É a segunda ópera de Puccini (depois de Le Villi) e representa uma fase ainda inicial da sua carreira.
Aqui vão alguns pontos essenciais sobre Edgar:
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Libreto: Foi escrito por Ferdinando Fontana, inspirado no drama La Coupe et les Lèvres de Alfred de Musset. A história gira em torno de Edgar, dividido entre duas mulheres: Fidelia (pura e angelical) e Tigrana (sensual e sedutora). O enredo envolve paixão, traição, morte e redenção, explorando temas de dualidade moral (algo bem típico do verismo, ainda que Edgar não seja puro verismo).
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Receção inicial: A estreia em La Scala de Milão foi um fracasso crítico e público. A ópera foi considerada confusa em termos dramáticos e excessivamente influenciada por Wagner, algo que Puccini mais tarde também reconheceu.
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Revisões: Puccini fez várias tentativas para melhorar a ópera, incluindo cortes e alterações. No entanto, Edgar nunca atingiu o sucesso das suas óperas posteriores. Ele chegou a referir-se a ela como um trabalho "infeliz".
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Música: Apesar das críticas, Edgar tem momentos musicais de grande beleza, onde já se vislumbram traços da genialidade futura de Puccini — especialmente nas árias líricas e na orquestração refinada. Um dos trechos mais conhecidos é a ária de Fidelia, "Addio, mio dolce amor", que às vezes é apresentada em recitais.
Edgar não é considerada uma das grandes obras-primas de Puccini, mas é importante historicamente porque mostra o compositor em transição, procurando a sua voz pessoal entre as influências do romantismo europeu e o emergente verismo italiano. Vale a pena conhecer para quem se interessa em entender a evolução de Puccini até às grandes obras como La Bohème e Tosca.
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