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sábado, 17 de fevereiro de 2024

Pénélope-Preludio

Pénélope é uma ópera em três atos do compositor francês Gabriel Fauré. O libreto, de René Fauchois, é baseado na Odisseia de Homero.

 Foi apresentada pela primeira vez na Salle Garnier, Monte Carlo, em 4 de março de 1913. A peça é dedicada a Camille Saint-Saëns

.Diferente de muitos compositores franceses da sua geração, Fauré nunca se sentiu muito atraído pelo teatro lírico; só compôs esta única ópera, e mesmo assim já na sua maturidade. Eis alguns pontos de destaque:

Contexto

  • Composta entre 1907 e 1912, estreou em Monte Carlo em 1913 (com Lucienne Bréval no papel principal).

  • O libreto é de René Fauchois e baseia-se na Odisseia, focando-se na personagem de Penélope, esposa de Ulisses, que espera durante vinte anos o regresso do marido após a guerra de Troia.

  • É a primeira ópera a sério de Fauré, que até então escrevera apenas música de câmara, canções e obras corais.

Estilo e estética

  • Não segue o modelo grandioso de Wagner nem o exotismo de Massenet ou Saint-Saëns; é uma obra intimista, refinada, com grande ênfase no tecido harmônico e no colorido orquestral.

  • A orquestração é subtil, transparente, nunca esmagadora.

  • A voz é tratada com elegância, num estilo quase declamado, que lembra por vezes Debussy (Pelléas et Mélisande, de 1902), embora com a linguagem harmónica mais clara e serena de Fauré.

  • É uma ópera de clima interior e psicológico, mais do que de ação dramática.

Enredo (resumido)

  • A ação decorre em Ítaca, durante a ausência de Ulisses.

  • Penélope resiste aos insistentes pretendentes que querem casar-se com ela, mantendo a esperança do regresso do herói.

  • O clímax dá-se com o regresso disfarçado de Ulisses, o reconhecimento entre os dois e a vitória final sobre os pretendentes.

  • Mais que ação épica, o libreto destaca a fidelidade, o amor e a força moral de Penélope.

Recepção

  • A estreia teve boa acolhida, mas a obra não se fixou no repertório.

  • É considerada hoje uma ópera “de culto”, admirada pela sua beleza refinada, mas raramente representada.

  • Em termos históricos, é vista como uma espécie de irmã discreta do Pelléas de Debussy, partilhando o espírito simbolista e introspectivo.

 

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