Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Anna Netrebko

A 4ª soprano que escolhi para a selecção final da melhor soprano actual é Anna Netrebko. Quando alguém afirmar que a ópera é chata, cantada por gordas feias que só sabem gritar, apresentem-lhes Anna Netrebko, uma jovem soprano russa de 36 anos. É um produto técnico da Escola de São Petersburgo e do seu orientador vocal o maestro Valera Gergiev, que a descobriu quando começou a trabalhar lavando o chão do Teatro Mariinsky. Isto sim chama-se começar por baixo. Descobri este magnifico clip de Anna Netrebko cantando num Prom, com uma graciosidade espantosa (aproveitando o clima favorável desse concertos) um trecho duma opereta de Franz Lehar, "Giuditta" "Meine Lippen sie Kussen so heiss". Para ver esta delícia clicar aqui O segundo vídeo refere um concerto em São Petersburggo em 2003, cantando da Lucia de Lammermoor "Regnava nel silenzio"
Enquanto espera a chegada de Edgardo, Lucia relata como lhe apareceu um dia, entre as águas tingidas de sangue daquela fonte, uma jovem morta muitos anos atrás por ciúmes de um Ravenswood. Este recitativo dá entrada á primeira ária da soprano “Regnava nel silêncio”, de uma considerável dificuldade, pelos registos agudos, para conseguir efeitos que tendem a “desequilibrar” a melodia, justificado pelo próprio carácter desequilibrado de Lucia. Uma frases de Alisa(na ópera) separa a ária da cabaleta “Quando rapito in estasi”, de ritmo muito mais leve, que constitui uma demonstração do virtuosismo da intérprete, pois é neste parte que deve exibir o seu gosto na escolha das ornamentações vocais. Para ver clicar aqui O terceiro vídeo refere uma participação de Netrebko num filme sobre o Elixir do amor cantando aqui uma ária do primeiro acto chamada " Della crudele Isotta" Par ver clicar aqui

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Elisabete Matos

A terceira soprano a apresentar é a nossa Elisabete Matos. Sem qualquer ponta de nacionalismo, é merecida a nomeação da "La Matos", como ela é conhecida no meio operístico. Natural de Braga, foi bolseira da Fundação Gulbenkian para os seus estudos de canto e violino. Após a sua estreia na Ópera de Hamburgo, como Donna Elvira em Don Giovanni e Alice Ford em Falstaff, em 1997 participou na reabertura do Teatro Real de Madrid, contracenado com Plácido Domingo na estreia mundial de Divinas Palabras de Antón Garcia Abril, no papel de Marigaila. Placido Domingo convidou-a então a estrear-se na Ópera de Washington numa nova produção de Sly de Wolf Ferrari, tendo interpretado o papel de Dolly e contracenado com José Carreras. Voltaria a representar este papel no Teatro Régio de Turim, no Japão,com a Ópera de Washington e na Ópera de Roma, com Plácido Domingo. Cantar com estes parceiros e nos locais por onde passou, serve para atestar a sua qualidade e o seu merecimento, cujo palmarés pode ser revisto clicando aqui. O primeiro vídeo é referente a uma récita onde canta do papel de Leonora de Il Trovatore "Tacea la notte plácida" clicar aqui. Um interpretação muito interessante de Elisabete Matos cantando o papel de Jimena da ópera El Cid de Jules Massenet. Canta uma ária do terceiro acto uma ária de oração e súplica pela vitória dos exércitos de Dom Rodrigo (El Cid) que enfrentam os mouros. Clicar aqui. O terceiro vídeo é uma revelação inesperada pois não contava apanhar esta ária da Cavalleria rusticana de Mascagni, "voi lo sapete o mamma", cantado pela La Matos. Clicar aqui

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Angela Gheorghiu


Romena, nasceu a 7 de Setembro de 1965. Iniciou os seus estudos em Bucareste, formando-se em 1989.

Beneficiando da abertura do regime romeno, consegue estrear-se internacionalmente em 1992 no Covent Garden, (apenas 2 anos após a sua estreia absoluta),cantando a Zerlinda de Don Giovani.

Desde logo polémica atendendo a que havia recusado cantar a Mimi da Bhoeme, preferindo um papel mais simples. Ousadia de novata, mas que no mínimo requer algum valor para que a não tivessem mandado passear.

Um pouco prima donna (não é por acaso que o termo se usa), mantém o estilo, hoje mais exacerbado exactamente por ser famosa, mas tem uma voz maravilhosa.

Naturalmente que obteve êxito, caso contrário não teria sido possível actuações quer em Viena, quer em Nova Yorque. Em 1994, fez testes com Georg Solti para uma nova produção de La Traviata. Supõe-se que, após ouvi-la, o regente teria dito: "I was in tears. I had to go out. The girl is wonderful. She can do anything!" ("Eu caí em lágrimas. Precisava sair dali. Esta moça é maravilhosa. Ela pode fazer qualquer coisa!"). De fato, do dia para noite, sua primeira Violetta catapultou Gheorghiu para a fama. (Wikipédia) 

Classificada como soprano lírica mas atendendo a sua grande extensão de voz, ela tanto canta papéis como Manon de Messenet, ou a Mimi de Puccini típicos para do seu tipo de voz, como se aventura por papéis de coloratura como o de Violetta da Traviata, como alguns de lírico-spinto, como a Tosca, ou a Leonora do Trovador de Verdi.

Papéis estes mais exigentes em termos de voz mais densa, eventualmente menos extensa, mas de maior pujança sonora.mas a que ela se adapta maravilhosamente.

Casada com o tenor Robert Alagna, têm feito algum percurso juntos como é natural, quer em apresentações, quer em gravações destacando-se WertherMessenet e a Bohème de Puccini ambas em 1999.
O primeiro video refere uma Violetta cantada  em 2001

Como se sabe a Traviata é uma ópera de Verdi, cuja fonte do libreto é a Dama das Camélias de Alexandre Dumas.

Nesta ária do último acto, Violetta gravemente doente (tuberculosa), começa por ler uma carta enviada pelo pai de Alfredo, que arrependido de a ter convencido a abdicar do seu amor pelo filho, em nome do futuro da família, posto em causa pela má reputação de Violetta, lhe pede perdão, anunciando a chegada breve de Alfredo.

Violetta sabe que é tarde de mais e canta a famosa ária Addio del passato 





Outra ópera importante, para uma soprano lírica , é a Manon Lescaut de Puccino esta ária final "Sola, perduta, abbandonata que Manon canta antes de morrer exausta e miserável nos braços de des Grieux.

Angela Gheorghiu canta magnificamente no decorrer duma gravação desta ópera.





Gheorghiu em concerto, canta uma ária do segundo acto da Butterfly, também de Puccini, chamada "Un bel dì vedremo".

É a ária da ilusão, Butterfly acredita que Pinkerton o oficial americano com quem se julga casada e de quem tem um filho, vai voltar para o Japão.
Sonha com esse dia o dia em que vai ver um fumo aparecer nos confins do mar, aparecendo depois o navio branco que entrará no porto.
Ela diz que não vai ao seu encontro, ficará á espera dele não interessando as horas que esperar, até aparecer um homem ao longe será ele ? não será ?
Esconder-se-á um pouco para brincar um pouco para não morrer de alegria
Quando ele se aproximar que irá dizer, ? estará um pouco ansioso e chamar-lhe-á, "pequenita, minha pequenita esposa perfume de verbena, os nomes que sabia chamar-me.
Garante depois à sua dama de companhia que esse sonho será realidade.




sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Edita Gruberová

Ao pensar iniciar a votação para a soprano mais popular aqui no blogue, lembrei-me que seria mais interessante, a partir da selecção dos nomes que acho mais importantes, fazer uma breve apresentação de cada uma das candidatas e só depois disso apresentar a lista à votação.

A selecção já é difícil e a comparação entre elas ainda pior, porque as sopranos não são todas iguais, existem bastantes diferenças nas sua características que determinam afinal a escolha do próprio repertório.


Seria o mesmo que por exemplo, no futebol, afirmar que o jogador avançado A é melhor que o guarda-redes B.

Não é comparável ambos são jogadores de futebol, mas jogam em lugares diferentes. logo não comparáveis.


Não direi portanto, que esta votação pretenda determinar qual a melhor soprano ainda em actividade, apenas qual a que gostamos mais.


Posto isto inicio a apresentação por Edita Gruberová, uma fantástica soprano lírica de coloratura (aqui esta pois uma das sub-divisões par soprano).Gruberová nasceu em Bratislava na Eslováquia a 23 de Dezembro de 1946, filha de pais húngaros, mas com ascendência alemã. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Bratislava, estreando-se em 1968 na sua terra no papel de Rosina do Barbeiro de Sevilha, um dos papéis mais típicos para o repertório de coloratura.

No ano seguinte já cantava na ópera de Viena, a Rainha da noite um papel que ficou como uma das suas imagens de marca, da Flauta Mágica de Mozart. Êxito que viria a repetir em 1974, cantando esse papel no Metropolitan em Nova Iorque.Estreou-se na Royal Ópera House cantando Bellini em 1984.Outros papéis importantes foram a Gilda(Rigoletto), Lucia(Lucia de Lammermoor), Manon(Manon Lescault), Zerbinetta (Ariadne em Naxos). Canta Dona Anna de Don Giovanni de Mozart no Scala em 1987.Filma com Luciano Pavarotti o Rigoletto de Jean Pierre Ponnelle em 1981.Como não podia deixar de ser o primeiro vídeo de Gruberová refere uma apresentação da sua Rainha da Noite na Flauta Mágica, um das mais difíceis papéis da musica de ópera, embora pequeno.

Outra ária que seleccionei é a Spargi d'amaro pianto" de Lucia di Lammermoor. Num concerto de Edita Gruberova na Holanda Festival de Amsterdam em 24 de Junho de 2007.




Por último escolho uma ária do Rigoletto de Verdi, Caro nome, que bem pode considerar-se exemplar, por permitir às sopranos como Edita Gruberova de grande agilidade vocal mostrarem os seus dotes..