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quarta-feira, 12 de junho de 2024

Oreste-Abertura

Oreste é uma ópera séria com música de Domenico Cimarosa e libreto italiano de Luigi Serio. Estreou no Teatro San Carlos, em Nápoles, em 13 de agosto de 1783.

 É a 35ª ópera das 68 óperas catalogadas de Cimarosa, o que pode ser atribuído à maturidade do autor. Está dividido em dois atos, mas foi realizado em três atos por demandas cênicas. 

 A abertura é frequentemente executada de forma autônoma em forma de concerto.

  • Domenico Cimarosa (1749–1801) foi um dos grandes mestres da ópera do século XVIII, sobretudo no estilo buffa (O Secretário de Casamento é o seu título mais célebre).

  • A ópera Oreste é muito menos conhecida, mas pertence ao grupo de suas óperas sérias, compostas antes do grande sucesso das buffas.

  • Foi escrita em Roma, em 1771, quando Cimarosa tinha apenas 22 anos, para o Teatro Valle.

Libreto e enredo

  • O libreto foi adaptado de Aeschylus/Eurípides, na tradição do dramma per musica do século XVIII.

  • A trama segue a história clássica:

    • Orestes, depois de assassinar Clitemnestra (para vingar Agamémnon), é perseguido pela culpa e pelo destino.

    • Aparece Ifigênia, sacerdotisa em Táuride, que descobre que o prisioneiro é o seu próprio irmão.

    • A tensão dramática gira entre o reconhecimento, o perdão e a intervenção divina que salva Orestes da morte.

Música

  • Ao contrário das suas óperas bufas, Oreste mostra Cimarosa no registro mais sério:

    • Forte uso de recitativos accompagnati, dando peso trágico às situações.

    • Árias de tipo “da capo”, mas já com certa fluidez e lirismo típicos de Cimarosa, que suavizam a rigidez barroca.

    • A orquestra tem papel mais expressivo, sugerindo já a transição para o Classicismo pleno (Mozart estava a emergir nessa mesma época).

  • Não se tornou uma obra de repertório (a fama de Cimarosa ficou quase toda nas óperas bufas), mas é importante porque mostra o jovem compositor a experimentar o trágico — algo que depois ele abandona em favor da leveza cômica.

  • Hoje é raramente representada, mas às vezes aparece em festivais especializados em redescobrir repertório setecentista.

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