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quinta-feira, 22 de maio de 2025

Faniska- Abertura

Faniska, ópera em três atos de Luigi Cherubini, é uma obra menos conhecida do compositor italiano radicado na França, mas ainda assim relevante dentro do repertório operístico do início do século XIX. 


Foi estreada em 1806 no Theater an der Wien, em Viena, com libreto em alemão de Joseph Sonnleithner, baseado na peça Les Mines de Pologne de René-Charles Guilbert de Pixérécourt.

Cherubini escreveu Faniska numa época em que a ópera estava a transitar entre o Classicismo e o Romantismo. A obra apresenta uma influência clara de Beethoven — que, aliás, admirava Cherubini — e de Haydn, mas com uma orquestração mais dramática e densa, prenunciando o romantismo operístico alemão. A ópera é escrita no estilo rescue opera (ou "ópera de resgate"), um subgénero em que a heroína ou herói é libertado de um grande perigo — como ocorre também em Fidelio, de Beethoven, com quem Faniska tem semelhanças temáticas e estruturais.

A história gira em torno de Faniska, uma mulher que é raptada por Zamoski, o governador tirânico de uma fortaleza polaca, e depois resgatada por seu marido Rasinski. O enredo envolve temas de amor conjugal, honra e liberdade, muito em linha com o espírito pós-revolucionário da época.

A partitura apresenta momentos orquestrais vigorosos e cenas vocais exigentes. Cherubini mostra grande domínio do uso de instrumentos para criar tensão dramática — o que foi uma de suas marcas. Apesar disso, Faniska nunca alcançou o sucesso de Lodoïska, outra ópera de resgate do compositor, nem do impacto histórico de Fidelio, de Beethoven.

Embora raramente encenada hoje, Faniska é uma peça importante para se compreender a evolução da ópera germânica e o papel de Cherubini como ponte entre Mozart e Beethoven de um lado, e Weber e Wagner do outro. A ópera também é notável pela sua estrutura dramática coesa e pelo desenvolvimento orquestral sofisticado.

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