É uma obra curta, em apenas um ato, mas de uma força emocional imensa. Diferente das outras duas peças do tríptico, que exploram o verismo em dimensões mais trágicas ou cômicas, Suor Angelica é um drama intimista, espiritual e devastador.
Aqui estão alguns pontos essenciais:
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Enredo:
Ambientada num convento, a história acompanha Soror Angélica, que foi forçada pela família a viver enclausurada após ter tido um filho ilegítimo. A vida monástica é mostrada através de pequenas cenas com as outras freiras, mas a narrativa ganha peso quando a princesa, tia de Angelica, a visita. Ela revela que o filho da freira morreu há dois anos. Esse choque leva Angelica ao desespero. -
Clímax e desfecho:
Numa cena de dor extrema, Angelica prepara uma poção para pôr fim à própria vida, esperando assim reunir-se ao filho no céu. No entanto, ao tomar o veneno, percebe o pecado que cometeu. Em desespero, pede perdão à Virgem Maria. A ópera termina com uma aparição visionária: a Virgem surge, trazendo o filho nos braços, e Angelica morre com a visão da redenção. -
Música:
A partitura é carregada de lirismo e religiosidade. Puccini utiliza harmonias suaves, coros etéreos e orquestração delicada para retratar a vida conventual. O grande momento da protagonista é a ária “Senza mamma”, onde ela canta ao filho morto, numa das páginas mais pungentes de todo o repertório operístico. -
Temática:
Trata de culpa, redenção, maternidade e fé. É talvez a mais pessoal e espiritual das óperas de Puccini, e também a que mais exige uma soprano lírica-dramática capaz de transmitir intensidade emocional e pureza vocal.
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