A ópera "Falstaff" é uma obra-prima de Giuseppe Verdi, baseada em peças de William Shakespeare, especialmente As Alegres Comadres de Windsor (The Merry Wives of Windsor) e partes de Henrique IV. Estreou em 1893, no Teatro alla Scala, em Milão
Última ópera de Verdi: Foi a despedida gloriosa do compositor, escrita aos 79 anos, coroando uma carreira dominada por tragédias (como La Traviata, Aida, Otello) com uma comédia leve e refinada.
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Musicalmente inovadora: Ao contrário das árias isoladas típicas da ópera italiana, Falstaff é contínua, fluente, quase sem "números" separados. A orquestra tem papel fundamental, quase comentando a ação como um personagem extra.
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Humor sofisticado: Não se trata de uma comédia burlesca, mas de uma sátira delicada sobre vaidade, amor e envelhecimento. Sir John Falstaff é ao mesmo tempo risível e melancólico, nobre e patético — um verdadeiro anti-herói shakespeariano.
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Final magistral: A ópera termina com o célebre fuga coral "Tutto nel mondo è burla" ("Tudo no mundo é uma piada"), em que todos os personagens cantam juntos que a vida é uma comédia — um fecho filosófico e espirituoso, à altura da inteligência de Shakespeare e da genialidade de Verdi.
Falstaff, o personagem:
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Um cavaleiro gordo, vaidoso, falido e sedutor fracassado.
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Tenta conquistar duas mulheres casadas ao mesmo tempo (com cartas idênticas), mas é enganado por elas e humilhado repetidamente.
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Apesar das desventuras, nunca perde o espírito, fazendo dele uma figura tragicômica e profundamente humana.
Falstaff não tem uma abertura no estilo clássico, como as longas aberturas instrumentais que Verdi usou em óperas como La Forza del Destino ou Nabucco. Em vez disso:
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Começa diretamente com música orquestral enérgica, que já mergulha o ouvinte na cena do interior da taberna onde Falstaff está.
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Esse início instrumental é muito curto e integrado à ação — é mais um "prelúdio teatral" do que uma abertura de concerto.
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