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domingo, 30 de novembro de 2025

Dmitry Korchak

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  • Dmitry Korchak é um ténor lírico russo, nascido a 19 de fevereiro de 1979 em Elektrostal, na região de Moscovo. 

  • Além de cantor, ele também é maestro: conjugou desde cedo estudos de canto e de direcção. 

Carreira e projeção internacional

  • Em 2004, Korchak venceu o concurso internacional de canto Francisco Viñas International Singing Competition em Barcelona, e ganhou também dois prémios no Operalia Competition de Los Angeles — um grande impulso para a sua carreira. 

  • A partir daí, tornou-se presença assídua nos palcos mais prestigiados do mundo da ópera: entre eles, a Vienna State Opera, a Teatro alla Scala em Milão, a Metropolitan Opera em Nova Iorque, a Royal Opera House em Londres e a Opéra national de Paris.´

  • O seu repertório é vasto — vai do bel-canto tradicional (especialmente obras de Gioachino Rossini, Gaetano Donizetti e Vincenzo Bellini) até Mozart, e ópera francesa e russa. 

  • Ele aparece regularmente no festival de referência para o bel-canto, o Rossini Opera Festival em Pesaro — desde 2006.

Dupla carreira: cantor e maestro

  • A partir de meados da década de 2010, Korchak não só cantou como também abraçou a direcção orquestral. Entre 2017 e 2020, foi “Principal Guest Conductor” da Novosibirsk Opera and Ballet Theatre. 

  • Ele também trabalha com educação musical e direção artística — envolvido em projetos de formação e promoção de jovens cantores. 

Destaques, vozes e repertório de referência

  • Entre os papéis em ópera que marcaram sua carreira: Nemorino (de L’elisir d’amore), Don Ottavio (de Don Giovanni), Don Ramiro (de La Cenerentola), Conte Almaviva (de Il barbiere di Siviglia), Arturo (em I Puritani), Lenski (em Eugene Onegin), Tamino (de Die Zauberflöte), e papéis-título como em Werther e Les Contes d’Hoffmann

  • A crítica destaca a sua voz clara, ágil e expressiva — ideal para o bel-canto — e a sua versatilidade em repertório diverso. 

  • Ele também gravou vários álbuns — incluindo um dedicado à música e canto coral russo, reafirmando as suas raízes e amor pela tradição vocal russa. 

Por que ele é considerado uma das vozes de excelência da actualidade

  • Porque alia técnica vocal refinada, repertório vasto e relevância internacional — cantando e regendo nas casas mais prestigiosas do mundo.

  • Porque mantém viva a tradição do bel-canto, enquanto expande horizontes como maestro e formador — algo nem sempre comum para cantores-ténor.

  • Porque continua ativo e procurado nos grandes palcos e festivais, mostrando longevidade artística.

  • Aqui canta Una furtiva lacrima da Elixir do amor

sábado, 29 de novembro de 2025

Dmitry Belosselski

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  • Dmitry Belosselskiy é um cantor lírico russo de voz de baixo, amplamente considerado — por muitos críticos e casas de ópera — como “uma das baixas mais emocionantes da sua geração”.

  • Nasceu em 1975 em Pavlograd (antiga URSS). 

  • Formou-se na Academia de Música Gnessin, em Moscovo.

  • Em 2007 ganhou o segundo prémio na categoria masculina no International Tchaikovsky Competition — um impulso importante para sua carreira. 

🌍 Carreira internacional & prestígio

  • Belosselskiy já cantou em quase todos os grandes palcos de ópera do mundo: Metropolitan Opera (Nova Iorque), La Scala (Milão), Bayerische Staatsoper (Munique), Wiener Staatsoper (Viena), Opéra national de Paris, Salzburger Festspiele, entre muitos outros. 

  • Trabalhou com maestros de renome, como Riccardo Muti, Zubin Mehta, Daniel Barenboim, entre outros. 

  • O seu repertório é vasto: inclui papéis de baixo tradicional (como Zaccaria em Nabucco, Phillipe II em Don Carlo, o papel-título em Boris Godunov, entre outros) — mas também papéis em óperas de estilos diferentes, de compositores russos e ocidentais.

Estilo, voz e o que o distingue

  • A sua voz é descrita como profunda, poderosíssima, mas também com capacidade de nuance: não é apenas “baixo potente”: consegue dar expressividade, sensibilidade dramática e finesse estilística. Um crítico, falando de uma atuação sua recente, elogiou não só o “bass amplo e caverneoso”, mas também a clareza da dicção e a expressividade, “como se dispusesse de toda a gama de emoções, sem recorrer aos clichés da “basse russe”.” 

  • Em papéis dramáticos ou de grande carga psicológica — como em “Don Carlo”, “Aida”, ou “Boris Godunov” — há quem diga que ele domina com autoridade vocal e presença de palco, conseguindo transmitir dignidade, dor, opressão, nostalgia — quando a música pede isso. 

  • Porém, o que realmente o distingue é a versatilidade: consegue migrar entre repertórios clássicos ocidentais e peças russas, ópera e concertos, com afinidade tanto para os dramas intensos quanto para as obras sacras ou corais. 

Significado atual no panorama operístico

Para mim — e para muitos amantes da ópera — Dmitry Belosselskiy representa um tipo de voz e artista que concilia força-básica e sensibilidade, o que nem sempre é fácil quando se trata de baixo. Ele mantém relevância décadas após a sua formação, e continua a ser convidado para papéis principais e desafiadores: isso mostra a sua competência técnica, percurso brilhante e — o mais importante — autoridade artística. Aqui canta da Luisa Miller Il mio sangue la vita darei 

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Dmitri Hvorostovsky

Dmitri Hvorostovsky foi um dos maiores barítonos líricos do final do século XX e início do XXI — uma presença artística que juntava voz de prata, carisma magnético e uma aura quase cinematográfica no palco.

A voz

A marca registrada de Hvorostovsky era aquele timbre prateado, homogéneo, aveludado, absolutamente distinto. Mesmo entre grandes barítonos russos, ele se destacava pela linha vocal impecável, respiração longa e fraseado elegante — sempre com uma naturalidade espantosa.

Carisma e presença

Havia nele algo quase aristocrático. Ele entrava em cena e já era “a personagem”. Não precisava de exageros: a postura, o olhar e a musicalidade bastavam para construir um drama inteiro. Isso fez dele um favorito do público no Metropolitan Opera, no Covent Garden, em Zurique e em praticamente todas as grandes casas de ópera.

Repertório

Embora fosse versátil, ficou especialmente associado a:

  • Tchaikovsky (Onegin, Yeletsky)

  • Verdi (Rigoletto, Il trovatore, Don Carlo)

  • Repertório russo de canções e romances (ele era extraordinário aqui)

Quando cantava música russa — sobretudo romances — a interpretação ganhava uma profundidade única, quase confessional.

A ligação emocional com o público

Mesmo após o diagnóstico de tumor cerebral em 2015, Hvorostovsky continuou a cantar enquanto pôde. As aparições finais, especialmente no MET, tornaram-se momentos de emoção coletiva.
A sua última performance pública no “Met Opera Gala 2017”, cantando “Cortigiani, vil razza dannata”, entrou para a história como um ato de força e entrega artística.

Legado

Hvorostovsky deixou uma marca profunda:

  • Uma das vozes mais reconhecíveis do nosso tempo

  • Um modelo de elegância vocal

  • Uma presença que transcendeu a técnica

  • Um legado imenso de gravações de ópera e canções russas

  • Aqui canta Il ballen del suo sorriso da opera Il Trovatore

 

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Deborah Voigt

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Deborah Voigt

  1. Perfil artístico 

    • Ela brilha sobretudo nas óperas de Wagner e Richard Strauss, mas também já cantou papéis de compositores italianos como Puccini e Verdi. 

    • Além da ópera clássica, ela também faz recitais de música Broadway e standards populares. 

  2. É uma soprano dramática americana, conhecida por ter uma voz poderosa, “caudalosa”, ideal para repertóri

  3. Formação e início de carreira

    • Nascida em 4 de agosto de 1960. 

    • Cresceu cantando em corais gospel na igreja — isso moldou bastante sua musicalidade. 

    • Estudou na California State University, Fullerton e participou do programa Merola da San Francisco Opera.

    • Conquistou premios importantes, incluindo no Concurso Tchaikovsky e no Concurso Luciano Pavarotti.

    • Carreira na ópera

    • Entre seus papéis mais emblemáticos: Isolda (de Tristan und Isolde), Sieglinde (de Die Walküre), Ariadne (de Ariadne auf Naxos), Salomé, entre outros.


    • Ela também assumiu papéis muito dramáticos (“hochdramatische soprano”), o que exige grande resistência vocal. 

    • Já atuou no Metropolitan Opera, por exemplo em “Ring” de Wagner.

    • Desafios pessoais e saúde

    • Voigt passou por uma cirurgia de redução de estômago (bypass gástrico) após críticas por seu peso. 

    • Em sua autobiografia, ela fala abertamente sobre vícios: comida, álcool, relacionamentos tóxicos. 

    • A perda de peso teve impacto até no canto: ela disse que agora precisa “pensar mais” no processo de respirar e usar a musculatura, porque, antes, o peso extra ajudava de um jeito inconsciente. 

    • Reconhecimento e legado

    • Recebeu muitos prêmios, entre eles o Richard Tucker Award e foi nomeada Vocalista do Ano pela Musical America

    • Honrada com a Ordem das Artes e Letras da França (“Chevalier”) por suas contribuições musicais. 

    • Também tem envolvimento educativo: é mentora de jovens cantores, participa de fundação, dá masterclasses. 

    • Foi nomeada para dar aulas no San Francisco Conservatory. 


 

domingo, 23 de novembro de 2025

Darina Takova

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Darina Takova

  1. Origem e formação

    • Ela é búlgara, nasceu em Sófia em 27 de dezembro de 1963

    • Estudou na Academia Nacional de Música “Pancho Vladigerov” em Sófia, nas classes de professores como Mati Pinkas e Mila Dyulgerova. 

    • Foi membro da Ópera Nacional da Bulgária por seis temporadas antes de lançar sua carreira internacional. 

  2. Carreira artística

    • A partir de 1992, ela passou a se apresentar nos grandes palcos mundiais: La Scala (Milão), Royal Opera House (Covent Garden), Metropolitan Opera (Nova York), entre muitos outros. 

    • Ela interpretou papéis desafiadores e emblemáticos: por exemplo, a Rainha da Noite (Queen of the Night) em A Flauta Mágica, Violetta em La Traviata, Lucia em Lucia di Lammermoor, Lucrezia Borgia, Anna Bolena, Maria Stuarda, Amina (de La Sonnambula), Marguerite (de Faust)…

    • Trabalhou com grandes maestros como Riccardo Muti, Alberto Zedda, Carlo Rizzi, Víctor Pablo Pérez. 

  3. Transição para o ensino

    • Por volta de 2007, ela se afastou dos palcos internacionais e começou a dedicar-se ao ensino. 

    • Criou a Fundação Darina Takova em Sófia, com o objetivo de apoiar jovens talentos da ópera. 


  4. Reconhecimento e prêmios

    • Ela ganhou concursos importantes como Luisa Todi (Lisboa), Francesc Viñas (Barcelona) e Totti Dal Monte (Treviso). 

    • Sua carreira nas grandes óperas e festivais a tornou uma referência, especialmente entre sopranos belcantistas (ou de repertório dramático-lírico). 

  5. Visão pessoal

    • Em entrevistas, ela fala com gratidão sobre sua trajetória, dizendo que aprendeu muito com os desafios que enfrentou.

    • Ela costuma afirmar que a ópera é uma “missão”: para ela, apoiar a próxima geração é tão importante quanto a própria carreira.


Por que ela é relevante

  • Artisticamente: foi uma soprano de destaque, com técnica e versatilidade para papéis belcantistas e dramáticos.

  • Educacionalmente: ao fundar uma instituição para jovens cantores, ela contribui para o futuro da ópera — especialmente na Bulgária.

  • Inspiradora: sua trajetória mostra não só sucesso, mas também compromisso com a arte e com a formação de novos talentos.

  • Aqui canta com Giuseppe Filianoti  a Final Scene de ópera Fausto 

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Daniela Barcellona

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Daniela Barcellona

  • É uma mezzosoprano italiana, nascida em Trieste, no dia 28 de março de 1969.

  • Estudou canto com Alessandro Vitiello, que também se tornou seu parceiro artístico e pessoal (eles se casaram em 1998).

  • Ela é muito respeitada pelas “linhas amplas” de fraseado, pela emissão firme e homogênea, e também por ter um timbre atraente e muito controle em coloraturas. 

Carreira

  • Seu debut importante foi em 1999 no Rossini Opera Festival em Pesaro, no papel-título de Tancredi, papel “en travesti” (ou seja, um personagem masculino interpretado por uma mulher). 

  • Tornou-se uma intérprete de referência para muitos papéis “bel canto” — especialmente de Rossini, mas também de Bellini, Donizetti.

  • Também interpreta repertório de Verdi (como Falstaff, Don Carlo) e concertos (por exemplo, Réquiem de Verdi).Trabalhou com muitos maestros e diretores famosos: Claudio Abbado, Riccardo Muti, Valery Gergiev, Myung-Whun Chung, entre outros. 

  • Cantou em casas de ópera de prestígio mundial: Metropolitan Opera (Nova York), La Scala (Milão), Royal Opera House (Londres), Ópera de Paris, Teatro Real (Madrid), entre outras. 

  • Qualidades Artísticas
  • Técnica vocal: sólida, muito bem controlada, tanto em parte lírica quanto em coloratura.

  • Expressividade: capaz de transmitir tanto força dramática (em papéis sérios) quanto leveza e agilidade no bel canto.

  • Versatilidade: embora muito associada ao bel canto (Rossini, Bellini), ela navega também por repertório mais “romântico” (Verdi) e repertório de concerto.

  • Importância no Mundo da Ópera

  • É uma das mezzos-sopranos italianas mais influentes da sua geração, especialmente para papéis “en travesti”.

  • Sua discografia e presença em grandes casas de ópera fazem dela não só uma cantora de palco, mas também uma referência de gravação.

  • Combinando performance e ensino, ela contribui para a formação de jovens cantores.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Clara Polito

 Clara Polito é conhecida pelos seus papéis principais em óperas de Bellini, Donizetti, Mozart e Verdi em teatros de renome, incluindo o Teatro La Fenice, o Teatro San Carlo e a Accademia Nazionale di Santa Cecilia, em Roma. A sua discografia inclui lançamentos de CD e DVD de óperas como Pia de' TolomeiI Capuleti e i Montecchi e Semiramide.  
Aqui canta Casta Diva da Norma 

sábado, 15 de novembro de 2025

Charles Castronovo

 Charles Castronovo é um dos tenores líricos mais respeitados da atualidade. 
  • Nasceu em 19 de junho de 1975 em Queens, Nova York

  • Filho de pai siciliano e mãe equatoriana. 

  • Cresceu na Califórnia, onde estudou voz clássica (licenciatura) na California State University, Fullerton


Trajetória e Carreira

  • Começou na Los Angeles Opera, como membro do coro residente. 

  • Foi convidado para o programa Lindemann Young Artists no Met Opera, um programa de jovens talentos. 

  • Fez sua estreia no Met como Beppe em I Pagliacci na temporada de abertura de 1999.

Repertório e Papéis Significativos

Castronovo tem um repertório muito versátil, mas com forte inclinação para papéis líricos:

  • Mozart: Don Ottavio (Don Giovanni), Ferrando (Così fan tutte), Tamino (A Flauta Mágica

  • Bel canto / Donizetti: Nemorino (L’elisir d’amore

  • Verdi / Românticos: Alfredo (La Traviata), Rodolfo (La Bohème), o duque de Rigoletto 

  • Gounod / Massenet: Faust, Romeo (Roméo et Juliette

  • Outros papéis interessantes: Tom Rakewell (The Rake’s Progress

  • Projeto de estreia: papel-título de Il Postino, ao lado de Plácido Domingo.


Presença Internacional

  • Já se apresentou nos grandes teatros de ópera do mundo: Royal Opera House (Londres), Opéra de Paris, Ópera Estatal de Berlim, Ópera de Munique, Viena, Madrid, entre outros. 

  • Também participa de festivais como Salzburgo e Aix-en-Provence

  • No palco de concertos, canta com orquestras importantes como a Chicago Symphony e a New York Philharmonic


Estilo e Técnica

  • É conhecido por ter uma técnica vocal sólida (“bullet-proof”) e ao mesmo tempo grande expressividade emocional. 

  • Em entrevistas, Castronovo já disse que para ele a emoção é mais importante que a técnica — ele privilegia trazer cor emocional ao papel, não apenas “cantar certo”. Tem também projetos de gravação que misturam ópera com canções italianas (como Tosti), mostrando que ele é apaixonado por variados estilos.

Reconhecimento e Prêmios

  • No Festival de Salzburgo, por exemplo, teve grande destaque, especialmente como Gabriele Adorno em Simon Boccanegra. Em 2019, foi eleito Melhor Cantor Masculino no International Opera Awards

Particularidades e Curiosidades

  • Nos anos de juventude, Castronovo tinha o sonho de ser rock star

  • Mas ele acabou se apaixonando pela ópera por causa da dramaticidade e da profundidade emocional — para ele, “a ópera é o rock’n’roll da música clássica”. Ele também gosta de orientar jovens tenores, ajudando-os tecnicamente e dando conselhos. 


sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Cesare Siepi

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Cesare Siepi (1923–2010) foi um dos maiores baixos do século XX, reconhecido por uma combinação rara de voz nobre, presença cénica carismática e uma elegância natural que o tornou referência em vários papéis do repertório italiano e mozartiano.

A voz

A voz de Siepi era aquilo que muitos chamam de baixo verdadeiro:

  • timbre escuro,

  • homogéneo em toda a extensão,

  • grave profundo porém nunca pesado,

  • uma linha de canto limpa e fluida,

  • dicção impecável.

Tinha também uma musicalidade aristocrática, que o distinguia de baixos mais “brutais” ou caricaturais.

O Don Giovanni lendário

Para muitos, o Don Giovanni de Mozart interpretado por Cesare Siepi é o maior do século XX.

Por quê?

  • Ele cantava o papel como um verdadeiro nobre sedutor, não como um fanfarrão.

  • Movia-se no palco com subtileza e elegância.

  • A voz transmitia tanto charme quanto ameaça.

  • O “Deh, vieni alla finestra” com ele tornou-se emblemático — uma serenata dita quase ao ouvido do público.

A sua parceria com grandes maestros (Karl Böhm, Josef Krips, Erich Kleiber) ajudou a cimentar essa reputação.

O grande baixo italiano

Para além de Mozart, Siepi brilhou no grande repertório italiano:

  • Filippo II (Don Carlo): interpretação de referência pela dignidade melancólica do personagem;

  • Fiesco (Simon Boccanegra): profundo e comovente;

  • Basilio (Il barbiere di Siviglia): ironia contida e elegante;

  • Zaccaria, Méphistophélès, Colline, entre muitos outros.

Era um cantor capaz de unir peso e beleza de timbre, o que o colocava numa categoria raríssima.

Carreira internacional

  • Estreou no Teatro alla Scala aos 18 anos, ainda adolescente.

  • Foi presença constante no Metropolitan Opera durante mais de 20 anos.

  • Atuou em praticamente todos os grandes palcos: Viena, Salzburgo, Londres, Paris, São Francisco…

Seu carisma fazia dele não só um grande cantor, mas também um ator de presença magnética.

A tradição que deixou

Cesare Siepi é frequentemente citado como:

  • um dos últimos baixos “de escola italiana” com som amplo e apoio impecável;

  • modelo de estilo no canto mozartiano;

  • referência para baixos posteriores como Ruggero Raimondi, Ferruccio Furlanetto e René Pape.

  • Aqui canta La ci darem la mano ,com a minha adorada Mirella Frenida ópera  Don Giovanni

Don Carlos-Ella giammai m'amo

.. Eu vi, estava lá em 1 de Março de 1977 no Coliseu de Recreios, lembro-me de me ter arrepiado, em ouvir este senhor chamado Cesare Siepi, cantar este ária do Don Carlos de Verdi e desde então se me perguntarem, incluo sempre esta ária nas minha preferidas

Acompanhamento de luxo, como era naquele tempo Zampieri em Isabel Valois e Giuliano Ciannella em D.Carlos., entre outros e nos pequenos papéis as nossas Elsa saque e Elizette Bayan.

Faleceu em Atlanta, 6 de julho de 2010.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Celso Albelo

Celso Albelo é um tenor lírico espanhol nascido em Tenerife, nas Ilhas Canárias, amplamente reconhecido por sua voz luminosa, técnica refinada e estilo belcantista elegante.

 É um dos grandes intérpretes contemporâneos de repertório italiano do século XIX — especialmente Donizetti, Bellini e Verdi — e tem sido elogiado tanto pela beleza tímbrica quanto pela expressividade interpretativa.
  • Carreira internacional: Albelo tem cantado nos principais teatros de ópera do mundo — La Scala (Milão), Teatro Real (Madri), Royal Opera House (Londres), Ópera de Paris e outros

  • Repertório: É especialmente notável nas óperas Lucia di Lammermoor, La sonnambula, L’elisir d’amore, Rigoletto, e I Puritani.

  • Voz e estilo: A sua voz é clara, brilhante e flexível, com um domínio técnico que lhe permite atacar notas agudas com aparente facilidade, o que o torna um dos herdeiros da tradição de grandes tenores belcantistas como Alfredo Kraus — também canário e, de certa forma, uma influência e referência para Albelo.

  • Presença e emoção: Apesar de uma técnica muito apurada, Albelo costuma ser elogiado também por sua entrega emocional, algo que equilibra o virtuosismo com sinceridade interpretativa.

  • Aqui canta da I Puritani Credeasi misera 

 

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Gianfranco Cecchele

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 Biografia resumida

  • Nascido em 25 de junho de 1938, em Galliera Veneta (Pádua, Itália)

  • Estreia-operística em 5 de março de 1964 no Teatro Bellini (Catania) em La Zolfara de Giuseppe Mulè. 

  • Poucos meses após a estreia, já cantava no Teatro alla Scala em Milão. 

  • Faleceu em 12 de dezembro de 2018.

Voz, repertório e estilo

Qualidades vocais:

  • Era classificado como tenor “lirico-spinto” (ou seja, voz de tenor com alguma “força” extra) que rapidamente assumiu papéis exigentes do repertório italiano — verdiano, pucciniano, verista. 

  • O seu salto rápido de estreia para grandes palcos deu-lhe visibilidade mas talvez também pressão. 

  • Ele próprio declarou ter estudado com Marcello Del Monaco (irmão de Mario Del Monaco) e ter aplicado métodos que exigem suporte forte de diafragma e “laringe baixa”. 

Repertório típico:

  • Papéis como Pollione em Norma de Bellini, Radamès em Aida, Calaf em Turandot, Canio em Pagliacci, entre muitos outros. 

  • Interessava-se por papéis “pesados” para um tenor que começou ligeiro — o que trazia vantagens (emocionalmente dramáticos) e riscos (uso intenso da voz). 

Destaques da carreira

  • Uma estreia impressionante: em poucos meses após início, já em La Scala. Isso mesmo foi destacado várias vezes. 

  • Em 1965, participou em Norma em Paris ao lado de Maria Callas. 

  • Gravou algumas óperas ao vivo que hoje são apreciadas como documentos históricos da voz italiana dos anos 60.

Problemas e desafios

  • Em 1969, teve problemas repetidos de amigdalite (tonsilite) que exigiram cirurgia. Isso obrigou-o a interromper a carreira para recuperação. 

  • Depois da cirurgia, segundo muitos críticos e cronistas, a voz nunca teve exatamente a mesma “facilidade” ou frescura da fase inicial. 

  • Em 1980, envolveu-se em litígio com a direção da La Scala por quebra de contrato e alegadas deficiências vocais — processo que ganhou anos depois, mas que afetou a sua reputação e oportunidades. 

Avaliação crítica

  • Pontos positivos: voz de bom volume, presença dramática, repertório ambicioso. Fez papéis que muitos tenores evitam cedo.

  • Pontos menos positivos (ou cautelares): a técnica, em certos momentos, ficou à mercê de exigências externas; a recuperação pós-cirurgia não deixou tudo intacto; em algumas gravações ao vivo há queixas de falta de refinamento ou de “musicalidade” comparada aos maiores mestres. 

  • Em resumo: Cecchele é um tenor que merece ser recordado e explorado, especialmente se se  gosta de vozes italianas poderosas que se lançam em repertório pesado, mas talvez sem a “polidez” dos maiores nomes do género.

 

domingo, 9 de novembro de 2025

Butterfly-Vogliatemi bene

..O dueto "Vogliatemi bene" de Madama Butterfly (uma ópera de Giacomo Puccini) é uma das cenas mais emocionantes e comoventes da obra, e, em muitos aspectos, é também um dos momentos de maior expressão lírica e dramática da ópera.

A ária ocorre no ato 2, quando a protagonista Cio-Cio-San (Madama Butterfly), depois de ter sido abandonada por Pinkerton (o oficial da marinha americana), recebe a visita dele, e eles trocam palavras e sentimentos sobre o que aconteceu durante o tempo em que ele esteve ausente. "Vogliatemi bene" é uma expressão de amor puro, e, ao mesmo tempo, de uma profunda dor e desespero, com Cio-Cio-San pedindo a Pinkerton que a ame e que a valorize como ela o ama. 
Aqui cantam Catherine Malfitano coko Cio-Cio San (Butterfly) e
Richard Leech como Pinkerton

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Carlo Colombara

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  • Carlo Colombara nasceu em Bolonha, Itália, em 7 de agosto de 1964.

  • Começou por estudar piano aos 12 anos e aos 15 iniciou os estudos de canto com o maestro Paride Venturi em Bolonha.

  • Em 1986 ganhou o prémio “melhor cantor italiano” no concurso G.B. Viotti Competition. 

  • Em 1987 venceu também o concurso As.Li.Co Competition em Milão e começou rapidamente a fazer a sua estreia profissional. 

  • Fez estreia em teatros importantes: por exemplo, no Teatro dell'Opera di Roma como Silva em Ernani de Verdi. 

  • Em 1989 fez uma estreia de relevo no Teatro alla Scala em Milão, como Procida em I vespri siciliani de Verdi, sob a batuta de Riccardo Muti. 

Repertório, estilo e pontos fortes

  • Colombara é um baixo italiano — isto significa que sua tessitura é a mais grave entre os cantores de voz feminina/masculina habituais na ópera, e isso dá-lhe uma presença vocal imponente. 

  • É frequentemente descrito como um dos mais importantes “bassi verdiani” da atualidade — ou seja, é especialmente associado ao repertório de Giuseppe Verdi, que exige voz profunda, autoridade, cor dramática e capacidade de expressividade. 

  • Mas não se limita a Verdi: também inclui no repertório bel canto italiano, música romântica francesa (mélodies) e produções modernas. 

  • Há destaque para a voz “timbre escuro, mobilidade, riqueza de coloração” — características que permitem-lhe tanto papéis de grande poder vocal como de subtil nuance. 

  • Em concertos, por exemplo, tem interpretado a Messa da Requiem de Verdi muitas dezenas de vezes, o que demonstra também o seu valor no repertório de oratório.

Momentos de destaque na carreira

  • A produção “ao ar livre” de Turandot na Cidade Proibida em Peking sob a direcção de Zubin Mehta é citada como marco. 

  • Debutou em papéis fora do repertório habitual de baixo puro: por exemplo, escambolou para personagens como Don Giovanni (Mozart) e papéis de barítono/buffa — mostrando versatilidade. 


Aqui canta .da óperaDon Carlos-Ella giammai m'amo,

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Carla Hanson

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  • Carla Thelen Hanson obteve o B.M. e o M.M. na Northern Arizona University.

  • É também professora de voz no Luther College (Decorah, Iowa, EUA). 

  • No perfil de “Operabase” consta que se dedica à ópera e opereta com várias produções documentadas. 

Principais papéis, estilo vocal e críticas

  • Interpretou papéis como Cio-Cio San em Madama Butterfly (de Giacomo Puccini) e Desdemona em Otello (de Giuseppe Verdi). 

  • A crítica destaca: “Hanson’s vocal range, exquisite control and emotional depth culminated in ‘Willow Song’ …” para o papel de Desdemona. 

  • Sobre a estreia em Nova Iorque como Tosca: “her dark-grained, strongly felt ‘Vissi d’arte’ sailed right up to the uppermost balcony.” 


Características vocais e repertório

  • O timbre: a crítica refere-se a um timbre “escuro no meio” (“dark in its middle range”) mas com extensão na zona aguda suficiente para os grandes papéis líricos. 

  • Repertório variado: além de Verdi e Puccini, inclui repertório de concerto como o Missa Solemnis de Ludwig van Beethoven, o Requiem de Verdi, o Vier Letzte Lieder de Richard Strauss. 

  • Ela também se envolve na formação de jovens cantores, o que revela uma vertente pedagógica bastante forte.


Observações / pontos de interesse

  • É interessante a combinação “grande palco + ensino universitário”. Isso pode dar-lhe uma visão rica e prática sobre desempenho e técnica, bem como sobre pedagogia vocal.

  • O facto de ter sido elogiada por “alcance até o balcão mais alto” (“uppermost balcony”) no papel de Tosca sugere confiança técnica e projeção, algo vital em papéis dramáticos-líricos.

  • O perfil “anti-diva”, de alguém confortável fora do palco com roupa simples, sugere que ela privilegia o trabalho musical e humano mais do que a imagem glamorosa — o que pode apelar se te interessa uma abordagem mais “viva” e menos estereotipada da ópera.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Bryan Hymel

.Bryan Hymel é um caso curioso e fascinante dentro do panorama da ópera  contemporâneo. Norte-americano, nascido em 1979, ele consolidou-se sobretudo como tenor dramático de agilidade — um tipo vocal entre o lyrico-spinto e o grand opéra heroico, dotado de brilho metálico, resistência e técnica sólida.

Voz e técnica

A voz de Hymel é ampla, com centro robusto e agudos penetrantes, algo reminiscentes de um jovem Vickers mas com mais flexibilidade. O timbre tem uma coloração clara, de brilho algo “argentino”, que projeta com facilidade nas grandes salas. Ele alia potência e legato, mantendo boa clareza na dicção francesa — um ponto alto, já que poucos tenores não francófonos conseguem tal naturalidade no idioma.

Repertório

Hymel destacou-se num repertório de enorme exigência, em especial:

  • Berlioz (Les Troyens — Énée): papel colossal, que ele cantou com sucesso na Royal Opera House e no Met; a resistência e o heroísmo da emissão impressionaram.

  • Meyerbeer (Robert le diable, Les Huguenots): domínio do estilo grand opéra com fôlego e elegância.

  • Massenet (Werther e Le Cid): mostrou sensibilidade e lirismo.

  • Puccini (La Bohème, Madama Butterfly): menos frequente, mas convincente.

  • Verdi (Aida): já abordou Radamès, mas o francês heroico parece ser sua zona natural.

Estilo interpretativo

Hymel tem um fraseado intenso, de entrega total — às vezes até arriscando o controle pelo ardor dramático. O seu canto é de honestidade emocional direta, sem artifícios. Quando está em boa forma, consegue conjugar a força com o requinte estilístico; quando não, o metal do timbre pode endurecer um pouco nos agudos extremos. Aqui canta da opera Guilherme ,Asile héréditaire 

domingo, 2 de novembro de 2025

BRUCE FORD

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  • Bruce Ford nasceu a 15 de Agosto de 1956 em Lubbock, Texas, EUA. 

  • Estudou no Texas Tech University e na University of Texas, e integrou o estúdio jovem da Houston Grand Opera (HGO) como formação inicial.

  • Em meados da década de 1980 mudou-se para a Europa para desenvolver a sua carreira operática profissional — primeiro em casas menores (Wuppertal, Mannheim) até aos palcos maiores. 


Repertório e área de especialidade

  • Ford é particularmente associado ao repertório de Gioachino Rossini (bel canto) e a papéis de tenor lírico-ágil: por exemplo, papeis como Almaviva em Il Barbiere di Siviglia, Argirio em Tancredi, Oreste em Ermione

  • Também canta – e tem tido grande êxito – papéis de Wolfgang Amadeus Mozart: Belmonte, Ferrando, Idomeneo, Mitridate, etc. 

  • A partir dos anos 90 associou-se fortemente à casa discográfica britânica Opera Rara, gravando óperas pouco ou raramente apresentadas. 

Locais de actuação e reconhecimento

  • Actuou em casas de ópera de prestígio: La Scala (Milão), Royal Opera House Covent Garden (Londres), Vienna State Opera, Metropolitan Opera (Nova Iorque).

  • A reputação: “um dos tenores mais destacados da sua geração” no campo bel canto. 

Características de voz e interpretação

  • Voz lírica-ágil, bem adaptada a exigências técnicas do bel canto (coloratura, extensão, flexibilidade) e também com sensibilidade para o fraseado mozartiano.

  • Em entrevistas, Ford comenta sobre os desafios do tenor: viajar, manter a técnica, escolher repertório adequado ao seu tipo de voz. 

  • Ele próprio diz que optou por se focar em repertório que “encaixa bem na minha voz” em vez de forçar papéis maiores/diferentes. 

  • aqui canta da opera Mitridate de Mozart Se di lauri il crine adorno

sábado, 1 de novembro de 2025

Pavarotti Plus - NYC 1991

..4:12 Le Nozze di Figaro - Overture 10:07 Un’aura amorosa (Luciano Pavarotti) 15:20 Au fond du temple saint (Marcello Giordani and Haijing Fu) 21:05 Una parola, o Adina (Luciano Pavarotti and Ruth Ann Swenson) 28:57 Nel mirarti un solo istante (Renee Fleming and Marcello Giordani) 37:54 Venti scudi (Luciano Pavarotti and Lucio Gallo) 46:22 Signorina in tanta fretta (Ruth Ann Swenson and Paul Plishka) 54:55 Madre, non dormi? (Luciano Pavarotti and Dolora Zajick) 1:04:20 Me voici (Marcello Giordani and Paul Plishka) 1:13:32 Sulla tomba (Cheryl Studer and Luciano Pavarotti) 1:26:00 Intermission features 1:50:55 O paradiso (Luciano Pavarotti) 1:55:10 Là ci darem la mano (Ruth Ann Swenson and Lucio Gallo) 1:59:38 L’amico Fritz - Cherry Duet (Renee Fleming and Luciano Pavarotti) 2:09:26 Fu la sorte dell'armi (Cheryl Studer and Dolora Zajick) 2:19:47 Solenne in quest'ora (Luciano Pavarotti and Haijing Fu) 2:24:35 Suoni la tromba (Haijing Fu and Andrea Silvestrelli) 2:34:04 Lucia di Lammermoor - Sextet Encores: 2:41:41 Recondita armonia 2:46:38 E lucevan le stelle 2:50:51 O sole mio