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domingo, 27 de julho de 2025

Manon Lescaut-Donna non vidi ma

A ária "Donna non vidi mai", do primeiro ato da ópera Manon Lescaut, de Puccini, é uma das declarações de amor mais ardentes e instantâneas da história da ópera. É cantada pelo personagem Des Grieux no momento em que vê Manon pela primeira vez e se apaixona à primeira vista, de forma total e irreversível.

Logo depois de Manon chegar à estalagem de Amiens, Des Grieux a vê e fica completamente enfeitiçado. Assim que ela entra, diz algumas palavras simples, e vai embora — e ele, transtornado, canta:

Texto original (em italiano):

Donna non vidi mai
simile a questa!

A dirle: "io t'amo,"
a nuova vita l'alma mia si desta.

"Manon Lescaut mi chiamo,"
come queste parole
profumate,
mi vagan nello spirto
e ascose fibre vanno a carezzar!


🇧🇷 Tradução (livre, poética):

Mulher nunca vi igual
a esta!

Ao dizer-lhe “eu te amo”,
uma nova vida desperta em minha alma.

“Chamo-me Manon Lescaut” —
essas palavras, tão perfumadas,
vagam pelo meu espírito
e acariciam-me as fibras mais secretas!

O que há de especial nessa ária?

  • Amor como arrebatamento:
    Não é amor racional nem construído. É impulso, paixão desmedida, um amor que nasce como incêndio — e que já prenuncia o fim trágico.

  • Melodia ardente, mas contida:
    A linha vocal é expansiva, mas cheia de doçura e contenção, como quem tenta expressar o inexprimível. A orquestra, por sua vez, envolve a voz com calor, deixando claro que esse amor já está selado pelo destino.

  • Economia dramática:
    A ária é curta — cerca de 2 minutos — mas diz tudo: quem é Manon para Des Grieux, como ele se sente, e o peso de tudo isso.


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