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sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Dmitri Hvorostovsky

Dmitri Hvorostovsky foi um dos maiores barítonos líricos do final do século XX e início do XXI — uma presença artística que juntava voz de prata, carisma magnético e uma aura quase cinematográfica no palco.

A voz

A marca registrada de Hvorostovsky era aquele timbre prateado, homogéneo, aveludado, absolutamente distinto. Mesmo entre grandes barítonos russos, ele se destacava pela linha vocal impecável, respiração longa e fraseado elegante — sempre com uma naturalidade espantosa.

Carisma e presença

Havia nele algo quase aristocrático. Ele entrava em cena e já era “a personagem”. Não precisava de exageros: a postura, o olhar e a musicalidade bastavam para construir um drama inteiro. Isso fez dele um favorito do público no Metropolitan Opera, no Covent Garden, em Zurique e em praticamente todas as grandes casas de ópera.

Repertório

Embora fosse versátil, ficou especialmente associado a:

  • Tchaikovsky (Onegin, Yeletsky)

  • Verdi (Rigoletto, Il trovatore, Don Carlo)

  • Repertório russo de canções e romances (ele era extraordinário aqui)

Quando cantava música russa — sobretudo romances — a interpretação ganhava uma profundidade única, quase confessional.

A ligação emocional com o público

Mesmo após o diagnóstico de tumor cerebral em 2015, Hvorostovsky continuou a cantar enquanto pôde. As aparições finais, especialmente no MET, tornaram-se momentos de emoção coletiva.
A sua última performance pública no “Met Opera Gala 2017”, cantando “Cortigiani, vil razza dannata”, entrou para a história como um ato de força e entrega artística.

Legado

Hvorostovsky deixou uma marca profunda:

  • Uma das vozes mais reconhecíveis do nosso tempo

  • Um modelo de elegância vocal

  • Uma presença que transcendeu a técnica

  • Um legado imenso de gravações de ópera e canções russas

  • Aqui canta Il ballen del suo sorriso da opera Il Trovatore

 

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