..O Coro dos Caçadores (Jägerchor), do 3.º ato de O Caçador Furtivo, é um dos trechos mais conhecidos da ópera — daqueles que saíram do teatro e passaram a ser quase um “cartão-postal” musical do romantismo alemão.
🎶 Função na ópera
Surge no início do último ato, antes do torneio de tiro.
É cantado por um grupo de caçadores que regressam da caça, celebrando a vida ao ar livre, o prazer da floresta e o orgulho do ofício.
Serve como respiro luminoso e enérgico depois das tensões do ato anterior (o sombrio Wolfsschlucht).
--A “Presentation of the Rose” (Die Überreichung der silbernen Rose) é um dos momentos mais célebres e comoventes de O Cavaleiro da Rosa de Richard Strauss — e também um dos trechos mais icónicos da ópera do ponto de vista orquestral e vocal.
A cena acontece no Ato II:
Octavian chega à casa de Sophie para cumprir o ritual de entregar a rosa de prata em nome do Barão Ochs, como tradição aristocrática para formalizar o noivado.
Quando Octavian vê Sophie pela primeira vez, há uma atração imediata e recíproca.
O momento é, portanto, duplo: oficialmente cerimonial e protocolar, mas intimamente carregado de emoção.
aqui cantam Anne Sophie von Otter (Octavian) and Barbara Bonney (Sophie
Anne Sophie von Otter (Octavian) and Barbara Bonney (Sophie
Anne Sophie von Otter (Octavian) and Barbara Bonney (Sophie).Anne Sophie von Otter (Octavian) and Barbara Bonney (Sophie).
-- A ópera O Cavaleiro da Rosa (Der Rosenkavalier) é uma comédia lírica em três atos composta por Richard Strauss, com libreto de Hugo von Hofmannsthal, estreada em 26 de janeiro de 1911 na Ópera de Dresden.
Depois do êxito dramático e intenso de Salome (1905) e Elektra (1909), Strauss e Hofmannsthal decidiram criar algo mais leve e nostálgico, inspirado nas óperas cômicas de Mozart, mas com um toque vienense.
Embora se passe no século XVIII, a obra é, na verdade, um retrato afetivo da Viena aristocrática, com a sua elegância e decadência.
Enredo resumido
A ação decorre em Viena, por volta de 1740.
Ato I
A Marechala (Marschallin), uma aristocrata, mantém um romance com o jovem conde Octavian.
O primo da Marechala, o barão Ochs, pede-lhe ajuda para levar a oferta matrimonial (um presente cerimonial de uma rosa prateada) à jovem Sophie, sua noiva prometida.
Octavian é escolhido como “cavaleiro da rosa”, mas quando conhece Sophie, os dois apaixonam-se imediatamente.
Ato II
Octavian entrega a rosa prateada a Sophie num momento de pura poesia musical (“Presentation of the Rose”).
Sophie recusa casar com o grosseiro Ochs.
Octavian arma um plano para desmascarar o barão.
Ato III
Octavian e Sophie conseguem expor Ochs como ridículo e interesseiro.
A Marechala, percebendo que Octavian ama Sophie, renuncia com dignidade e deixa que os dois fiquem juntos.
O trio final (“Hab’ mir’s gelobt”) é um dos momentos mais belos e melancólicos da ópera, onde se fundem amor, despedida e aceitação.
. A ária"Pace, pace, mio Dio!"é uma das peças mais emocionantes e intensas do repertório operístico, extraída do último ato da ópera"La forza del destino"de Giuseppe Verdi.
Interpretada pela personagem Leonora, essa ária encapsula desespero, resignação e um desejo profundo por paz, tanto interna quanto externa.
No início do segundo quadro do último acto, Leonora, pálida e desfigurada, sai da gruta e dirige-se para o sítio onde todas as semanas o Padre Guardião lhe deixa os alimentos.O isolamento não lhe trouxe a desejada paz de espírito.
No momento em que Leonora canta essa ária, ela está escondida em uma caverna, vivendo como eremita para expiar suas dores e evitar a perseguição de seu irmão Don Carlo, que busca vingança pela morte do pai. Ela clama por paz após uma vida marcada por sofrimento e tragédia, refletindo sobre seu destino cruel e sua fé em Deus.
Estrutura Musical e Emoção
Abertura introspectiva:
A ária começa suavemente, com um tom quase de oração, à medida que Leonora sussurra sua súplica por paz. A melodia é delicada, introspectiva e carregada de lirismo.
Crescendo emocional:
À medida que a ária avança, a intensidade emocional cresce. Leonora relembra seu amor por Alvaro, reconhecendo que seu destino cruel a separou dele para sempre. O contraste entre o desejo por paz e a realidade de sua dor dá à peça uma dinâmica extremamente dramática
O ápice ocorre com o clamor desesperado "Maledizione!", onde Leonora amaldiçoa sua sorte trágica. Esse momento é frequentemente destacado como um dos mais poderosos na literatura operística
Ainda sofre e ama,Alvaro, io t'amo. E su nel cielo è scritto: Non ti vedrò mai più! como quando se retirou do mundo e implora a Deus que lhe dê a graça da morte.Oh Dio, Dio, fa ch'io muoia; Che la calma può darmi morte sol. Invan la pace qui sperò quest'alma In preda a tanto duol.
Ouve-se um ruído e a eremita volta a esconder-se na gruta Anna Tomowa-Sintow canta esta ária, um dos seus papéis favoritos
,,
Há dias ouvia cantar e fiquei encantado,nunca tinha ouvido
Axelle Fanyo é uma soprano francesa de destaque, nascida em 1989, filha de pai togolês e mãe antillana, e crescida em Seine-Saint-Denis .
Formação e Reconhecimento
Estudou musicologia na Sorbonne e, desde os cinco anos, aprendeu violino, primeiro no Conservatoire d’Aubervilliers, mas só optou pelo canto lírico aos 21 anos
Ingressou no Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Paris, onde obteve o Mestrado em Canto sob a orientação de Glenn Chambers
Carreira e Repercussão
Laureada em diversos concursos, incluindo o Grande Prémio Nadia e Lili Boulanger (2021), prémio Kaleidoscope e o Prémio Jovem Artista no Concurso Internacional de Mélodie Francesa em Toulouse
Principais Papéis e Destaques Recentes
Em 2023/24, estreou-se em papéis importantes como Tosca no Théâtre Impérial de Compiègne, Luisa Miller de Verdi em Avignon, e a Mãe na estreia mundial da ópera contemporânea Justice, de Hèctor Parra, em Genebra
Interpretou La Damoiselle élue de Debussy na Philharmonie de Paris, com a Orchestre de Paris conduzida por Esa-Pekka Salonen, que a convidou depois para o papel de Refka na ópera Adriana Mater (Saariaho), apresentada com a San Francisco Symphony em produção de Peter Sellars
Foram também disponibilizados recitais com repertório diversificado, já incluindo Brahms, Mahler, Strauss, Poulenc, além de colaborações com pianistas como Julius Drake, Kunal Lahiry e Adriano Spampanato
Desfecho da obra prima do compositor Luigi Cherubini (1760-1842), legendado em português. Nesse trecho MedDesfecho da obra prima do compositor Luigi Cherubini (1760-1842), legendado em português. Nesse trecho Medeia toma coragem para lançar sua vingança final contra Jasão , que a abandonou , após provocar a morte de Glauce, sua rival.
Medea - Leonie Rysanek
Neris - Nadine Denize
Jasão - Veriano Luchetti
Condutor Serge Baudo - 1976(LI)
Orquestra - Orchestra de Lyon
A ária “Alma soave e cara” é, sem dúvida, um dos momentos mais sublimes e belos de Maria di Rohan.
🎵 “Alma soave e cara”
Cantada por: o Duque di Chevreuse
Ato: I
Tipo:Romanza / Cavatina
Contexto dramático: Chevreuse reencontra Maria depois de muito tempo e, tomado pela emoção, exprime a doçura da sua amada e a dor de ainda amá-la.
É uma declaração de amor pura, melancólica e sincera — cheia de lirismo e nobreza.
Características musicais:
Melodia ampla e fluente, típica do bel canto maduro.
Frases longas, de fôlego emocional, que exigem elegância, controle e legato impecável do tenor.
A música é contida, quase íntima, mas carrega uma carga de emoção profunda, como se Chevreuse cantasse apenas para Maria (e para si mesmo).
Trecho do texto (em italiano): "Alma soave e cara,
d’amor pegno celeste,
se in seno ancor m’avesse
pietade almen per me..."
🪶 A letra é simples, mas profundamente tocante — expressa amor, esperança e sofrimento sem exagero.
🧭 Valor dramático:
Humaniza Chevreuse, que poderia ser apenas o “amante” no triângulo. Aqui ele se mostra vulnerável, sensível e digno.
Contrasta com a dureza que surgirá depois, quando o drama se intensificar.
É também um respiro lírico antes do desenrolar da tragédia.
Em resumo:
“Alma soave e cara” é um dos grandes momentos de Maria di Rohan — simples na forma, mas profundo no sentimento. Representa o melhor do estilo de Donizetti quando quer criar emoção sem excessos, com delicadeza e nobreza...
O dueto-confronto entre Maria e Isabel (Ato II, cena do parque)
🎯 O momento mais célebre e explosivo da ópera.
o dueto de confrontação entre Maria Stuarda e Isabel I é o coração da ópera. Embora esse encontro nunca tenha acontecido na realidade, Donizetti (inspirado na peça de Schiller) transforma esse momento fictício num clímax carregado de tensão política, orgulho ferido e emoções humanas profundas.
Onde se passa?
Nos jardins de Fotheringhay, onde Maria está aprisionada. Isabel decide visitá-la — oficialmente por curiosidade, mas na verdade movida por ciúme e desejo de afirmação.
Quem está presente?
Maria Stuarda, rainha católica da Escócia, prisioneira da Inglaterra.
Isabel I, rainha protestante da Inglaterra.
Leicester, favorito de Isabel, mas simpatizante (e talvez apaixonado) por Maria.
Guardas, damas de companhia e cortesãos.
Desenvolvimento da Cena
1. Tensão velada
Isabel chega com altivez.
Maria tenta manter a compostura e humildade, mesmo sabendo que sua vida está nas mãos da prima.
Há uma tentativa inicial de reconciliação — ou pelo menos de conversa civilizada.
2. Insinuações e veneno
Isabel alfineta Maria com frases sobre seu passado amoroso e escândalos (Maria foi envolvida no assassinato do segundo marido e teve três casamentos).
Maria responde de forma contida, mas altiva.
Leicester tenta interceder — em vão.
3. Explosão — o insulto fatal
Em um momento de fúria e humilhação, Maria perde o controle e pronuncia as palavras mais violentas da ópera:
“Figlia impura di Bolena,
parli tu di disonore?”
("Filha impura de Bolena, tu falas de desonra?")
E continua:
“Profanato è il soglio inglese,
vil bastarda, dal tuo piè!”
("Profanado é o trono inglês, vil bastarda, pelo teu pé!")
Maria está a acusar Isabel de ser filha ilegítima de Ana Bolena (executada por Henrique VIII).
Esse insulto atinge Isabel no ponto mais sensível: a sua legitimidade como rainha.
4. Consequência imediata
Isabel, em estado de raiva, grita que Maria será executada.
Maria, percebendo o que fez, recobra a calma, mas já é tarde.
A partir desse momento, o destino de Maria está selado.
💡 Por que é tão importante?
Representa o ponto de não retorno: depois disso, a tragédia é inevitável.
Expõe o conflito de duas mulheres poderosas, mas prisioneiras de seu tempo, do orgulho e da política.
Para o público, é o momento mais esperado — a catarse.
A ópera Maria Stuarda, de Gaetano Donizetti, é uma das obras-primas do bel canto italiano e faz parte da chamada “trilogia das rainhas” do compositor, junto com Anna Bolena e Roberto Devereux. Estreou em 1835, baseada na peça de Friedrich Schiller, e dramatiza o conflito entre Maria Stuart (Maria, Rainha da Escócia) e sua prima, a rainha Isabel I da Inglaterra.
Contexto dramático
O enredo gira em torno da rivalidade política e pessoal entre Maria e Isabel, culminando na execução de Maria.
Embora historicamente as duas rainhas nunca se tenham encontrado, a ópera inclui um confronto direto e intensíssimo — o famoso duetto-confronto, ponto alto do drama.
A personagem de Maria é profundamente humana, ao mesmo tempo nobre, resignada, orgulhosa e frágil.
Aspectos musicais
Maria Stuarda exige cantoras de grande técnica e expressividade. O papel de Maria é escrito para soprano lírico-dramático, enquanto Isabel pode variar entre mezzo-soprano e soprano.
A ópera alterna momentos de lirismo interior (como a oração final de Maria, “Deh! Tu di un’umile preghiera il suono”) com explosões dramáticas (como o famoso insulto de Maria a Isabel: “Figlia impura di Bolena!”).
A orquestração é típica do bel canto: apoia as vozes sem abafá-las, e confere tensão emocional ao drama.
História conturbada
A censura da época considerou ofensiva a ideia de uma rainha sendo insultada e executada no palco. A estreia em Nápoles foi cancelada.
Só em 1835, em Milão, com alterações, a obra pôde estrear. Ganhou popularidade ao longo do século XX, principalmente com interpretações de cantoras como Joan Sutherland, Beverly Sills e Montserrat Caballé.
.. En fermant les yeux" é uma das árias mais ternas e sonhadoras da ópera Manon de Jules Massenet. Cantada por Des Grieux, esta ária revela um lado idealista, puro e profundamente amoroso da personagem — é um momento lírico de suspensão do drama, onde o amor se transforma em sonho.
Contexto dramático
Ato II da ópera.
Des Grieux e Manon vivem juntos em Paris, fugidos e pobres, mas apaixonados.
O momento é de intimidade e ternura.
Des Grieux, ao lado de Manon, imagina um futuro tranquilo, onde viveriam como marido e mulher, longe do mundo.
Ao fechar os olhos, vejo lá longe
Ele fecha os olhos ("En fermant les yeux") e imagina o rosto da amada como um ideal de pureza e felicidade.
Um retiro humilde,
Cheio de felicidade, de calma e de alegria,
Tudo o que sonham os amantes apaixonados!
Ela está ali, dormindo, sorridente,
Ela me espera!
E eis que me vejo, de repente, trêmulo de esperança
.
"Adieu, notre petite table" é uma das árias mais emblemáticas da ópera Manon de Jules Massenet.
Trata-se de um momento intimista, comovente e cheio de subtexto psicológico, no qual Manon revela a dor da escolha entre o amor e o luxo.
🎭
Contexto dramático
Ato II da ópera.
Manon vive modestamente com Des Grieux, feliz mas longe do luxo que sonhara.
O rico Monsieur de Brétigny, que a deseja, oferece-lhe uma vida de conforto e riqueza.
Manon hesita... mas acaba por aceitar, mesmo sabendo que isso significará abandonar o homem que ama.
Sozinha, ela olha a mesa onde partilhava as refeições com Des Grieux e canta essa despedida, quase como se falasse com um fantasma de si mesma.
Texto (com tradução)
Adieu, notre petite table, Qui nous réunit si souvent.
Adieu, notre petite table,
Si grande pour nous cependant.
On tenait, par sa place modeste,
Un rang bien modeste aussi,
Acceptant tout, nappe ou serviette,
Et le verre d’eau de la vie.
Tu nous parus toujours honnête,
Et nous te bénissons, ami.
Adieu, notre petite table. ~
Tradução (livre):Adeus, nossa pequena mesa,
Que tantas vezes nos reuniu.
Adeus, nossa pequena mesa,
Que era pequena, mas imensa para nós.
Ocupando um lugar modesto,
Vivíamos também com modéstia,
Aceitando tudo — toalha ou guardanapo,
E o copo de água da vida.
Pareceste-nos sempre honesta,
E te abençoamos, amiga.
Adeus, nossa pequena mesa.
💔
Interpretação
O objeto simples (a mesa) representa o mundo íntimo, sincero e amoroso que Manon partilha com Des Grieux.
A despedida não é apenas material, mas espiritual e moral — ela está prestes a trair os próprios sentimentos.
A dor é contida e silenciosa, mas pungente.
Não há revolta: apenas resignação e uma ternura nostálgica pelo que está prestes a perder.
..00:00:00 Intro
▷ 00:00:42 Wagner - Overture to Rienzi (Zubin Mehta)
▷ 00:12:28 Speech by Ioan Holender
▷ 00:15:15 Wagner - Die Walküre: "Winterstürme wichen dem Wonnemond" (Plácido Domingo)
▷ 00:18:42 Verdi - Il Trovatore: "Stride la vampa" (Nadia Krasteva, Zubin Mehta)
▷ 00:26:03 Mozart - Cosí fan tutte: "Un'aura amorosa" (Michael Schade, Franz Welser-Möst)
▷ 00:31:36 Mozart - Cosí fan tutte: "Prenderó quel brunettino" (Barbara Frittoli, Angelika Kirschlager, F. Welser-Möst)
▷ 00:37:04 Umberto Giordano - Fedora: "Amor ti vieta" (Ramón Vargas, Fabio Luisi)
▷ 00:39:24 Jules Massenet - Hérodiade: "Vision fugitive" (Boaz Daniel, Bertrand de Billy)
▷ 00:43:50 Carl Maria von Weber - Der Freischütz: "Und ob die Wolke sie verhüllte" (Soile Isokoski, Peter Schneider)
▷ 00:49:58 Richard Strauss - Die schweigsame Frau: "Wie schön ist doch die Musik" (Thomas Quasthoff, P. Schneider)
▷ 00:54:50 Gaetano Donizetti - Linda di Chamounix: "Ah! tardai troppo...O luce di quest'anima" (Stefania Bonfadelli, Marco Armiliato)
▷ 00:58:57 Wagner - Tristan & Isolde: "Mild und leise wie er lächelt" (Waltraud Meier, Antonio Pappano)
▷ 01:06:48 Verdi - I Vespri Siciliani: "Il cavaliero ricusava...In braccio alle dovizie" (Leo Nucci, M. Armiliato)
▷ 01:13:34 Rossini - William Tell: "Sois immobile" (Thomas Hampson, F. Luisi)
▷ 01:16:49 Franz Lehár - Die Lustige Witwe: "So kommen Sie!...Ich bin eine anständige Frau" (Angelika Kirschlager, Michael Schade, F. Welser-Möst)
▷ 01:21:50 Wilfried Hiller - Das Traumfresserchen: "Holenderchen! Ich bin dein Traumfresserchen" (Herwig Pecoraro)
▷ 01:23:45 Puccini - Gianni Schicchi: "Avete torto!...Firenze è come un albero fiorito" (Saimir Pirgu, M. Armiliato)
▷ 01:27:20 Verdi - Nabucco: "Va, pensiero, sull'ali dorate" (Thomas Lang, M. Armiliato)
▷ 01:32:45 Mozart - Le Nozze di Figaro: "E Susanna non vien! Dove sono i bei momenti" (Barbara Frittoli, B. de Billy)
▷ 01:39:46 Vincenzo Bellini - La Sonnambula: "Ah! npn credea mirarti" (Diana Damrau, M. Armiliato)
▷ 01:49:47 Gounod - Roméo et Juliette: "L'amour!...Ah! Lève-toi, soleil!" (Ramon Vargas, Placido Domingo)
▷ 01:55:12 R. Strauss - Die Frau ohne Schatten: "Trifft mich sein Lieben nicht...Nun will ich jubeln" (Falk Struckmann, Johan Botha, Adrienne Pieczonka, Deborah Polaski, Ileana Tonca, Teodora Gheorghiu, Roxana Constantinescu, Zoryana Kushpler, Michaela Selinger, Aura Twarowska, F. Welser-Möst)
▷ 02:03:24 Wagner - Tristan und Isolde: "O sink hernieder, Nacht der Liebe" (Peter Seiffert, Petra Maria Schnitzer, F. Welser-Möst)
▷ 02:09:03 Verdi - Don Carlos: "Elle ne m'aime pas!" (Ferruccio Furlanetto, B. de Billy)
▷ 02:19:17 E. W. Korngold - Die tote Stadt: "Soll ich?...Glück, das mir verblieb" (Angela Denoke, Stephen Gould, F. Welser-Möst)
▷ 02:25:40 Massenet - Werther: "Werther...Qui m'aurait dit...Je vous écris de ma petite chambre" (Roxana Constantinescu, B. de Billy)
▷ 02:33:21 Massenet - Werther: "Pourqoi me réveiller" (Piotr Beczała, B. de Billy)
▷ 02:37:06 Puccini - Le Villi: "Se come voi piccina io fossi" (Krassimira Stoyanova, Simone Young)
▷ 02:42:41 Wagner - Lohengrin: "In fernem Land, unnahbar euren Schritten" (Johan Botha, S. Young)
▷ 02:49:21 R. Strauss - Arabella: "Er ist der Richtige nicht für mich"" (Genia Kühmeier, Adrianne Pieczonka, F. Welser-Möst)
▷ 02:56:10 Massenet - Manon: "Je marche sur tous les chemins...Obéissons quand leur voix appelle" (Anna Netrebko, B. de Billy)
▷ 03:03:24 Donizetti - La Fille du Régiment: "C'en est donc fait...Salut à la France!" (Natalie Dessay, M. Armiliato)
▷ 03:12:38 Verdi - La Forza del Destino: "Pace, pace, mio Dio!" (Violeta Urmana, Zubin Mehta)
▷ 03:18:33 Gounod - Faust: "Quel trouble inconnu...Salut! demeure chaste et pure" (Piotr Beczala, B. de Billy)
▷ 03:25:01 Wagner - Das Rheingold: "Über Stock und Stein zu Tal stapfen sie hin" (Elisabeth Kulman, Boaz Daniel, Gergely Németi, F. Welser-Möst)
▷ 03:21:58 Verdi - Macbeth: "Perfidi! All'Anglo contro me v'unite...Pietà, rispetto, onore" (Simon Keenlyside, Giullermo Garcia Calvo)
▷ 03:37:55 Speech
▷ 03:39:00 Verdi - Falstaff: "Tutto nel mondo è burla" (Leon Nucci, Boaz Daniel, Krassimira Stoyankova, Ileana Tonca, Gergely Németi, Nadia Krasteva, Elisabeth Kulman, Herwig Pecoraro, Alfred Sramek, Michael Roider, F. Welser-Möst)
A ária "Donna non vidi mai", do primeiro ato da ópera Manon Lescaut, de Puccini, é uma das declarações de amor mais ardentes e instantâneas da história da ópera. É cantada pelo personagem Des Grieux no momento em que vê Manon pela primeira vez e se apaixona à primeira vista, de forma total e irreversível.
Logo depois de Manon chegar à estalagem de Amiens, Des Grieux a vê e fica completamente enfeitiçado. Assim que ela entra, diz algumas palavras simples, e vai embora — e ele, transtornado, canta:
Texto original (em italiano):
Donna non vidi mai simile a questa!
A dirle: "io t'amo,"
a nuova vita l'alma mia si desta.
"Manon Lescaut mi chiamo,"
come queste parole
profumate,
mi vagan nello spirto
e ascose fibre vanno a carezzar!
🇧🇷 Tradução (livre, poética):
Mulher nunca vi igual a esta!
Ao dizer-lhe “eu te amo”,
uma nova vida desperta em minha alma.
“Chamo-me Manon Lescaut” —
essas palavras, tão perfumadas,
vagam pelo meu espírito
e acariciam-me as fibras mais secretas!
O que há de especial nessa ária?
Amor como arrebatamento:
Não é amor racional nem construído. É impulso, paixão desmedida, um amor que nasce como incêndio — e que já prenuncia o fim trágico.
Melodia ardente, mas contida:
A linha vocal é expansiva, mas cheia de doçura e contenção, como quem tenta expressar o inexprimível. A orquestra, por sua vez, envolve a voz com calor, deixando claro que esse amor já está selado pelo destino.
Economia dramática:
A ária é curta — cerca de 2 minutos — mas diz tudo: quem é Manon para Des Grieux, como ele se sente, e o peso de tudo isso.
.. A ária "Quando le sere al placido", do segundo ato da ópera Luisa Miller, é uma das mais sublimes criações líricas de Verdi, especialmente escrita para tenor. É cantada por Rodolfo, que, devastado, acredita ter sido traído por Luisa — sem saber que ela foi forçada a escrever uma carta mentirosa sob ameaça.
Rodolfo descobre (falsamente) que Luisa o traiu com Wurm, o vilão da história.
Sem saber da chantagem, ele se sente dilacerado — o amor virou dor, a esperança virou cinzas.
Na ária, ele relembra os tempos felizes em que Luisa lhe declarava amor nas noites calmas, contrastando com a amargura presente.
Quando le sere al placido chirar de' mobili suon, e l'aere è fresco e limpido, e il ruscello mormora ed a pregar t'invitano le labbra un tremulo... amor!
Quando, nas noites plácidas com sons suaves ao redor, o ar está fresco e límpido, e o regato murmura, e teus lábios me convidam a rezar... um amor trêmulo!
Luisa Miller é uma ópera em três atos de Giuseppe Verdi com libreto italiano de Salvatore Cammarano, baseado na peça de teatro Kabale und Liebe de Friedrich von Schiller. A estreia foi no Teatro San Carlo de Nápoles, em 8 de dezembro de 1849...
A ópera Luisa Miller, de Giuseppe Verdi, é uma obra-prima da sua fase de transição — uma ponte entre o estilo mais convencional das suas óperas de juventude e a profundidade psicológica que ele alcançaria em obras como La Traviata ou Don Carlo
Enredo em resumo
Luisa Miller é uma tragédia íntima e doméstica, ao contrário das grandes epopeias históricas de outras óperas de Verdi. A história gira em torno de:
Luisa, filha de um soldado aposentado (Miller), que ama Rodolfo, um jovem que esconde sua verdadeira identidade como filho do conde Walter.
A relação deles é ameaçada por interesses sociais e políticos, principalmente pelo vilão Wurm, que também deseja Luisa.
A ópera culmina em desilusão, traição e morte — com Luisa sendo forçada a mentir para salvar o pai e, no fim, sendo envenenada por Rodolfo antes que ambos morram juntos.
Destaques musicais
Ária de Luisa:"Lo vidi e 'l primo palpito" – expressa o amor puro que sente por Rodolfo.
Ária de Rodolfo:"Quando le sere al placido" – uma das árias de tenor mais belas e líricas de Verdi, em que Rodolfo lamenta a traição de Luisa (sem saber da verdade).
Abertura (Sinfonia): Notavelmente introspectiva e menos grandiosa que outras aberturas de Verdi — já prenuncia o tom íntimo da tragédia.
Sol y Vida não é uma opereta — é o nome de um álbum da mezzo-soprano Elīna Garanča, lançado em 2020 pela Deutsche Grammophon.
É um álbum temático, com canções clássicas e populares de inspiração hispânica e latina. Garanča mergulha em sonoridades apaixonadas, coloridas e dramáticas, com obras que vão de compositores clássicos a peças de sabor popular.
Eis a lista completa das 17 faixas do álbum Sol y Vida de Elīna Garanča, lançada em 10 de maio de 2019 pela Deutsche Grammophon, com arranjos de Karel Mark Chichon, José Maria Gallardo del Rey, Juan Durán e outroscd-lexikon.de+11europadisc.co.uk+11vinylscout.co.uk+11:
🎶 Faixas de Sol y Vida:
Granada (Agustín Lara) – arr. K. M. Chichon
La Llorona (tradicional) – arr. José Maria Gallardo del Rey
Vai lavar a cara (tradicional) – arr. Juan Durán
Gracias a la vida (Violeta Parra) – arr. José Maria Gallardo del Rey
T’estimo (na versão catalã de Edvard Grieg) – arr. Langley
Core ’ngrato (Francesco Paolo Tosti? ou Cardillo?) – arr. Langley
Torna a Surriento (Curtis) – arr. Langley
Non ti scordar di me (Curtis) – arr. Langley
Musica proibita (Flock) – arr. Chichon
Non t’amo più (Tosti) – arr. Chichon
Voce ’e notte (Curtis) – arr. Langley
Marechiare (Tosti) – arr. Langley
Yo soy María (Maria de Buenos Aires, Piazzolla) – arr. del Rey
Lela (Hermida) – arr. Durán
No puede ser (La taberna del puerto, Sorozábal) – arr. Durán
El día que me quieras (Carlos Gardel) – arr. Chichon
A ópera Louise, de Gustave Charpentier, é uma obra-prima do verismo francês que teve grande impacto no início do século XX, embora hoje esteja um pouco esquecida fora dos círculos especializados.
Informações gerais
Compositor: Gustave Charpentier (1860–1956)
Libreto: Do próprio compositor
Estreia: 2 de fevereiro de 1900, Opéra-Comique, Paris
Gênero:Opéra lyrique (com elementos de verismo, ou seja, realismo operístico)
Língua: Francês
Enredo
A ação se passa em Paris, e a ópera gira em torno de Louise, uma jovem operária que vive com os pais e se apaixona por Julien, um artista boêmio. A obra retrata o conflito entre o desejo de liberdade amorosa e artística de Louise e a opressão familiar, sobretudo a do pai, que quer mantê-la sob seu controle.
No fim, Louise decide abandonar definitivamente o lar para viver seu amor, apesar da dor que isso causa à sua mãe. O último clamor do pai, pedindo que ela volte, ecoa de forma amarga e comovente.
Música
A partitura é rica, com cores orquestrais vivas, próximas da música impressionista.
Influências de Massenet, Debussy e Puccini são perceptíveis, mas Charpentier tem uma voz própria, especialmente no uso de música popular parisiense (cantos de rua, coros de trabalhadores, etc.).
A ária mais famosa é "Depuis le jour", um dos grandes solos soprano do repertório lírico francês — lírico, sonhador, e intensamente expressivo.
Há também muitos trechos corais e interlúdios orquestrais de grande beleza.
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🗝️ Importância histórica
Foi uma ópera revolucionária em sua época, ao retratar operários, artistas e a vida urbana contemporânea com realismo.
Fez enorme sucesso em Paris e outras capitais europeias — e até no Metropolitan Opera em Nova York.
Aclamada como uma espécie de manifesto da liberdade individual e artística, especialmente da mulher.