Voz e técnica
A voz de Hymel é ampla, com centro robusto e agudos penetrantes, algo reminiscentes de um jovem Vickers mas com mais flexibilidade. O timbre tem uma coloração clara, de brilho algo “argentino”, que projeta com facilidade nas grandes salas. Ele alia potência e legato, mantendo boa clareza na dicção francesa — um ponto alto, já que poucos tenores não francófonos conseguem tal naturalidade no idioma.
Repertório
Hymel destacou-se num repertório de enorme exigência, em especial:
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Berlioz (Les Troyens — Énée): papel colossal, que ele cantou com sucesso na Royal Opera House e no Met; a resistência e o heroísmo da emissão impressionaram.
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Meyerbeer (Robert le diable, Les Huguenots): domínio do estilo grand opéra com fôlego e elegância.
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Massenet (Werther e Le Cid): mostrou sensibilidade e lirismo.
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Puccini (La Bohème, Madama Butterfly): menos frequente, mas convincente.
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Verdi (Aida): já abordou Radamès, mas o francês heroico parece ser sua zona natural.
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