“Ella giammai m’amò” é uma das árias mais profundas e célebres da ópera Don Carlos, cantada por Filipe II no Ato IV. Trata-se de um monólogo para baixo, um momento de rara introspecção e solidão num personagem que, até ali, parecia todo-poderoso.
O resumo da ária é bastante comovente:
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Solidão e desilusão amorosa:
Filipe II, sozinho em seu gabinete, reflete sobre seu casamento com Elisabeth. Ele expressa sua profunda tristeza ao constatar que ela nunca o amou (“Ella giammai m’amò”). Apesar de ser o rei mais poderoso da Terra, Filipe sente-se completamente impotente diante do fato de não poder conquistar o amor verdadeiro de sua esposa. -
Meditação sobre a morte:
Filipe contempla a passagem do tempo e a inevitabilidade da morte, pensando que nem mesmo a coroa pode proteger alguém da solidão ou da mortalidade. Ele observa um caixão encomendado para si próprio, realçando o tom sombrio e existencial da cena.
A ária é famosa não apenas pela beleza melódica, mas também pela dignidade e resignação com que Verdi pinta o personagem: apesar de ser um tirano em muitos aspectos, aqui Filipe surge extremamente humano, vulnerável e até comovente.
Musicalmente, Verdi usa linhas largas e uma orquestração contida, para dar espaço ao baixo de expressar nuances profundas de sofrimento interior
aqui canta o grande inigualável Nicolai Ghiaurov
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