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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Werther-Preludio

Werther” é uma ópera em quatro atos composta por Jules Massenet, com libreto em francês de Édouard Blau, Paul Milliet e Georges Hartmann. Estreou em Viena, em 16 de fevereiro de 1892, embora tenha sido composta originalmente em 1887. A história é baseada no célebre romance epistolar de Johann Wolfgang von Goethe, “Os Sofrimentos do Jovem Werther” (Die Leiden des jungen Werthers, 1774).

Enredo

A ação decorre na Alemanha do século XVIII.
Werther é um jovem poeta sensível, melancólico e profundamente idealista. Ele apaixona-se perdidamente por Charlotte, uma mulher doce e virtuosa que, no entanto, já está prometida a outro homem — Albert.

Ato I

Werther conhece Charlotte num baile de aldeia e é arrebatado pela sua graça e bondade. O amor nasce imediato e absoluto. Mas a revelação de que ela deve casar com Albert lança a primeira sombra sobre a sua alma.

Ato II

Meses depois, Charlotte casou-se. Werther regressa, incapaz de esquecer. O reencontro reacende a paixão proibida. Albert observa tudo com calma tensa, pressentindo o perigo.

Ato III

Charlotte luta contra os próprios sentimentos. Ao ler as cartas de Werther, percebe que o amor entre ambos é inevitável, mas impossível. Werther, desesperado, parte dizendo que vai viajar — na verdade, prepara-se para morrer.

Ato IV

Na véspera de Natal, Werther fere-se mortalmente com uma pistola emprestada de Albert. Charlotte chega e confessa o amor que nunca ousara declarar. Ele morre nos seus braços, em êxtase e resignação, enquanto as crianças cantam um hino de Natal ao longe — um contraste trágico entre inocência e desespero.

Música e atmosfera

A partitura de Massenet é de uma delicadeza impressionante, marcada por melancolia, lirismo e emoção contida.
Alguns momentos célebres:

  • “Ô nature, pleine de grâce” (Werther, Ato I) — um hino à natureza e à pureza dos sentimentos.

  • “Pourquoi me réveiller” (Werther, Ato III) — talvez a ária mais famosa, um lamento de amor impossível e destino inevitável.

  • “Va! laisse couler mes larmes” (Charlotte, Ato III) — o espelho da dor interior e da repressão do desejo.

Temas

A ópera explora:

  • O conflito entre paixão e dever;

  • A idealização do amor até à autodestruição;

  • O romantismo sombrio de quem vive o sentimento como destino, não escolha.

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