Clementina, embora erroneamente e popularmente conhecida como La Clementina, é uma zarzuela em dois atos de Luigi Boccherini.
Estreou no final de 1786 no Palácio Puerta de la Vega, Madrid. Clementina é o único trabalho de palco completo de Boccherini.A "Clementina" de Luigi Boccherini é uma obra bastante especial e pouco conhecida fora dos círculos mais estudiosos.
Trata-se de uma zarzuela — ou seja, um tipo de teatro musical tipicamente espanhol — composta por Boccherini em 1786, quando ele já estava bem instalado na Espanha, ao serviço da família real e da aristocracia.
Aqui estão alguns pontos importantes sobre "Clementina":
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Foi encomendada pelo infante Dom Luís de Bourbon, grande protetor de Boccherini.
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O libreto foi escrito por Ramón de la Cruz, um autor famoso por zarzuelas cômicas (sainetes).
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A música é leve, elegante e tipicamente rococó, com momentos de muita graça e melodias cantáveis — muito mais próxima do estilo galante do que do drama operático pesado que se fazia noutras partes da Europa.
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Como zarzuela, mistura partes cantadas (áreas, duetos, coros) com partes faladas — diferente da ópera italiana tradicional.
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A instrumentação é refinada, usando pequenas orquestras de câmara (cordas, sopros) que dão um colorido íntimo e claro.
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O enredo é típico da época: envolve amores jovens, pequenas intrigas, mal-entendidos e uma solução feliz — sempre de modo leve e pastoral.
Resumo artístico:
"Clementina" é uma joia do classicismo espanhol — uma mistura rara entre o mundo galante italiano de Boccherini e o espírito popular e teatral da Espanha do século XVIII.
A história gira em torno de Doña Clementina, uma jovem bela e virtuosa que vive sob a tutela de Don Clemente, seu pai adotivo. Há várias personagens ao redor dela, incluindo:
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Don Urbano, um pretendente.
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Don Lazzaro, outro pretendente.
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Cristeta, criada de Clementina, astuta e engraçada.
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Don Perico, um personagem cómico, típico das zarzuelas.
O enredo é um típico jogo de amores e mal-entendidos:
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Clementina é desejada por vários pretendentes.
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Seu pai é rigoroso e quer que ela se case bem, mas ela deseja casar-se por amor, e não por conveniência.
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Há uma série de intrigas leves: disfarces, cartas trocadas, encontros secretos.
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Como é comum nesse tipo de obra, surgem obstáculos cómicos e mal-entendidos — mas nunca chegam ao drama real.
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No final, o amor verdadeiro triunfa: Clementina é autorizada a casar com quem ama, revelando que ele é digno, virtuoso e honrado.
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