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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Bryan Hymel

.Bryan Hymel é um caso curioso e fascinante dentro do panorama da ópera  contemporâneo. Norte-americano, nascido em 1979, ele consolidou-se sobretudo como tenor dramático de agilidade — um tipo vocal entre o lyrico-spinto e o grand opéra heroico, dotado de brilho metálico, resistência e técnica sólida.

Voz e técnica

A voz de Hymel é ampla, com centro robusto e agudos penetrantes, algo reminiscentes de um jovem Vickers mas com mais flexibilidade. O timbre tem uma coloração clara, de brilho algo “argentino”, que projeta com facilidade nas grandes salas. Ele alia potência e legato, mantendo boa clareza na dicção francesa — um ponto alto, já que poucos tenores não francófonos conseguem tal naturalidade no idioma.

Repertório

Hymel destacou-se num repertório de enorme exigência, em especial:

  • Berlioz (Les Troyens — Énée): papel colossal, que ele cantou com sucesso na Royal Opera House e no Met; a resistência e o heroísmo da emissão impressionaram.

  • Meyerbeer (Robert le diable, Les Huguenots): domínio do estilo grand opéra com fôlego e elegância.

  • Massenet (Werther e Le Cid): mostrou sensibilidade e lirismo.

  • Puccini (La Bohème, Madama Butterfly): menos frequente, mas convincente.

  • Verdi (Aida): já abordou Radamès, mas o francês heroico parece ser sua zona natural.

Estilo interpretativo

Hymel tem um fraseado intenso, de entrega total — às vezes até arriscando o controle pelo ardor dramático. O seu canto é de honestidade emocional direta, sem artifícios. Quando está em boa forma, consegue conjugar a força com o requinte estilístico; quando não, o metal do timbre pode endurecer um pouco nos agudos extremos. Aqui canta da opera Guilherme ,Asile héréditaire 

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