Biografia resumida
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Nascido em 25 de junho de 1938, em Galliera Veneta (Pádua, Itália)
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Estreia-operística em 5 de março de 1964 no Teatro Bellini (Catania) em La Zolfara de Giuseppe Mulè.
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Poucos meses após a estreia, já cantava no Teatro alla Scala em Milão.
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Faleceu em 12 de dezembro de 2018.
Voz, repertório e estilo
Qualidades vocais:
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Era classificado como tenor “lirico-spinto” (ou seja, voz de tenor com alguma “força” extra) que rapidamente assumiu papéis exigentes do repertório italiano — verdiano, pucciniano, verista.
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O seu salto rápido de estreia para grandes palcos deu-lhe visibilidade mas talvez também pressão.
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Ele próprio declarou ter estudado com Marcello Del Monaco (irmão de Mario Del Monaco) e ter aplicado métodos que exigem suporte forte de diafragma e “laringe baixa”.
Repertório típico:
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Papéis como Pollione em Norma de Bellini, Radamès em Aida, Calaf em Turandot, Canio em Pagliacci, entre muitos outros.
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Interessava-se por papéis “pesados” para um tenor que começou ligeiro — o que trazia vantagens (emocionalmente dramáticos) e riscos (uso intenso da voz).
Destaques da carreira
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Uma estreia impressionante: em poucos meses após início, já em La Scala. Isso mesmo foi destacado várias vezes.
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Em 1965, participou em Norma em Paris ao lado de Maria Callas.
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Gravou algumas óperas ao vivo que hoje são apreciadas como documentos históricos da voz italiana dos anos 60.
Problemas e desafios
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Em 1969, teve problemas repetidos de amigdalite (tonsilite) que exigiram cirurgia. Isso obrigou-o a interromper a carreira para recuperação.
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Depois da cirurgia, segundo muitos críticos e cronistas, a voz nunca teve exatamente a mesma “facilidade” ou frescura da fase inicial.
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Em 1980, envolveu-se em litígio com a direção da La Scala por quebra de contrato e alegadas deficiências vocais — processo que ganhou anos depois, mas que afetou a sua reputação e oportunidades.
Avaliação crítica
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Pontos positivos: voz de bom volume, presença dramática, repertório ambicioso. Fez papéis que muitos tenores evitam cedo.
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Pontos menos positivos (ou cautelares): a técnica, em certos momentos, ficou à mercê de exigências externas; a recuperação pós-cirurgia não deixou tudo intacto; em algumas gravações ao vivo há queixas de falta de refinamento ou de “musicalidade” comparada aos maiores mestres.
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Em resumo: Cecchele é um tenor que merece ser recordado e explorado, especialmente se se gosta de vozes italianas poderosas que se lançam em repertório pesado, mas talvez sem a “polidez” dos maiores nomes do género.
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