 2007.




Por último escolho uma ária do Rigoletto de Verdi, Caro nome, que bem pode considerar-se exemplar, por permitir às sopranos como Edita Gruberova de grande agilidade vocal mostrarem os seus dotes..

sábado, 20 de outubro de 2007

La Traviata

Acabei de assistir a uma apresentação de La Traviata de Verdi, bastante interessante, com o seguinte elenco principal Violetta Valéry-Agnieszka Bochenek-Osiecka(soprano) Alfredo Germont-Carlos Galvan(tenor) Giorgio Germont-Vítor Torres(barítono) Flora-Natália Rios(mezzo-soprano) Annina-Rosalva Mancilia Bernal(soprano) Encenação de Carlos Avilez e orquestra do Norte dirigida pelo maestro José Ferreira Lobo. Gostei bastante das actuações de Agnieszka Bochenek-Osiecka e dum magnífico Vítor Torres, que já me haviam entusiasmado na gala que referi no post anterior. Torres é um barítono argentino, que conta já com alguns prémios e desempenho em vários papéis para a sua voz nomeadamente o Conte di Luna(Trovador). Marcelo (La Bhoeme) ou no Rigoletto entre outras. Osiecka é polaca e canta como graduada desde o ano 2000, forte nos seus papéis de Violetta ou de Gilda do Rigoletto, que interpretou como solista principal do Teatro Nacional de Ostrava. Do novos e ainda pouco famosos não reza o You tube, mas já que se fala em La Traviata, duas pequenas notas. Para ver e ouvir Pavarotti e Sutherland cantarem o cartão de visita de La Traviata o famoso Brandisi clicar aqui. Fica a nota sentimental, para além do simplicidade deste dueto primário que toda a gente canta. Mas a grande Dame australiana foi provavelmente a principal impulsionadora da carreira de Luciano. (Não tivesse ele valor !!!) Noutro apontamento mais uma "descoberta" You tube minha (santa ignorância), esta jovem soprano americana de nome Elizabeth Futral, cantando a sequência final do 1º acto de Violetta, precisamente aquele tempo em que Verdi, "oferece" ao papel da protagonista, um conjunto de ornamentos vocais que exige uma verdadeira demonstração de virtuosismo que acalmará no decorrer dos actos seguinte, talvez a razão porque esta americana me entusiasmou. Para ver e ouvir clicar aqui

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Rusalka-Mesicku na nebi hlubokém(Canção á Lua)

Assisti hoje numa gala ao vivo, a uma actuação muito interessante duma soprano que não conhecia de nome Alexandra Wilson, que embora pelo nome não pareça é australiana.

Indaguei que a sua preferência vai para repertórios de óperas do séc. XX, tendo ganho em 2005 o prémio especial Richard Wagner, no concurso de Canto de Ravello, em Itália.

Curiosamente ouvia-a cantar o trecho da ópera de Dvorak, Rusalka o mesmo que consegui encontrar no You tube e que aqui apresento

Rusalka é uma ninfa filha do Génio das Águas, que sonha abandonar a imortalidade do mundo sobrenatural e tomar a forma a forma humana, adquirir uma alma, para que o seu amor pelo príncipe possa ser correspondido.

Neste canto à Lua,(cantado em checo) ela diz

Lua de prata no céu profundo
a tua luz vê terras distantes,
viajas por todo o vasto mundo,
vês as moradas humanas.
Lua detém-te por um momento,
diz-me onde está o meu bem amado
Diz-lhe lua prateada no céu
que o estreito em meus braços,
que por um instante, ao menos
se recorde de mim em seus sonhos,
Que por um instante, ao menos,
se recorde de mim em seus sonhos,
Ilumina a sua longínqua morada,
diz-lhe quem o está aqui esperando !
Ilumina a sua longínqua morada,
diz-lhe quem o está aqui esperando !
Se sonha comigo
que esta lembrança o acorde !
Lua, não desapareças, não desapareças !

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Para a competição da melhor mezzo actual

Todas no mesmo post, para ajudar à escolha

Cecilia Bartolli-Canzonetta spagnuola de Rossini





Agnes Baltsa-Nacqui all'affanno-La Cenerentola

<
Dolora Zajick -Innegiamo-Cavalleria rusticana



Olga Borodina-O Don Fatale-D.Carlos

sábado, 6 de outubro de 2007

Giuditta-Meine Lippen sie Kussen so heiss

Quando alguém afirmar que a ópera é chata, cantada por gordas feias que só sabem gritar, apresentem-lhes Anna Netrebko, uma jovem soprano russa de 36 anos.

No meu blogue Sindicato de Operários, vou iniciar a apresentação da ópera Elixir do Amor de Donizetti, onde espero apresentar alguns clips de árias, cantadas por esta bela soprano, que contradiz em absoluto esse lugar comum, das soprano gordas e feias ... pelo menos por enquanto.

É um produto técnico da Escola de São Petersburgo e do seu orientador vocal o maestro Valera Gergiev, que a descobriu quando começou a trabalhar lavando o chão do Teatro Mariinsky.

Isto sim chama-se começar por baixo.


Descobri este magnifico clip de Anna Netrebko cantando num Prom, com uma graciosidade espantosa (aproveitando o clima favorável desse concertos) um trecho duma opereta de Franz Lehar, "Giuditta"

"Meine Lippen sie Kussen so heiss".

Para ver esta delícia clicar aqui

Como acho que amar também é comparar, aproveito para incluir a interpretação do mesmo trecho, na voz doutra soprano também ela deliciosa a veterana Ileana Cotrubas, que em tempo publiquei no meu blogue Sindicato de Operários.

Para ouvir clicar aqui


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Requiem-Verdi-Libera me

Por ter acabado a recuperação do Requiem de Verdi no blog Sindicato de Operários, onde se pode acompanhar toda essa Missa.

Não resisto em colocar também aqui o final desse Requiem exactamente o Libera me, cantado por Leontyne Price e coro do Scala de Milão dirigidos por Von Karajan

Clicar aqui

Libera me, Domine, de morte aeterna,
in die illa tremenda,
quando coeli movendi sunt et terra.
Dum veneris judicare saeculum
per ignem.
Tremens factus sum ego, et timeo,
dum discussio venerit atque
ventura ira
quando coeli movendi sunt et terra.
Dies illa, dies irae, calamitatis et miseriae,
dies magna et amara valde.
Dum veneris judicare saeculum
per ignem.
Requiem aeternam dona eis, Domine
et lux perpetua luceat eis.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Ma rendi pur contento

Posta a questão há dias das minhas mezzo-soprano favoritas estarem retiradas, como Cossotto ou Simionato, ou falecidas como Fedora Barbier, perguntei-me e hoje, as que estão no activo, algumas no apogeu, o que dizer ? Já aqui apresentei Dolora Zajick e Olga Borodina para a eventualidade do título meramente lúdico( as coisas não são assim) de melhor mezzo da actualidade. Hoje trago a controversa Cecilia Bartoli , cantando um trecho de câmara de Bellini com letra de Pietro Metestasio e que diz assim : Ma rendi pur contento della mia bella il core, e ti perdono, amore, se lieto il mio non è. Gli affanni suoi pavento più degli affanni miei, perché più vivo in lei di quel ch'io vivo in me. Cecilia Bartoli é italiana nasceu em Roma e têm actualmente 41 anos. Como todas as pessoas com valor é controversa a sua qualidade. Ainda não há unanimidade acerca do seu valor, sendo considerada por alguns, um mero resultado promocional, mas no mundo da ópera será sempre assim. Por mim reservo-me ainda não ouvi o suficiente, mas tenho gostado. <

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Cavalleria Rusticana

Acabei a reconstrução que decidi iniciar no meu blog Sindicato de Operários de algumas óperas cujos vídeos tinha reunido,quando uma razia qualquer no You Tube destruiu muitos desse documentos.

Comecei pela Cavalleria Rusticana que já está minimamente estruturada, de modo a ser seguida, bastando respeitar-se a ordem das etiquetas .

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Cavalleria Rusticana-Ah lo vedi

Voltando à Cavalleria Rusticana, prometo dois documentos para arrepiar, em dois documentos diferentes Fiorenza Cossoto e Giulietta Simionato, no meu critério as duas maiores mezzo da história (talvez junte a Barbieri) da Ópera.

Cantam a mesma passagem, não por comparação, acho que é impossível fazê-lo, As duas ao mesmo tempo, apenas pelo deleite de ouvir aquelas duas maravilhas Cossoto fez 85 anos no dia 22 de Abril de 2020  e Simionatp morreu a poucos dias de fazer 100 anos em 2010

Turiddu é o amor de sempre de Santuzza, mas deixou-a por causa de Lola.

Entretanto ele foi para a tropa e quando voltou Lola tinha casado com um comerciante de nome Alfio, tendo contudo voltado a ser amante dele

A cena que antecede esta Lola aparece, quando Turiddu e Santuzza conversavam, mas Lola prefere deixá-los e ir para a Igreja.

Nesta sequência Turiddu começa por lhe perguntar "viste o que fizeste ? " recriminando-a por Lola se ter ido embora sem ele.


Santuzza implora-lhe que não o deixe." A tua Santuzza chora e implora-te
como podes rejeitar assim a tua Santuzza ?
Não Turiddu fica
fica mais um pouco
abandonar-me é o que queres ?"

Turiddu contesta"Porque me persegues, porque me espias
mesmo á entrada da igreja ?

Acabando por ser mais incisivo no repúdio ao dizer :"Vai-te embora repito
não me incomodes
é inútil lamentares-te depois da ofensa"

Atirando-a ao chão e dirigindo-se para a igreja, clamando"Dell ira tua nom mi curo"
"As tuas ameaças não me assustam"

Santuzza grita-lhe em final de dueto" A te la mala Pasqua. spergiuro !
Desejo-te uma má Pascoa, perjuro !



(Muito embora a Cavalleria Rusticana, não tenha árias com notas demasiado altas, o certo é que o papel de Santuzza foi escrito para voz soprano. Notável os desempenhos da Simionato, e da Cossoto na sua enorme capacidade de cantar maravilhosamente este papel.


Para ouvir o vídeo cantado por Fiorenza Cossoto e Plácido Domingo ;">Para ouvir Simionato e Angelo Laforese

domingo, 9 de setembro de 2007

Lucia di Lammermoor-Verrano a te sull aure

Da minha ópera favorita a Lucia di Lammermoor de Donizetti, destaco este dueto, com o qual finaliza o 1º acto desta ópera.

Destaco-a também por Luciano Pavarotti cantar com a Diva australiana Joan Sutherland, ambos há 35 anos no melhor das suas vozes.

Sem esquecer o quanto Luciano deveu à fantástica Dame, no lançamento da sua carreira.

Esta ópera de Donizetti estreada em 1835 em Nápoles, alcançou grande êxito logo desde a sua estreia, subindo à cena em Lisboa apenas 3 anos depois, bons tempos esses.

Lucia é um drama escocês e reflecte um amor impossível entre famílias que se odiavam e baseia-se num obra de Walter Scott The bride of Lammermoor.

Este dueto é precedido de outro momento que começá com a frase " Sul la tomba", para continuar com a ária que destaco.

Este dueto é de despedida Edgardo, que tem de partir para França, mas antes faz Lucia jurar-lhe fidelidade, trocando anéis de noivado como penhor de juramento perante o céu.

Neste espectáculo gravado em 1972 Pavarotti e Sutherland optam por cantar apenas esta última, Verrano a te sull aure

Ah, verrano a te sull aure, em forma de cabaleta, do dueto, em que canta primeiro o soprano, depois o tenor, para acabarem os dois junto

“Ah! Irão chegar-te com a brisa
os meus suspiros ardentes
ouvirás no murmúrio do mar
o eco dos meus lamentos
Sabendo que de gemidos
E de dor me alimento
Deixa que uma amarga lágrima
Tome sobre esta prova de amor!




quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Requiem-Verdi-Ingemisco

Requiem é uma missa cantada em memória de alguém que morreu.

Na parte final do Ingemisco canta-se

Dai-me lugar entre as ovelhas
e afastai-me dos bodes,
que eu me assente à Tua direita.

Amen, acrescento eu


Na homenagem que lhe faço, só podia conceber o próprio Pavarotti a cantar no seu Requiem.

Nenhum humano poderá substituír a VOZ

Para o ouvir há quarenta anos atrás sem barba e mais magro, cantando o Ingemisco do Requiem de Verdi (clicar aqui)

perceberá como foi único.

O coro celestial ficou mais rico e lá estará por certo, sentado à direita


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Il Trovatore-Misere d un alma giá vicina

Continua a mesma cena, da entrada anterior, ouvindo-se um coro de monges implorando a remissão dos pecados do condenado prestes a morrer "Misere d un alma giá vicina", que fazem Leonora que tremer com este cânticos "Estes sons, estas preces solenes e funestas enchem este ar de um terror sombrio A angustia que me assalta por completo disputa a minha boca e respiração e ao coração os batimentos" mas tem a alegria de ouvir a voz de Manrico dentro do castelo despedir-se da vida e do seu amor implorando-lhe que não o esqueça. Com o bom gosto bem verdiano, acontece uma passagem magnífica entre as vozes de Manrico, Leonora e os monges, onde se repetem as ideias já aqui descritas e que termina com mais uma caballetta de Leonora " Tu vedrai che amore in terra" onde diz Verás que amor nesta terra não existe mais forte que o meu venceu os destinos em dura guerra e vencerá a própria morte Ou com o preço da minha vida salvarei a tua ou contigo para sempre unida para o túmulo irei Na gravação audio Leontine Pryce e Plácido Domingo cantam Para ver o video cantado por Maria Callas (clicar aqui)

sábado, 1 de setembro de 2007

Il Trovatore-D amore sull ali rosee

O quarto e último acto deste quadro inicia-se junto á torre do palácio, onde Manrico está preso. Ruiz o seu fiel amigo traz Leonora até ali, dizendo-lhe que só ela pode salvar Manrico, pois este tinha sido capturado ao tentar salvar Azucena. Estando ambos encarcerados esperando a execução. Depois dum pequeno recitativo, onde Leonora diz que apesar de tudo está próxima do seu amado, enquanto lembra o seu amor, cantando uma das árias mais famosas desta ópera "D amor sull all rosee" onde diz Sobre as asas rosadas do amor vai, suspiro doloroso, e do infeliz prisioneiro conforta a tétrica mente Como um vento de esperança move-te pela sua cela e desperta-lhe as recordações dos nossos sonhos de amor ! Mas não lhe contes desprevenidamente as penas do meu coração" A gravação audio é interpretada por Leontyne Price Para ver o vídeo clicar aqui para ouvir a magistral Monserrat Caballé

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O mio babbino caro

Os últimos trabalhos de Puccini foram além da Turandot que não chegou a acabar, um t conjunto de 3 óperas curtas em um acto Il Tabarro, Suor Angélica, Gianni Schichi, esta última a única opera cómica de Puccini. Estrearam no Metropolitan Opera House de Nova York, a 14 de dezembro de 1918

Lauretta, que está perdidamente apaixonada por Rinuccio, pede ao pai que faça algo pelos Donati. "Por essa gente?" diz ele. "Nada! Não faço absolutamente nada!" É então que Lauretta, com sua célebre ária O mio babbino caro consegue amolecer o coração do pai. Gianni.

É com alguma emoção que remeto as imagens vídeo para a interpretação desta área por Maria Callas,(clicar no nome) no primeiro dos documentos o apogeu, no segundo a decadência acentuada, fora de tom e a tentativa de ajustamento, deve sempre parar-se a tempo.

Na gravação audio pode ouvir-se Inessa Galante cantar esta ária uma soprano Letã, nascida em 1954



O mio babbino caro,
mi piace è bello, bello;
vo'andare in Porta Rossa
a comperar l'anello!
Sì, sì, ci voglio andare!
e se l'amassi indarno,
andrei sul Ponte Vecchio,
ma per buttarmi in Arno!
Mi struggo e mi tormento!
O Dio, vorrei morir!
Babbo, pietà, pietà!
Babbo, pietà, pietà!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Egmont-Abertura

Esta abertura não pertence a nenhuma ópera, Beethoven apenas musicou uma, Fidélio.

Egmont é um drama de Goethe levado à cena em 1810. Um drama musicado por Beethoven, no que à abertura e aos entre actos diz respeito.

Trata-se dum história verdadeira passada em 1568, quando Egmont um capitão espanhol do "nosso" Filipe I, quando da insurreição nos Países Baixos tomou o partido de Guilherme d Orange, sendo depois condenado à morte pelo seu ex-amigo Duque de Alba.

Goethe fez algumas alteração à personagem, nomeadamente quanto ao seu estado civil mas não deixa de ser um grito de revolta pela liberdade.
Ninguém pois melhor que Beethoven para ilustrar musicalmente esse sentimento.

A gravação musical não tem executantes identificados por mim



Para aceder à execução desta abertura pela Orquestra Filarmónica de Viena dirigida por Leonard Bernestein clicar aqui

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Sansão e Dalila-Mon coeur s ouvre à ta voix

Camilo Saint-Saens é lembrado no mundo da ópera apenas pela autoria desta obra, muito pouco para quem se dedicou intensamente a este mundo.

É uma ópera em 3 actos com libreto de Ferdinand Lemaire estreada em Weimar a 2 de Dezembro de 1877 e em Paris a 23 de Novembro de 1892.

É uma ópera para solistas mezzo-soprano, tenor e barítono, tendo papéis secundários de pouca importância e sem sopranos, pois o autor achou inadequado os agudos típicos dessa voz, atendendo ao papel claramente sensual que é atribuído a Dalila o mais importante desta ópera.

Está ária é considerada uma das mais sensuais da ópera francesa.

O meu coração abre-se ao som da tua voz
como se abrem as flores
sob os beijos da aurora !
Mas oh meu amado
para que as minhas lágrimas sequem melhor
faz com que a tua voz me continue a falar
Diz-me que pela Dalila
regressaste para sempre
fala de novo à minha ternura
com os juramentos de outrora
esse juramentos que tanto gostava
Ah responde á minha ternura
Verte sobre mim o teu ébrio amor

Do mesmo modo que se vê o trigo
cujas espigas ondulam
sob a brisa ligeira
assim treme o meu coração
pronto a consolar-se
com o som da tua voz que tanto amo
A seta é menos rápida
como mensageira da morte
de que a tua amada a voar para os teus braços
Ah responde á minha ternura
Verte sobre mim o teu ébrio amor


Olga Borodina é a primeira figura da companhia de ópera do Teatro Kirov

domingo, 19 de agosto de 2007

Carmen-Marcha de Escamillo

A marcha que Escamillo, canta no 2º acto, constituí um dos momentos mais famosos desta ópera, que tem vários acordes repetidos quer na abertura quer em noutros actos.

O papel do toureiro Escamillo é para barítono e as exigências para cantar bem esta famosa ária, são muitas.

É a entrada em cena desse toureiro famoso aclamado pela multidão que nessa tarde obteve grande exito na praça de Granada. Todos brindam por ele e o toureiro retribui o brinde, não sem reparar na beleza de Carmen, á qual dedicará a morte do próximo touro.

Marcha de Escamillo

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

IL Trovatore-Verdi-Inicio do 2º Acto

O 2º acto desta ópera começa num acampamento de ciganos, na Biscaia, partidários de Urgel. Cantam despedindo-se da noite "Vedo ! Se fosche notturno", preparando-se para o trabalho. É um dos trechos mais famoso da ópera, onde o coro é misturado com o bater de bigornas e martelos, vulgarmente conhecido pelo "coro dos ciganos". Eles dizem "Olhai ! as escuras roupas noturnas que cobriam a imensa abóbada do céu afastam-se, parece uma viúva que por fim despe as roupas negras com as quais se cobria. Ao trabalho vamos, martelem. Quem embeleza os dias do cigano ? a ciganinha" depois só os homens "Escutem-me um pouco a bebida dá ânimo e coragem ao corpo e á alma" Completando todo o coro "Oh Olha olha no teu corpo brilha um raio mais brilhante que os do Sol Ao trabalho ! ao trabalho ! Quem embeleza os dias do cigano ? A ciganinha" Azuzena a filha da cigana, que o velho conde de Luna queimou no passado, está absorta frente ao fogo, enquanto os ciganos cantavam. Azuzena começa então um estranha canzone, assim qualificada na partitura e não como ária e que por isso tem duas estrofes iguais. Trata-se de "Sride la vampa"(crepita a chama), uma das mais famosa árias para mezzo-sopranos. Ela recorda o dia tenebroso quando sua mãe foi injustamente condenada. Numa primeira alusão ao ambiente em redor, a alegria das pessoas. Terminando " Crepita a chama, chega a vítima vestida de negro, desenfaixada e descalça ! Elevam-se gritos ferozes de morte e o eco repete-os de um barranco para outro ! Sinistras reluzem sobre os seus horrendos rostos as tétricas chamas que se erguem até ao céu" Para ver carregue aqui Il Trovatore-(O Trovador) foi estreada a 19 de Janeiro de 1853 composta por Verdi, escrita com libreto de Salvatore Cammarano baseado na peça teatral de Antonio Garcia Gutiérrez, escrita em 1836. Quando da estreia, teve enorme êxito que se manteve inalterável até hoje. O Trovador é a segunda ópera de uma trilogia verdiana iniciada com o Rigoletto e acabada com La Traviata. Estas óperas iniciam um distanciamento definitivo em relação a tudo o que as óperas do primeiro período romântico supõem. A típica divisão entre recitativo, ária e cabaletta começa a não ser essencial na linha dramática da obra, de tal maneira que é muito mais simples criar cenas em que a continuidade predomina sobre a divisão estrita da ópera por números. Com Verdi as árias não desaparecem, mas significa que á obra não é estruturada em função delas, elas limitam-se a aparecer quando se justificam. Os trecho longos das aberturas, ainda habituais nos primeiro tempos da sua produção, tendem a ser substituídos por preludios mais ou menos breves. Assim acontece nestas três óperas da trilogia. Personagens O Conde de Luna-(Barítono)nobre aragonês ao serviço de Fernando de Antequerra. Manrico-(Tenor)oficial do exército do conde Urgel, suposto filho da cigana Azucena e irmão ignorado do conde de Luna. Leonora-(Soprano)dama de companhia da rainha Leonor e apaixonada por Manrico. Azucena-(Mezzo-soprano)cigana originária dos montes da Biscais. Ferrando-(Baixo)Chefe da guarda do conde Luna. Ruiz-(tenor)lugar-tenente e amigo de Manrico. Inês-(soprano)confidente de Leonora

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Avé Maria-Schubert

Há 13 anos atrás Luciano Pavarotti, cantava assim esta Avé Maria. Ele nunca foi um interprete com boa capacidade cénica, mesmo na ópera não tinha grande sentido teatral. Plácido Domingo sim.
Acho que aqui a ler a partitura da Avé Maria, a espiritualidade que deveria acompanhar o seu canto perde-se um bocado, pela leitura do papelito.

Mas aquela voz perdoa-se quase tudo.

Ave Maria
Gratia plena
Maria, gratia plena
Maria, gratia plena
Ave, ave dominus
Dominus tecum
Benedicta tu in mulieribus
Et benedictus
Et benedictus fructus ventris
Ventris tuae, Jesus.
Ave Maria

Ave Maria
Mater Dei
Ora pro nobis peccatoribus
Ora pro nobis
Ora, ora pro nobis peccatoribus
Nunc et in hora mortis
Et in hora mortis nostrae
Et in hora mortis nostrae
Et in hora mortis nostrae
Ave Maria

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Va pensiero-Nabucco

Nabucco, uma das primeiras óperas de Verdi, (3ª) estreou em 1842 no La Scala de Milão. A história fala sobre judeus escravizados na Babilónia e era particularmente significativo para o povo italiano.

Naquela época, a Itália não era a nação soberana que é hoje, era dividida em cidades-estados que eram controladas por forças estrangeiras.

Os austríacos controlavam o norte da Itália, os Bourbons governavam em Nápoles e o Papa detinha o poder em Roma e nos Estados Papais. O sentimento patriótico era grande e o movimento Risorgimento adotou Verdi como defensor (risorgimento significa, literalmente, ressurgimento, renascimento).

No famoso coro "Va, pensiero", os escravos hebreus refletem com pesar sobre sua amada terra natal; era a expressão perfeita de nacionalismo e ainda é tocado em ocasiões nacionais até hoje.

Retirado do site da Metropolitan Opera Information Center

A gravação audio é Philarmonia Orquestra e Ambrosian Oera Chorus sobre a direcção de Riccardo Muti

No vídeo é a Orquestra e Coro do Teatro Nacional de Ópera de Paris, direcção de Nello Santi, em 1979




domingo, 5 de agosto de 2007

Guilherme Tell-Abertura

Aqui está pois a famosa abertura desta ópera, que como ontem disse é considerado o apogeu da emancipação das aberturas enquanto peça sinfónica e não mero "afinar de instrumentos" para indicar aos espectadores que o espectáculo ia começar.É uma peça se música sinfónica, com seguramente 3 andamentos clássicos.Esta abertura tem igualmente outra carga importante para as pessoas da minha geração, os últimos 3 minutos, correspondem à musica da série de "cóboiada" do meu tempo em que o Mascarilha e seu cavalo Silver apareciam na RTP.Quem se lembra ?

Ópera em quatro atos de Gioacchino Rossini, libreto de V. J. Etienne de Jouy e H. L. F. Bis com base em Schiller.

Estreou no Opéra de Paris em 31 de Agosto de 1829, em 1831 os quatro actos foram reduzidos a três. As duas versões ouvem-se indistintamente dependendo dos programas e do gosto dos maestros e empresários.

Orquestra Filarmónica de Berlim dirigida por Claude Abbado.


sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Barbeiro de Sevilla-Abertura



As aberturas que as operas italianas chamavam de sinfonia, usando-se em Portugal a terminologia francesa overture.
São a mesma coisa e em ambos os caso trata-se dum trecho orquestral que se interpreta com o pano descido e antes da ópera se iniciar, funcionando como a indicação de inicio da representação, solicitando deste modo o silêncio do público.
Foi utilizada durante mais 200 anos, desde que Monteverdi a usou na ópera Orfeu em 1634 , até ao tempo de Verdi quando começaram a cair em desuso.
No entanto nesse anos de "validade" foi evoluindo, adquirindo personalidade estruturada, terminando por serem uma página sinfónica "respeitável". Se este termo tem cabimento, é a Rossini que se deve, em especial a das óperas "Guilherme Tell" e ao "Barbeiro de Sevilha".
Depois começou a abertura a ser usada como uma forma de pré-anúncio de algumas partes temáticas que se iriam seguir, até que a partir de Verdi terminou.
O Barbeiro de Sevilha foi escrita por Gioacchino Rossini, baseada na peça de teatro de Beaumarchais. com libreto de Cesare Sterbini.
Ópera cómica em dois actos estreada no Teatro di Torre Argentina em Roma em 20 de Fevereiro de 1816.

Em Lisboa a estreia no S.Carlos foi "apenas" 3 anos depois.
Aproveitoa oportunidade para lembrar o maestro Claudio Abbado recentemente falecido


quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Intermezzo-Cavalleria Rusticana

A Cavalleria Rusticana é uma ópera curta de um só acto, e que normalmente é representada em conjunto com outra de igual ou parecida dimensão.

É vulgaríssimo ser cantada num mesmo programa que IL PAGLIACCILeocavallo),SUOR ANGÉLICA(Puccini) ou GIANNI SCHICCHI (Puccini), como foi o meu caso que as vi representadas em S.Carlos em 1978.

A Cavalleria Rusticana, cantada por Fiorenza Cossotto(Santuzza), Turiddu(Nunzio Todisco), Alfio(Benito di Bella).

Gianni Schicchi por Sesto Bruscantini(Gianni), Elsa Saque(Lauretta), Zita(Carmen Stara).

No tempo dos grandes elencos em S.Carlos e no velho Coliseu.

Este intermezzo ou interlúdio é o momento mais famoso da obra e sem dúvida, o entreacto mais conhecido da escola verista.

Trata-se dum fragmento musical que une duas cenas, como é o caso no qual o intermezzo sublinha o tempo em que as pessoas estão na igreja em domingo de Páscoa.

A peça da ópera é apenas musical e pode ouvir-se no gravação mp3, o video reflecte um aproveitamento da música de Mascagni com letra de Domenico Capellina (Avé Maria) que o dedicou a Alfredo Soffredini, um grande professor do próprio Mascagni é aqui cantado por Plácido Domingo com a cantora norueguesa Siessel (perfeitamente dispensável).

Pode também aceder-se ao vídeo da interpretação pela Evergreen Symphony Orchestra conduzida por
Lim Kek-tjiang clicar aqui


Esta letra diz o seguinte:
Ave Maria, madre santa
sorreggi il pie, del misero che t implora
In sul cammin del rio dolor
E fede, e speme d infondi in cor

O pietosa, tu che soffristi tanto,
Vedi, ah! vedi il mio penar.
Nelle crudeli ambasce d un infinito pianto,
Deh ! Non m abbandonar,

Avé Maria In preda ai duol,
Non mi lasciar, o madre mia pietá.
O madre mia, pietá ! In preda al duol,
Non mi lasciar, nom mi lasciar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Un bel di vedremo-Butterfly

É a tal ária da ilusão, Butterfly acredita que Pinkerton o oficial americano com quem se julga casada e de quem tem um filho, vai voltar para o Japão. Sonha com esse dia o dia em que vai ver um fumo aparecer nos confins do mar, aparecendo depois o navio branco que entrará no porto. Ela diz que não vai ao seu encontro, ficará á espera dele não interessando as horas que esperar, até aparecer um homem ao longe será ele ? não será ? Esconder-se-á um pouco para brincar um pouco para não morrer de alegria Quando ele se aproximar que irá dizer, ? estará um pouco ansioso e chamar-lhe-á, "pequenita, minha pequenita esposa perfume de verbena, os nomes que sabia chamar-me. Garante depois à sua companhia que esse sonho será realidade No vídeo esta ária é cantada pela soprano Renata Tebladi e no mp3 por Maria Callas

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Tu Tu piccolo iddio-Butterfly

 Anna Tomowa-Sintow de quem aliás nunca gostei "profundamente" e que ouvi cantar em Lisboa, se me não engano a Tosca. Aqui na Madame Butterfly de Puccini canta a ária final TuTu piccolo iddio. Butterfly uma japonesa que Pinkerton um oficial da marinha americana, havia "alugado", quando da sua comissão de serviço naquele País, levou a sério o casamento que tinha acontecido, cortando com toda a sua família que a amaldiçoara. Pinkerton tinha regressado à América e a jovem Cio-Cio-San assim se chamava ela originalmente, continuava sonhando com o seu regresso como diz na wikipédia Ela chora, mas não perde a esperança: Un bel dì vedremo - um belo dia veremos um fio de fumaça no horizonte - o navio de Pinkerton (um ária que publicarei depois). Pinkerton realmente volta mas já casado com uma americana, vem buscar o filho que Butterfly tivera. Esta é a cena final, quando Butterfly se despede do filho antes de suicidar, esta ária quando bem cantada e quando as sopranos se convencem que ópera não é só voz é também teatro que tem uma componente cénica que não se pode desprezar, quando assim é, esta cena é arrepiante, acaba ouvindo-se a voz de Pinkerton, provavelmente já arrependido diz o guião ( eu não acredito) gritando pelo nome de Butterfly. A não tradução das palavras de Butterfly, deve-se ao facto de estar legendado em inglês.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Vissi darte Vissi damore-Tosca

Callas canta no Convent Garden em Londres em 1964, acompanhada salvo erro por Tito Gobbi o grande barítono, no papel de Scarpia, esta ária do II acto da Tosca de Puccini.
Scarpia mantém preso o amado de Tosca, Mário Cavaradossi, diz-lhe que ela o pode salvar, a troco de se entregar aos seus prazeres.
Tosca resiste e invoca o Senhor dizendo :
Vivi da arte, vivi do amor
Jamais fiz mal a um ser vivo
Discretamente ajudei
quantas misérias conheci
Sempre com fé sincera
dirigi as minhas orações
aos santos altares
Dei flores para o culto
Dei jóias para o manto da Virgem
e dediquei o meu canto
aos astros e ao céu
que sorriam ainda mais belos
por esse motivo
E agora, na hora da dor
porque, senhor
porque me pagas assim ?
Olha estendo para ti
as minhas mãos
E espero piedade, humilhada e vencida
da tua boca

domingo, 22 de julho de 2007

3ª Sinfonia de Brahms-3ºMovimento

Quem se lembra há uns anos dum filme "Aime-vouz Brahms ?" (um dos filmes da minha vida), baseado numa obra de Françoise Sagan, com Yves Montand, Anthony Perkins e Ingrid Bergman.

A música tema desse filme era exactamente este terceiro movimento da 3ª Sinfonia de Brahms, que teve o condão de mostrar a beleza dos caminhos da música, a um jovem e inconsciente teenager.

Depois Brahms, um verdadeiro romântico, um dos últimos, não só na história da música como também na vida real, mais o seu impossível amor pela viúva de Schumann, ajudaram a criar este monstrozinho romântico chamado eu. (Talvez também o Tony de Matos)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Casta diva-Norma

Sabe-se como A Norma é um papel difícil, conta-se que Bellini teve que alterar a “Casta Diva” pelo menos 6 vezes, por influência da soprano que havia destinado para cantar esta ópera na estreia.

Giuditta Pasta de seu nome, grande responsável pelo êxito de La Sonnambula, tinha um certo receio desta Casta Diva, sentia a responsabilidade de a cantar, de tal forma que na própria manhã da estreia, Bellino teve de baixar a peça um tom inteiro (de sol maior para fá maior), perante as dificuldades que a soprano sentia em cantá-la no tom original.

Conta-se também que Lilli Lehmann soprano alemã, interprete brilhante desta ópera, mas nunca com verdadeiro á vontade devido ás suas múltiplas exigências vocais. Quando morreu em 1929, vinte anos depois de a ter cantado pelo última vez, consta que a sua última palavra, pronunciada com uma expressão de terror foi “Norma”

Aqui Joan Sutherland canta "Casta Diva" num espectáculo em Agosto de 1978

Si mi chiamano Mimi-La Boheme

Mimi apresenta-se a Marcello cantando "Si mi chiamano Mimi, ma il mio nome é Lucia".

Diz que a sua história é breve.É bordadeira, tranquila e feliz, divertindo-se a representar lírios e rosas, gosta de coisas simples das coisas que falam do amor, da primavera, coisas que falam de sonhos e de quimeras, aquelas coisas que se chamam poesia.

Depois de ter perguntado a Rudolfo se ele a percebia, continua dizendo que vive sozinha, que nem sempre vai á missa, mas reza com frequência ao Senhor.

Porém quando chega o primeiro degelo, o primeiro sol é dela e o primeiro beijo de Abril também.

Acaba dizendo

"Rebenta uma rosa num vaso.
Folha a folha a espio
Tão gentil o perfume de uma flor
Mas as flores que eu faço infelizmente
não deitam cheiro "

Depois como que pedindo desculpa

"Mais não saberia que dizer-lhe, sou a sua vizinha.
Georghiu cantou este papel de Mimi em Orange em 2005 com seu marido Robert Alagna

Nessun dorma-Turandot

Esta peça é um monumento como não podia deixar de ser quando se fala de Luciano Pavarotti. Se bem que já há uns anos esteja inibido de cantar perfeitamente papéis como o do Rodolfo em La Bohème, por a sua voz já não corresponder aos requisitos necessários para esse papel, duma forma popular pode dizer-se que a sua voz "ganhou calo", endureceu. Em 1982 no Royal Albert Hall em Londres, cantava assim esta Nessum dorma da Turandot de Puccini desta forma exuberante. Opera que Puccini não acabou, por ter morrido entretanto. completada por Franco Alfano.

E lucevan le stelle-Tosca

É assim com as óperas de Puccini, árias eternas são o seu destino.

Na Tosca ópera estreada em 14 de Janeiro de 1900 no Teatro Costanzi em Roma, com libreto de Giacosa e Luigi Illica.
Mário Cavaradossi um pintor, prepara-se para morrer, por sentença do tenebroso Scarpia e despede-se da sua amada Floria Tosca cantado esta ária, que não sendo uma ária de grande dificuldade, tem um grande efeito dramático, porque nela o tenor de despede da vida.

Brilhavam as estrela e cheirava
a terra, rangia o portão do jardim
passos soavam na areia
Entrava ele perfumada
e caía nos meus braços
Oh doces beijos, lânguidas carícias
enquanto eu tremendo
libertava dos véus as suas
belas formas.
Esfumou-se para sempre
o belo sonho de amor.
Fugiu essa hora
e morro desesperado
E nunca amei tanto na vida

Pavarotti canta-a está tudo dito.