A abertura é frequentemente executada de forma autônoma em forma de concerto.
Domenico Cimarosa (1749–1801) foi um dos grandes mestres da ópera do século XVIII, sobretudo no estilo buffa (O Secretário de Casamento é o seu título mais célebre).
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A ópera Oreste é muito menos conhecida, mas pertence ao grupo de suas óperas sérias, compostas antes do grande sucesso das buffas.
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Foi escrita em Roma, em 1771, quando Cimarosa tinha apenas 22 anos, para o Teatro Valle.
Libreto e enredo
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O libreto foi adaptado de Aeschylus/Eurípides, na tradição do dramma per musica do século XVIII.
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A trama segue a história clássica:
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Orestes, depois de assassinar Clitemnestra (para vingar Agamémnon), é perseguido pela culpa e pelo destino.
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Aparece Ifigênia, sacerdotisa em Táuride, que descobre que o prisioneiro é o seu próprio irmão.
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A tensão dramática gira entre o reconhecimento, o perdão e a intervenção divina que salva Orestes da morte.
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Música
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Ao contrário das suas óperas bufas, Oreste mostra Cimarosa no registro mais sério:
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Forte uso de recitativos accompagnati, dando peso trágico às situações.
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Árias de tipo “da capo”, mas já com certa fluidez e lirismo típicos de Cimarosa, que suavizam a rigidez barroca.
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A orquestra tem papel mais expressivo, sugerindo já a transição para o Classicismo pleno (Mozart estava a emergir nessa mesma época).
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Não se tornou uma obra de repertório (a fama de Cimarosa ficou quase toda nas óperas bufas), mas é importante porque mostra o jovem compositor a experimentar o trágico — algo que depois ele abandona em favor da leveza cômica.
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Hoje é raramente representada, mas às vezes aparece em festivais especializados em redescobrir repertório setecentista.
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