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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Gianfranco Cecchele

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 Biografia resumida

  • Nascido em 25 de junho de 1938, em Galliera Veneta (Pádua, Itália)

  • Estreia-operística em 5 de março de 1964 no Teatro Bellini (Catania) em La Zolfara de Giuseppe Mulè. 

  • Poucos meses após a estreia, já cantava no Teatro alla Scala em Milão. 

  • Faleceu em 12 de dezembro de 2018.

Voz, repertório e estilo

Qualidades vocais:

  • Era classificado como tenor “lirico-spinto” (ou seja, voz de tenor com alguma “força” extra) que rapidamente assumiu papéis exigentes do repertório italiano — verdiano, pucciniano, verista. 

  • O seu salto rápido de estreia para grandes palcos deu-lhe visibilidade mas talvez também pressão. 

  • Ele próprio declarou ter estudado com Marcello Del Monaco (irmão de Mario Del Monaco) e ter aplicado métodos que exigem suporte forte de diafragma e “laringe baixa”. 

Repertório típico:

  • Papéis como Pollione em Norma de Bellini, Radamès em Aida, Calaf em Turandot, Canio em Pagliacci, entre muitos outros. 

  • Interessava-se por papéis “pesados” para um tenor que começou ligeiro — o que trazia vantagens (emocionalmente dramáticos) e riscos (uso intenso da voz). 

Destaques da carreira

  • Uma estreia impressionante: em poucos meses após início, já em La Scala. Isso mesmo foi destacado várias vezes. 

  • Em 1965, participou em Norma em Paris ao lado de Maria Callas. 

  • Gravou algumas óperas ao vivo que hoje são apreciadas como documentos históricos da voz italiana dos anos 60.

Problemas e desafios

  • Em 1969, teve problemas repetidos de amigdalite (tonsilite) que exigiram cirurgia. Isso obrigou-o a interromper a carreira para recuperação. 

  • Depois da cirurgia, segundo muitos críticos e cronistas, a voz nunca teve exatamente a mesma “facilidade” ou frescura da fase inicial. 

  • Em 1980, envolveu-se em litígio com a direção da La Scala por quebra de contrato e alegadas deficiências vocais — processo que ganhou anos depois, mas que afetou a sua reputação e oportunidades. 

Avaliação crítica

  • Pontos positivos: voz de bom volume, presença dramática, repertório ambicioso. Fez papéis que muitos tenores evitam cedo.

  • Pontos menos positivos (ou cautelares): a técnica, em certos momentos, ficou à mercê de exigências externas; a recuperação pós-cirurgia não deixou tudo intacto; em algumas gravações ao vivo há queixas de falta de refinamento ou de “musicalidade” comparada aos maiores mestres. 

  • Em resumo: Cecchele é um tenor que merece ser recordado e explorado, especialmente se se  gosta de vozes italianas poderosas que se lançam em repertório pesado, mas talvez sem a “polidez” dos maiores nomes do género.

 

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