Rossi escreveu o libreto como adaptação da tragédia homônima (Tancrèdes) de Voltaire. A estreia da ópera deu se em 6 de fevereiro de 1813, no teatro La Fenice, em Veneza. Porém, devido a indisposição dos cantores que interpretavam os dois papéis principais, a récita foi interrompida na metade do segundo ato. A obra completa só foi apresentada em 11 de fevereiro daquele ano
Enredo:
A ação decorre na Sicília do século XI, durante as guerras contra os sarracenos. O cavaleiro Tancredi (um papel para mezzo-soprano em papel masculino — trouser role) é exilado injustamente, mas regressa para lutar e defender a sua amada, Amenaide. Contudo, ela é falsamente acusada de traição, e Tancredi chega a duvidar dela. Após batalhas e revelações, a ópera termina de formas diferentes conforme a versão:
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Final feliz (original de Veneza): Tancredi vence, perdoa Amenaide, e os dois se reconciliam.
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Final trágico (Ferrara, 1813): Tancredi é mortalmente ferido e morre nos braços de Amenaide, num desfecho muito mais próximo do drama romântico.
Música:
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A ária mais famosa é “Di tanti palpiti”, cantada por Tancredi — uma das peças que rapidamente se tornou um “hit” da época, a ponto de ser assobiada pelas ruas.
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O estilo é bel canto puro: linhas vocais largas, ornamentadas e expressivas, sempre em diálogo com uma orquestra que sustenta, mas nunca ofusca.
Importância histórica: Tancredi ajudou a firmar Rossini como o grande nome da ópera italiana do início do século XIX. Também marcou a consolidação do modelo que influenciaria Donizetti, Bellini e até Verdi.
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