Aparentemente, a primeira apresentação foi tão bem recebida que levou seis horas, dado o grande número de encores
Eduardo e Cristina" foi escrita apressadamente, numa época em que Rossini era extremamente produtivo e solicitado. Para cumprir o prazo da encomenda, ele reciclou grande parte da música de óperas anteriores, incluindo Adelaide di Borgogna, Ricciardo e Zoraide, Ermione e Armida. Esse método era comum na época e conhecido como "pastiche" ou "self-borrowing" (autoemprestado).
Mesmo sendo composta “às pressas” e com músicas reutilizadas, a ópera teve um sucesso estrondoso em sua estreia e permaneceu popular por várias décadas, especialmente em Veneza e em alguns teatros italianos menores.
A trama gira em torno de Eduardo, um oficial militar, e Cristina, filha do rei da Suécia. Eles se casam secretamente, mas o rei deseja que Cristina se case com outro para selar uma aliança política. Quando Eduardo retorna vitorioso da guerra, o rei descobre o casamento e o filho que Cristina teve com Eduardo. No fim, o valor e coragem de Eduardo o levam a ser perdoado, e o casal é abençoado.
Uma típica ópera com os temas de amor proibido, honra, reconciliação e final feliz – muito ao gosto do público da época.
Apesar de ser um “pastiche”, "Eduardo e Cristina" contém belíssimas árias e duetos, muitas vezes com um brilho dramático maior do que nas óperas originais de onde vieram as músicas. Há também momentos de grande virtuosismo vocal, exigindo cantores com técnica sólida.
Curiosidade: Em algumas produções modernas, há esforço para restaurar as partes originais da partitura, já que as versões apresentadas no século XIX tinham muitas alterações locais.
Por que caiu no esquecimento?
Principalmente porque Rossini logo compôs outras óperas mais populares e originais, e também porque a prática do “reciclagem musical” passou a ser vista com menor prestígio crítico. Além disso, não integra o ciclo das grandes óperas sérias ou cómicas mais famosas de Rossini.
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