Dolora Zajick é uma mezzosoprano dramática estadunidense, nascida a 24 de março de 1952, em Salem, Oregon — mas criada no Nevada.
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Começou por estudar medicina na universidade, mas ao entrar no coro da Nevada Opera descobriu a sua voz. Este giro de vida deu-lhe caminho para a música: licenciatura e mestrado em música, depois estudos na Manhattan School of Music, em Nova Iorque.
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Em 1982, ganhou a medalha de bronze no 7.º Concurso Internacional Tchaikovsky Competition, em Moscovo — sendo a primeira americana a colocar-se em mais de uma década.
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A grande viragem veio quando entrou no programa de jovens artistas da San Francisco Opera. Em 1986 fez sua estreia importante como Azucena em Il trovatore — papel que a marcaria para sempre.
🌟 Proeza vocal e repertório
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Zajick é considerada hoje uma das grandes “mezzo-sopranos dramáticas de Verdi”. A sua voz tem uma amplitude impressionante — consegue cobrir desde os graves profundos até agudos exigentes — o que a torna rara.
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Entre os seus papéis de referência estão:
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Azucena (Il trovatore),
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Amneris (Aida),
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Eboli (Don Carlo).
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Mas não se limitou a Verdi: cantou também obras de compositores variados e esteve à vontade em repertórios complementares — desde óperas românticas e veristas, até incursões por Wagner, Russos, e repertório mais moderno.
A sua expressividade não é só técnica: há forte envolvimento dramático e emocional. Muitos críticos consideram-na “uma força da natureza”, por sua capacidade de conjugar voz poderosa, técnica segura e presença cênica intensa.
Carreira e legado
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A partir da sua estreia, Zajick construiu uma carreira internacional: cantou nas principais casas de ópera do mundo — Metropolitan Opera (Nova Iorque), San Francisco Opera, La Scala (Milão), Royal Opera House (Covent Garden), entre outras.
Ao longo de décadas, gravou um número expressivo de árias e óperas completas, incluindo alguns dos seus papéis-chave — o que ajudou a eternizar a sua voz e interpretação.
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Fora dos palcos, fundou em 2006 o Institute for Young Dramatic Voices — um programa de formação vocacional para vozes dramáticas, com o objetivo de preparar jovens cantores para papéis exigentes, como os de Verdi, Strauss ou Wagner.
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Também se aventurou como compositora: a sua primeira obra pública estreou em 2014 — o que mostra a sua versatilidade e paixão pela música além do canto.
Por que Zajick ainda importa
Ppara muitos amantes da ópera — Dolora Zajick representa o “tipo raro” de artista em que técnica vocal, intensidade dramática e compromisso artístico se fundem. A sua voz — poderosa, dramática, versátil — consegue usar toda a paleta emocional: desde o grito de dor e desespero até momentos de melancolia profunda, ou de majestade trágica.
Ela ajudou a redefinir o que um mezzo-soprano dramático podia ser, e deixou uma marca duradoura no repertório operístico. As suas interpretações de Verdi, por exemplo, são referência: quando se pensa numa “Azucena”, “Amneris” ou “Eboli” de corpo inteiro, muitas vezes vem à mente a voz de Zajick.
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