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terça-feira, 28 de novembro de 2023

Edgar-Preludio

Edgar é um drama lírico operístico em três atos (originalmente quatro atos) de Giacomo Puccini com libreto italiano de Ferdinando Fontana, livremente baseado na peça em verso La Coupe et les lèvres de Alfred de Musset. 

 A primeira apresentação foi realizada no Teatro alla Scala de Milão em 21 de abril de 1889, mas a ópera não foi um sucesso. 

Puccini revisou-o repetidamente até uma apresentação em Buenos Aires em 1905, antes de declarar a obra irredimível, descrevendo-a como "sopa aquecida". 

É a segunda ópera de Puccini (depois de Le Villi) e representa uma fase ainda inicial da sua carreira.

Aqui vão alguns pontos essenciais sobre Edgar:

  • Libreto: Foi escrito por Ferdinando Fontana, inspirado no drama La Coupe et les Lèvres de Alfred de Musset. A história gira em torno de Edgar, dividido entre duas mulheres: Fidelia (pura e angelical) e Tigrana (sensual e sedutora). O enredo envolve paixão, traição, morte e redenção, explorando temas de dualidade moral (algo bem típico do verismo, ainda que Edgar não seja puro verismo).

  • Receção inicial: A estreia em La Scala de Milão foi um fracasso crítico e público. A ópera foi considerada confusa em termos dramáticos e excessivamente influenciada por Wagner, algo que Puccini mais tarde também reconheceu.

  • Revisões: Puccini fez várias tentativas para melhorar a ópera, incluindo cortes e alterações. No entanto, Edgar nunca atingiu o sucesso das suas óperas posteriores. Ele chegou a referir-se a ela como um trabalho "infeliz".

  • Música: Apesar das críticas, Edgar tem momentos musicais de grande beleza, onde já se vislumbram traços da genialidade futura de Puccini — especialmente nas árias líricas e na orquestração refinada. Um dos trechos mais conhecidos é a ária de Fidelia, "Addio, mio dolce amor", que às vezes é apresentada em recitais.


Edgar não é considerada uma das grandes obras-primas de Puccini, mas é importante historicamente porque mostra o compositor em transição, procurando a sua voz pessoal entre as influências do romantismo europeu e o emergente verismo italiano. Vale a pena conhecer para quem se interessa em entender a evolução de Puccini até às grandes obras como La Bohème e Tosca.


Ainda é tocado ocasionalmente, incluindo uma gravação de 2005 da Orchestra dell'Accademia Nazionale di Santa Cecilia dirigida por Alberto Veronesi e com participação de Plácido Domingo. 

Esta gravação foi descrita pela Gramophone como "uma refeição saborosa"

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