Le cadi dupé é uma ópera cômica em um ato de Christoph Willibald Gluck. Tem um libreto em língua francesa de Pierre-René Lemonnier. Estreou no Burgtheater em Viena em 8 de dezembro de 1761
Le Cadi dupé (O Cadim Ludibriado) é uma deliciosa opéra comique de um compositor francês menos lembrado hoje, mas importante no século XVIII:
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Compositor: Christoph Willibald Gluck (1714–1787)
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Estreia: 8 de dezembro de 1761, no Schönbrunn Palace, Viena
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Libreto: Pierre-René Lemonnier
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Língua: Francês
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Gênero: Opéra comique em 1 ato
Enredo (resumo)
Cadi é um juiz turco que está prestes a escolher uma esposa entre várias candidatas. Contudo, uma das pretendentes, Fatime, arma um plano com seu amante para enganar o Cadi e evitar o casamento forçado. Usando disfarces, mal-entendidos e truques, o casal consegue fazer o Cadi acreditar que está sendo perseguido ou amaldiçoado — até que ele desiste do casamento, e Fatime pode ficar com quem realmente ama.
É uma comédia de enganos, disfarces e crítica social leve, comum ao estilo da opéra comique do século XVIII.
Características musicais
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Leve, melódica, com áreas curtas, recitativos falados (ou parlés, típicos da opéra comique)
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Ritmos dançantes, humor musical e uso de clichês "orientalizantes" na orquestração — como era comum em representações turcas na ópera da época
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Estrutura simples, ideal para divertimento de corte (foi apresentada diante da corte austríaca)
Contexto histórico
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Embora Gluck seja famoso pelas reformas operísticas sérias (Orfeo ed Euridice, Alceste, etc.), ele também escreveu várias óperas cômicas no início da carreira.
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Le Cadi dupé é parte dessa fase e mostra um Gluck mais leve, satírico, ainda dentro da tradição francesa de Rameau e da italiana de Pergolesi.
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O interesse europeu por temas "orientais" (turcos, persas, árabes) estava em alta — daí a escolha do “cadi”, figura de autoridade muçulmana.
✅ Conclusão
Le Cadi dupé é um ótimo exemplo da versatilidade de Gluck, mostrando que antes de reformar a ópera trágica, ele também dominava a comédia musical. Com graça, inteligência e um toque orientalista, esta ópera é uma pequena joia do repertório barroco-galante.
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