A ária Largo al factotum é uma das mais conhecidas e energéticas da ópera Il Barbiere di Siviglia (O Barbeiro de Sevilha) de Gioachino Rossini.
Nela, o personagem principal, Figaro, o barbeiro de Sevilha, faz sua grande entrada na ópera e apresenta-se com grande entusiasmo e autoconfiança.
A ária é uma espécie de apresentação de sua personalidade vibrante, cheia de orgulho e energia, e se tornou uma das peças mais icônicas do repertório operático
O texto da ária descreve Figaro como alguém que está sempre ocupado, sendo chamado para realizar múltiplas tarefas, mas sempre com uma atitude positiva e desafiadora.
É uma obra cheia de ritmo, exigindo do cantor uma grande habilidade técnica e expressiva, com passagens rápidas e ornamentadas.
Além disso, a música, com seu compasso rápido e cheio de vivacidade, reflete perfeitamente a energia do personagem.
Figaro, que é o "faz-tudo" da cidade, aparece como uma figura irreverente e cheia de vida, e a ária captura esse espírito de maneira magistral.
É um momento muito empolgante tanto para os cantores quanto para o público.
Pablo Elvira, um barítono nascido em Porto Rico em 1937, faleceu em 5 de Fevereiro de 2000, canta aqui esta aria
Edgardo, o protagonista masculino da ópera, canta essa ária após a morte de Lucia.
Ele se encontra profundamente devastado pela tragédia e pela morte da amada.
Na ária, ele expressa sua dor e a sensação de desespero, pedindo a intervenção divina para que sua alma seja recebida no céu e que ele possa se reunir com Lucia na vida após a morte.
A melodia e a letra dessa ária são cheias de tristeza e dor, refletindo a perda e a desesperança de Edgardo.
Esse momento é um dos pontos mais emocionantes e dramáticos da ópera, com o tenor tendo que interpretar toda a intensidade do sofrimento de seu personagem, o que torna a performance ainda mais impactante.
Conformando a morte de Lucia
Inicia então Edgardo a ária final “Tu que a Dio spiegasto l ali” “
Tu que a Deus abriste as asas
oh bela alma apaixonada
volve para mim aplacada contigo
se eleve quem te foi fiel
Ah se a ira dos mortais
Nos moveu uma guerra tão cruel
Se separados fomos na terra
Una-nos Deus no céu
Oh bela alma Una-nos Deus no céu Eu sigo-te”
Desembainhando a sua adaga, suicida-se.
Enquanto morre, canta basicamente a mesma ária ao mesmo tempo que Raimundo e o coro se lamentam dizendo “Que horror que horror Oh! Tremendo e negro destino Deus perdoa tanto horror”
Aqui canta o grande Alfredo Kraus que tantas vezes ouvi cantar em Lisboa, um dos grandes do seu tempo
O dueto "Oh pátria, pátria, quanto me custa!" é cantada por Amonasro, o rei da Etiópia e pai de Aida.
Essa parte ocorre no ato II da ópera, quando Amonasro, que está disfarçado de prisioneiro egípcio, tenta convencer sua filha Aida a fazer com que Radamés revele informações importantes sobre as estratégias militares do Egito.
Durante essa cena, Amonasro expressa a dor de ver sua pátria sendo destruída e o preço do sacrifício pelo amor e pela lealdade.
A frase em questão expressa o sofrimento de Amonasro ao perceber o alto custo da luta pela pátria, especialmente em meio a uma guerra devastadora.
Ele pede à filha que não se esqueça de sua verdadeira lealdade, a Etiópia, embora ela esteja apaixonada por Radamés, que representa o inimigo.
aqui cantam Maria Callas e Jess Walters
A ária "Ritorna vincitore" é cantada por Amneris, a princesa egípcia e personagem central da Aida, de Verdi,.
Amneris canta essa ária no início do segundo ato, quando ela aguarda ansiosamente o retorno vitorioso de Radamès, que partiu para a guerra.
A sua interpretação reflete uma mistura de sentimentos: a confiança na vitória de Radamès e, ao mesmo tempo, a paixão e o desejo de conquistá-lo, já que ela está apaixonada por ele.
A ária começa com um tom triunfante, mas também expressa a complexidade do seu coração, cheio de ciúmes e inseguranças.
A música de Verdi aqui é grandiosa, e o que é notável é a forma como ele usa a voz da mezzosoprano (que normalmente é a voz que Amneris é interpretada) para refletir as emoções intensas da personagem.
A melodia é marcante e intensa, com os altos e baixos dramáticos típicos da ópera verdiana, e a orquestração empolga e reforça a grandiosidade do momento.
Em Aida, Amneris é uma figura ambígua, dividida entre o amor, o orgulho e a vingança, e esta ária ajuda a estabelecer a sua presença poderosa e a complexidade emocional que ela traz à trama.
A sua performance exige um grande controle vocal, especialmente para transmitir tanto a força quanto a vulnerabilidade da personagem.
Aqui canta Daniela Dess
Na ópera Carmen, Don José canta essa ária no segundo ato, quando ele está relembrando o momento em que Carmen lhe lançou uma flor e, com esse gesto, começou a seduzi-lo.
A ária expressa a saudade e o sentimento de amor que ele sente por ela, que, por mais que seja cheia de desejo, também é tingida de melancolia, dado o fato de que Carmen é uma mulher imprevisível e livre.
A música tem um caráter de reflexão, com Don José recordando o passado, e o momento do lançamento da flor se torna um símbolo da paixão que ele começou a sentir, mas que também está associada à tragédia e ao sofrimento, à medida que a ópera avança.
A melodia é bastante delicada e traz à tona a vulnerabilidade e o conflito interior de Don José, preso entre seu amor por Carmen e as consequências de seu envolvimento com ela.
A ária "Rachel, quand du Seigneur" é uma das passagens mais emocionantes da ópera "La Juive" (A Judia), composta por Fromental Halévy em 1835.
Halévy foi um compositor francês, e "La Juive" é uma das suas obras mais conhecidas, um exemplo do estilo grandioso da ópera francesa do século XIX.
Rachel, quand du Seigneur" é uma ária para tenor, cantada por Éléazar, o personagem masculino principal da ópera "La Juive".
Na ária, Éléazar, que é um judeu, clama ao Senhor em um momento de desespero e súplica, depois de ser confrontado com o dilema de amar uma mulher cristã (Rachel) enquanto sua fé e a lealdade ao seu povo o pressionam.
É uma peça incrivelmente dramática e cheia de tensão, refletindo o conflito interior de Éléazar e o ambiente de intolerância e tragédia que cerca a história.
Musicalmente, é uma ária grandiosa, com grandes momentos de expansão vocal que exigem um tenor com grande capacidade de expressão e uma técnica sólida.
A melodia tem um caráter de lamento, com a orquestração sendo ampla e dramática, criando uma sensação de luta interna, um pedido angustiante por ajuda.
Halevy é um músico do século XIX e esta mesma ópera a Judia foi a escolhida para a inauguração do teatro de Ópera de Paris, o Teatro Garnier em 1875, quando ali foi tocado o 3º acto desta obra.
A ária "La calunnia è un venticello" é uma das mais famosas da ópera Il barbiere di Siviglia, de Gioachino Rossini. Nela, o personagem Don Basilio, um intrigante e falso conselheiro, canta sobre como a calúnia se espalha como uma brisa suave, mas que, quando ganha força, pode se tornar devastadora.
A peça é uma mistura de humor e crítica social, em que Basilio descreve, de maneira cômica, o poder destrutivo das fofocas e calúnias.
Musicalmente, a ária é cheia de agilidade vocal e técnica, com rápidas mudanças de ritmo que representam o comportamento volúvel da fofoca.
O cantor precisa demonstrar grande habilidade para dar vida ao personagem manipulador e mostrar a natureza traiçoeira e enganosa de suas palavras.
A calúnia é uma brisa, uma aura muito gentil quão insensível, sutil, levemente, suavemente, começa a sussurrar.
Planta baixa, térreo, em voz baixa, sibilando, vai fluindo, vai zumbindo; nos ouvidos das pessoas ele se apresenta habilmente, e cabeças e cérebros isso deixa você tonto e incha.
Da boca saindo o barulho está aumentando, requer força pouco a pouco, já voa de um lugar para outro; parece um trovão, uma tempestade que no coração da floresta ele vai assobiando, resmungando e isso faz você congelar de horror.
No final transborda e explode, ele se propaga, ele duplica e produz uma explosão como um tiro de canhão, um terremoto, uma tempestade, um alvoroço geral, o que faz o ar roncar.
E o malvado caluniou, abatido, pisoteado, sob o flagelo público por grande destino morrer.
A ária La mamma è morta da ópera Andrea Chénier de Umberto Giordano é uma das passagens mais intensas e dramáticas da obra, e uma das mais desafiadoras para os intérpretes.
Esta ária, que é cantada por Maddalena, a protagonista feminina da ópera, ocorre no segundo ato e é marcada por uma profunda dor emocional, uma mistura de lamento e vingança.
O contexto dramático é crucial para entender a força da ária: Maddalena está enfrentando uma perda devastadora (a morte de sua mãe) num momento em que o drama da Revolução Francesa e a turbulência política são dominantes.
A música de Giordano é extremamente expressiva e captura magistralmente o conflito interno da personagem.
Começa com uma melodia sombria e melancólica, refletindo a dor de Maddalena pela morte de sua mãe, mas rapidamente se transforma numa explosão de emoção e determinação, à medida que ela expressa suas intenções de lutar pela liberdade e pelo amor, em meio à tragédia.
Do ponto de vista técnico, La mamma è morta é uma peça que exige um grande controle vocal e uma forte habilidade dramática, pois a intérprete precisa transmitir a dor, o sofrimento, mas também a força interior de Maddalena, com uma grande carga emocional.
Não é só uma ária técnica, mas também uma das mais emocionantes do repertório operático.
A ária "Mario! Mario! Mario!" é um momento icônico da ópera Tosca, de Giacomo Puccini.
Ela ocorre no início do primeiro ato, quando Tosca encontra Mario Cavaradossi, seu amante, e expressa uma mistura de amor e ciúmes.
chega tosca, convencida de que ele está a falar com uma mulher e este tem de a acalmar contudo ela apercebe-se da presença do retrato da Madalena o que alimenta os suas suspeitas.
Finalmente reconhece que os seus ciúmes são um tormento para Cavaradossi e decide ir se embora não sem antes marcar um encontro com ele numa casa de campo que o pintor tem nos arredores de Roma
O que torna esta ária especial:
Expressividade dramática: Tosca alterna entre ternura e possessividade, mostrando o lado apaixonado e vulnerável da personagem.
Interpretação vocal: Exige um controle emocional e vocal considerável da soprano, com linhas melódicas que fluem entre o diálogo naturalista e a paixão intensa.
Construção musical: Puccini combina melodias envolventes e orquestração rica para sublinhar as nuances emocionais do momento.
Contexto narrativo: Este momento prepara o terreno para os conflitos que virão, ao revelar tanto o amor profundo entre Tosca e Mario quanto as sementes de tensão.
A ária "La Vergine degli Angeli" da ópera La forza del destino (1862), de Giuseppe Verdi, é uma das peças mais sublimes e espirituais do repertório operístico.
Aparece no final do segundo ato, quando Leonora, em busca de redenção e refúgio, se entrega à proteção divina antes de se retirar para viver como eremita.
Contexto dramático
Leonora, dilacerada pelo amor proibido e pela tragédia que ronda sua vida, encontra consolo espiritual no convento.
Esta ária marca o momento em que ela é abençoada pelo padre guardião, e a Virgem Maria é invocada para proteger sua alma em sofrimento.
Características musicais
Melodia celestial: A melodia principal, cantada por Leonora, é serena e carregada de devoção. Sua simplicidade reflete a entrega espiritual da personagem.
Coro sublime: O coro masculino acrescenta uma aura de solenidade e espiritualidade, como se ecoasse as vozes de anjos.
Orquestração delicada: Verdi utiliza cordas e harpas para criar uma atmosfera etérea, reforçando a sensação de santidade e paz.
Emoção e impacto
A ária é um momento de pausa e introspecção em uma ópera marcada por conflitos passionais e tragédias. Representa a força do perdão e da fé diante das adversidades humanas.
É uma peça que, mesmo fora do contexto da ópera, emociona profundamente.
"Lippen schweigen" é uma famosa ária retirada da opereta Die lustige Witwe (A Viúva Alegre), composta por Franz Lehár em 1905.
É uma das peças mais conhecidas do repertório de operetas, marcada por sua melodia romântica e cativante.
A tradução do título, "Lippen schweigen", significa "Os lábios estão silenciosos", e a letra reflete a linguagem do amor expressa sem palavras, capturada por olhares e gestos enquanto os protagonistas dançam.
Essa peça simboliza a comunicação emocional além das palavras, muitas vezes representada como uma valsa encantadora e cheia de sutilezas.
Musicalmente, é um exemplo perfeito da elegância da opereta vienense, com sua melodia fluida e atmosfera sofisticada. É frequentemente executada como um dueto romântico e ainda encanta públicos ao redor do mundo, tanto em performances ao vivo quanto em gravações.
Os lábios estão em silêncio, os violinos sussurram: Ame-me! Todos os passos dizem: Por favor, Ame-me!
Cada aperto de mãos fala claramente pelas mãos: Ame-me! Venha e faça-me feliz!
A música ao nosso redor soa tão feliz e sublime, Nunca me esquecerei dela, a melodia abençoada!
Os lábios estão em silêncio, os violinos sussurram: Ame-me! Todos os passos dizem: Por favor, Ame-me!
Cada aperto de mãos fala claramente pelas mãos: Ame-me! Venha e faça-me feliz!
A ária "Il balen del suo sorriso" é uma das joias da ópera "Il Trovatore" de Giuseppe Verdi. Interpretada pelo personagem Conde di Luna no segundo ato, essa ária é um momento de introspecção e paixão, oferecendo uma rara visão da vulnerabilidade emocional do antagonista da ópera.
Contexto:
O Conde di Luna, apaixonado por Leonora, expressa nesta ária seu amor ardente por ela. Apesar de sua posição de vilão na trama, Verdi dá ao personagem um momento de lirismo e humanidade.
A música reflete não apenas a beleza do sorriso de Leonora, mas também a obsessão do Conde por ela, sugerindo a intensidade de seus sentimentos.
Características Musicais:
Melodia Lírica e Expressiva:
A linha vocal flui com uma beleza melódica característica de Verdi, permitindo que o barítono explore nuances emocionais.
A melodia ascendente sublinha a paixão crescente do Conde.
Orquestração Rica:
O acompanhamento orquestral é cheio de cor e suavidade, criando uma atmosfera quase etérea que destaca a idealização de Leonora.
Contrastes Dinâmicos:
A ária exige que o intérprete mostre tanto um controle delicado nas frases mais íntimas quanto a potência nas declarações mais apaixonadas.
Texto e Emoção:
O texto da ária reflete a obsessão do Conde com a beleza de Leonora, evocando imagens de luz e calor, como no verso inicial:
"Il balen del suo sorriso d’ogni luce più mi brilla"
("O brilho de seu sorriso resplandece mais do que qualquer luz").
A dualidade do texto — celebrando a beleza de Leonora enquanto sugere o desespero do Conde — é uma amostra da profundidade psicológica que Verdi confere aos seus personagens.
Interpretação:
Para um barítono, esta ária é uma oportunidade de exibir:
Técnica vocal: com frases legato longas e controladas.
Aqui a interpretação é do falecido
Dmitri Hvorostovsky
Capacidade de interpretação: transmitindo não só o amor, mas a intensidade quase possessiva do personagem.
Impacto:
"Il balen del suo sorriso" é um exemplo perfeito do poder de Verdi em combinar melodia, texto e emoção, tornando até mesmo um vilão em alguém com quem o público pode empatizar, mesmo que por um instante. É uma peça indispensável no repertório de barítonos e uma das mais memoráveis de "Il Trovatore".
A ária "Signore, ascolta" é uma das passagens mais emotivas e delicadas da ópera "Turandot" de Giacomo Puccini.
Cantada pela personagem Liù no primeiro ato, é um dos momentos em que o compositor utiliza sua habilidade inata de capturar emoções puras e universais através da música.
Contexto Dramático:
Na ópera, esta ária ocorre quando Liù, a jovem serva leal ao pai do Príncipe Desconhecido (Calaf), implora para que ele não arrisque sua vida tentando decifrar os enigmas da princesa Turandot.
Liù é apaixonada por Calaf e, mesmo sabendo que ele nunca retribuirá esse amor, ela expressa toda sua devoção e dor nesta peça.
Características Musicais:
Melodia Lírica: A melodia simples, mas profundamente expressiva, destaca a ternura e a fragilidade de Liù. A linha vocal é dolente e suave, refletindo sua súplica sincera.
Acompanhamento Orquestral: A orquestração é discreta, com cordas e madeiras criando um pano de fundo etéreo, que realça a vulnerabilidade emocional da personagem.
Construção Dramática: A ária cresce gradualmente em intensidade emocional, culminando num clímax de desespero controlado antes de retornar à suavidade inicial.
Texto e Emoção: O texto simples e direto é amplificado pela música, tornando a súplica de Liù quase insuportavelmente comovente.
Trecho do Texto:
"Signore, ascolta! Ah, signore, ascolta!
Liù non regge più!
Si spezza il cuor!
Ahimè, quanto camminammo!
Quanto penammo!
Per te, signor!"
Aqui, Liù expõe sua dor e devoção, em palavras que, embora humildes, carregam uma profundidade emocional imensa. A repetição de "Ah, signore, ascolta" é particularmente tocante, reforçando sua angústia.
Impacto na Ópera:
Esta ária contrasta fortemente com a grandiosidade e frieza associadas a Turandot. Liù, com sua simplicidade e amor puro, personifica a humanidade em uma ópera muitas vezes dominada pela impessoalidade e pelo heroísmo.
Impressões Pessoais:
"Signore, ascolta" é um momento de rara beleza na ópera, capturando a essência da compaixão e do sacrifício. É uma ária que exige não apenas técnica, mas uma entrega emocional completa por parte da soprano, o que a torna ainda mais especial quando bem interpretada.
O verso "Spargi d'amaro pianto" pertence à ópera "Lucia di Lammermoor" de Gaetano Donizetti, uma das mais célebres do repertório romântico italiano. A frase pode ser traduzida como "Derrama lágrimas amargas", e faz parte do momento em que Lucia, a protagonista, expressa sua dor e desespero, marcada por uma intensidade emocional quase insuportável.
Interpretação
A expressão captura a essência do sofrimento trágico: um pranto que não apenas expressa tristeza, mas que carrega um sabor amargo, irreparável, nascido do amor perdido e da traição. O verbo "spargi" (derramar, espalhar) dá uma imagem visual poderosa, como se as lágrimas se espalhassem não apenas pelo rosto, mas pelo espaço ao redor, tingindo o ambiente com dor.
aqui quem canta é Edita Gruberova
Edita Gruberová (1946–2021) foi uma soprano eslovaca amplamente considerada uma das maiores cantoras de ópera do século XX, especialmente admirada por suas interpretações no repertório bel canto. Conhecida por sua técnica vocal impecável, agilidade extraordinária e um controle impressionante dos agudos e sobreagudos, ela brilhou particularmente nas óperas de Gaetano Donizetti, Vincenzo Bellini e Wolfgang Amadeus Mozart.
Gruberová deixou uma vasta discografia e inúmeras gravações ao vivo, que continuam sendo referência para estudantes de canto e amantes da ópera. Sua voz cristalina e sua entrega artística fazem dela uma figura eterna no mundo da música clássica.
Principais características de Edita Gruberová:
Rainha do Bel Canto: Seu domínio das ornamentações vocais e sua precisão em passagens extremamente complexas a tornaram uma referência para sopranos coloratura.
Personagens marcantes: Lucia (Lucia di Lammermoor), Elvira (I Puritani), Konstanze (O Rapto do Serralho), e a Rainha da Noite (A Flauta Mágica).
Expressividade dramática: Além da técnica vocal, Gruberová era elogiada por sua habilidade de expressar emoções profundas e complexas através da música.
A ária "Acerba voluttà" é uma peça central da ópera Adriana Lecouvreur, composta por Francesco Cilea. Interpretada pela personagem Princesa de Bouillon no segundo ato, a ária expressa a intensa mistura de prazer e tortura que ela sente devido ao seu amor não correspondido por Maurizio.
A ópera, estreada em 1902, é baseada na vida da atriz francesa Adrienne Lecouvreur e explora temas de amor, ciúme e intriga no cenário teatral parisiense do século XV
A ária "Acerba Voluttà", da ópera Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilea, é uma das peças mais dramáticas e emocionais da obra.
.
A ária é um verdadeiro desafio vocal, pois exige grande controle emocional e técnica.
A cantora deve transmitir não apenas a beleza melódica, mas também a intensidade da dor e do sofrimento, algo que Cilea soube orquestrar de forma primorosa, criando uma linha vocal que flui de maneira fluida e emocionalmente carregada.
Musicalmente, "Acerba Voluttà" combina momentos de grande lirismo com momentos de mais intensidade dramática, com uma orquestração muito bem trabalhada para dar suporte à voz.
A peça passa de uma expressividade quase resignada para uma explosão de paixão e desespero, o que a torna uma das mais emblemáticas da ópera verista, típica da época de Cilea.
O Navio Fantasma (Der fliegende Holländer) é uma ópera romântica em três atos composta por Richard Wagner, com libreto do próprio compositor.
Estreou em 2 de janeiro de 1843, na Semperoper de Dresden, Alemanha. A obra é inspirada na lenda do Holandês Voador, um capitão amaldiçoado a vagar eternamente pelos mares até encontrar redenção através do amor verdadeiro.
A história passa se numa vila costeira da Noruega e gira em torno de três personagens principais:
O Holandês: Capitão amaldiçoado que só pode pisar em terra firme a cada sete anos para buscar uma mulher fiel que quebre sua maldição.
Senta: Jovem sonhadora e obcecada pela lenda do Holandês. Ela acredita ser a escolhida para salvá-lo.
Daland: Pai de Senta, um capitão norueguês que encontra o Holandês e vê nele uma oportunidade financeira e matrimonial para sua filha.
A abertura orquestral é uma das mais famosas da história da ópera, retratando a fúria do mar e o destino trágico do Holandês.
O dueto “Sono andati?” é um dos momentos mais emocionantes da ópera La Bohème, de Giacomo Puccini. Essa cena ocorre no quarto ato, quase no final da ópera, quando Mimì está à beira da morte, cercada por seus amigos e por Rodolfo, seu grande amor.
Mimì está gravemente doente e retorna ao sótão onde Rodolfo e seus amigos boêmios vivem.
Após momentos de ternura e despedida, Rodolfo e Mimì têm um breve momento a sós.
O dueto "Sono andati?" acontece quando os amigos saem discretamente para buscar remédios, deixando o casal sozinho.
Mimì, consciente de sua condição, fala com doçura e resignação.
: Rodolfo tenta se manter forte, mas sua voz carrega desespero contido.
É um momento de profunda conexão emocional, onde cada palavra e nota são carregadas de significado.
Esse dueto serve como um último suspiro do amor entre Mimì e Rodolfo antes do inevitável fim. Puccini, com seu talento único para capturar emoções humanas, nos oferece um momento de pura vulnerabilidade e beleza.
Foram-se embora ? Fingia dormir porque queria ficar sozinha contigo tenho tantas coisas para te dizer, Tenho uma só,mas grande como o mar como o mar profundo e infinito és o meu amor e toda a minha vida"
(Este é o tom e característica da óperas de Puccini, a musica sublinha sempre a caracterização romântica da sua obra qualquer que seja o libertista.)
Continua o dialogo entre ambos, perguntando~lhe ela se ele ainda a achava bela, "como a aurora responde-lhe Rodolfo. "Enganaste-te na comparação querias dizer bela como um ocaso"
A música sublinha entretanto a música do primeiro acto , quando se conheceram e ela repete recordando "Chamam-me Mimi ... porquê não sei..."
Rodolfo mostra -lhe a touca que lhe oferecera e continuam recordando o tempo em que se conheceram, quando ela perdera a chave e ela graciosamente diz-lhe "Meu belo menino posso bem dizê-lo agora encontrou-a muito depressa" continuando depois "Estava escuro e o meu rubor não se via Que mãos tão frias deixe-me aquecê-las Estava escuro e tu agarravas as minhas mãos"
Aqui cantam Pavarotti & Freni