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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Tu Tu piccolo iddio-Butterfly

 Anna Tomowa-Sintow de quem aliás nunca gostei "profundamente" e que ouvi cantar em Lisboa, se me não engano a Tosca. Aqui na Madame Butterfly de Puccini canta a ária final TuTu piccolo iddio. Butterfly uma japonesa que Pinkerton um oficial da marinha americana, havia "alugado", quando da sua comissão de serviço naquele País, levou a sério o casamento que tinha acontecido, cortando com toda a sua família que a amaldiçoara. Pinkerton tinha regressado à América e a jovem Cio-Cio-San assim se chamava ela originalmente, continuava sonhando com o seu regresso como diz na wikipédia Ela chora, mas não perde a esperança: Un bel dì vedremo - um belo dia veremos um fio de fumaça no horizonte - o navio de Pinkerton (um ária que publicarei depois). Pinkerton realmente volta mas já casado com uma americana, vem buscar o filho que Butterfly tivera. Esta é a cena final, quando Butterfly se despede do filho antes de suicidar, esta ária quando bem cantada e quando as sopranos se convencem que ópera não é só voz é também teatro que tem uma componente cénica que não se pode desprezar, quando assim é, esta cena é arrepiante, acaba ouvindo-se a voz de Pinkerton, provavelmente já arrependido diz o guião ( eu não acredito) gritando pelo nome de Butterfly. A não tradução das palavras de Butterfly, deve-se ao facto de estar legendado em inglês.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Vissi darte Vissi damore-Tosca

Callas canta no Convent Garden em Londres em 1964, acompanhada salvo erro por Tito Gobbi o grande barítono, no papel de Scarpia, esta ária do II acto da Tosca de Puccini.
Scarpia mantém preso o amado de Tosca, Mário Cavaradossi, diz-lhe que ela o pode salvar, a troco de se entregar aos seus prazeres.
Tosca resiste e invoca o Senhor dizendo :
Vivi da arte, vivi do amor
Jamais fiz mal a um ser vivo
Discretamente ajudei
quantas misérias conheci
Sempre com fé sincera
dirigi as minhas orações
aos santos altares
Dei flores para o culto
Dei jóias para o manto da Virgem
e dediquei o meu canto
aos astros e ao céu
que sorriam ainda mais belos
por esse motivo
E agora, na hora da dor
porque, senhor
porque me pagas assim ?
Olha estendo para ti
as minhas mãos
E espero piedade, humilhada e vencida
da tua boca

domingo, 22 de julho de 2007

3ª Sinfonia de Brahms-3ºMovimento

Quem se lembra há uns anos dum filme "Aime-vouz Brahms ?" (um dos filmes da minha vida), baseado numa obra de Françoise Sagan, com Yves Montand, Anthony Perkins e Ingrid Bergman.

A música tema desse filme era exactamente este terceiro movimento da 3ª Sinfonia de Brahms, que teve o condão de mostrar a beleza dos caminhos da música, a um jovem e inconsciente teenager.

Depois Brahms, um verdadeiro romântico, um dos últimos, não só na história da música como também na vida real, mais o seu impossível amor pela viúva de Schumann, ajudaram a criar este monstrozinho romântico chamado eu. (Talvez também o Tony de Matos)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Casta diva-Norma

Sabe-se como A Norma é um papel difícil, conta-se que Bellini teve que alterar a “Casta Diva” pelo menos 6 vezes, por influência da soprano que havia destinado para cantar esta ópera na estreia.

Giuditta Pasta de seu nome, grande responsável pelo êxito de La Sonnambula, tinha um certo receio desta Casta Diva, sentia a responsabilidade de a cantar, de tal forma que na própria manhã da estreia, Bellino teve de baixar a peça um tom inteiro (de sol maior para fá maior), perante as dificuldades que a soprano sentia em cantá-la no tom original.

Conta-se também que Lilli Lehmann soprano alemã, interprete brilhante desta ópera, mas nunca com verdadeiro á vontade devido ás suas múltiplas exigências vocais. Quando morreu em 1929, vinte anos depois de a ter cantado pelo última vez, consta que a sua última palavra, pronunciada com uma expressão de terror foi “Norma”

Aqui Joan Sutherland canta "Casta Diva" num espectáculo em Agosto de 1978

Si mi chiamano Mimi-La Boheme

Mimi apresenta-se a Marcello cantando "Si mi chiamano Mimi, ma il mio nome é Lucia".

Diz que a sua história é breve.É bordadeira, tranquila e feliz, divertindo-se a representar lírios e rosas, gosta de coisas simples das coisas que falam do amor, da primavera, coisas que falam de sonhos e de quimeras, aquelas coisas que se chamam poesia.

Depois de ter perguntado a Rudolfo se ele a percebia, continua dizendo que vive sozinha, que nem sempre vai á missa, mas reza com frequência ao Senhor.

Porém quando chega o primeiro degelo, o primeiro sol é dela e o primeiro beijo de Abril também.

Acaba dizendo

"Rebenta uma rosa num vaso.
Folha a folha a espio
Tão gentil o perfume de uma flor
Mas as flores que eu faço infelizmente
não deitam cheiro "

Depois como que pedindo desculpa

"Mais não saberia que dizer-lhe, sou a sua vizinha.
Georghiu cantou este papel de Mimi em Orange em 2005 com seu marido Robert Alagna

Nessun dorma-Turandot

Esta peça é um monumento como não podia deixar de ser quando se fala de Luciano Pavarotti. Se bem que já há uns anos esteja inibido de cantar perfeitamente papéis como o do Rodolfo em La Bohème, por a sua voz já não corresponder aos requisitos necessários para esse papel, duma forma popular pode dizer-se que a sua voz "ganhou calo", endureceu. Em 1982 no Royal Albert Hall em Londres, cantava assim esta Nessum dorma da Turandot de Puccini desta forma exuberante. Opera que Puccini não acabou, por ter morrido entretanto. completada por Franco Alfano.

E lucevan le stelle-Tosca

É assim com as óperas de Puccini, árias eternas são o seu destino.

Na Tosca ópera estreada em 14 de Janeiro de 1900 no Teatro Costanzi em Roma, com libreto de Giacosa e Luigi Illica.
Mário Cavaradossi um pintor, prepara-se para morrer, por sentença do tenebroso Scarpia e despede-se da sua amada Floria Tosca cantado esta ária, que não sendo uma ária de grande dificuldade, tem um grande efeito dramático, porque nela o tenor de despede da vida.

Brilhavam as estrela e cheirava
a terra, rangia o portão do jardim
passos soavam na areia
Entrava ele perfumada
e caía nos meus braços
Oh doces beijos, lânguidas carícias
enquanto eu tremendo
libertava dos véus as suas
belas formas.
Esfumou-se para sempre
o belo sonho de amor.
Fugiu essa hora
e morro desesperado
E nunca amei tanto na vida

Pavarotti canta-a está tudo dito.

Vesti la giubba-I Pagliacci

Ária da ópera de Leoncavallo, cantada no fim do primeiro acto, quando Canio o Palhaço, só em cena, após ter sido informado por Tonio,( que também desejava Nedda a mulher de Canio, mas que havia sido por ela repudiado), que ela tinha Silvio como amante.

Sózinho Canio chora a sua dor mas ao mesmo tempo como palhaço que era começa por dizer, que deve enfarinhar a cara e o espectáculo tem que seguir, mesmo sangrando por dentro.

Plácido Domingo, sempre bem neste papel.