A voz
A marca registrada de Hvorostovsky era aquele timbre prateado, homogéneo, aveludado, absolutamente distinto. Mesmo entre grandes barítonos russos, ele se destacava pela linha vocal impecável, respiração longa e fraseado elegante — sempre com uma naturalidade espantosa.
Carisma e presença
Havia nele algo quase aristocrático. Ele entrava em cena e já era “a personagem”. Não precisava de exageros: a postura, o olhar e a musicalidade bastavam para construir um drama inteiro. Isso fez dele um favorito do público no Metropolitan Opera, no Covent Garden, em Zurique e em praticamente todas as grandes casas de ópera.
Repertório
Embora fosse versátil, ficou especialmente associado a:
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Tchaikovsky (Onegin, Yeletsky)
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Verdi (Rigoletto, Il trovatore, Don Carlo)
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Repertório russo de canções e romances (ele era extraordinário aqui)
Quando cantava música russa — sobretudo romances — a interpretação ganhava uma profundidade única, quase confessional.
A ligação emocional com o público
Mesmo após o diagnóstico de tumor cerebral em 2015, Hvorostovsky continuou a cantar enquanto pôde. As aparições finais, especialmente no MET, tornaram-se momentos de emoção coletiva.
A sua última performance pública no “Met Opera Gala 2017”, cantando “Cortigiani, vil razza dannata”, entrou para a história como um ato de força e entrega artística.
Legado
Hvorostovsky deixou uma marca profunda:
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Uma das vozes mais reconhecíveis do nosso tempo
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Um modelo de elegância vocal
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Uma presença que transcendeu a técnica
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Um legado imenso de gravações de ópera e canções russas
Aqui canta Il ballen del suo sorriso da opera Il Trovatore
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