- Elizabeth Queen of England é uma ópera em dois atos de Gioachino Rossini com libreto de Giovanni Schmidt .
- A obra marca o início da colaboração artística entre o compositor e Isabella Colbran , primadonna do San Carlo, e sua futura primeira esposa.
- A obra baseia-se no drama The Page of Leicester (1813) de Carlo Federici (1778–1849), que «por sua vez retoma um romance gótico inglês, The Recess , de Sophia Lee de 1785».
- Estreou no teatro San Carlo de Nápoles em 4 de outubro de 1815.
Foi a primeira ópera que Rossini compôs para o Teatro San Carlo, em Nápoles, a mais prestigiosa casa de ópera da época.
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É também a primeira ópera séria (opera seria) de Rossini com libreto em italiano escrita para esse teatro, marcando o início do seu "período napolitano", durante o qual ele desenvolveu um estilo mais refinado e dramático, afastando-se um pouco da leveza do bel canto mais cômico.
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Escrita por Giovanni Schmidt, a ópera baseia-se na peça Il paggio di Leicester, inspirada em episódios da vida de Isabel I de Inglaterra.
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A história gira em torno de amor, política e traição, com Elisabetta dividida entre seu dever como rainha e seus sentimentos pessoais — particularmente pelo conde de Leicester, que se vê acusado de traição.
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A ópera reutiliza bastante música de obras anteriores de Rossini, especialmente de Aureliano in Palmira e Il turco in Italia. Isso era comum na época, mas aqui Rossini adapta de maneira engenhosa o material ao novo contexto dramático.
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A abertura da ópera se tornaria mais famosa por ser reutilizada depois em "O Barbeiro de Sevilha", seu maior sucesso.
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Árias dramáticas com forte carga emocional.
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Recitativos orquestrados, o que era inovador (em vez dos habituais recitativos secco com cravo).
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Grandes cenas de conjunto e finais de ato com forte impulso teatral.
Musicalmente, a ópera já mostra elementos de maturidade:
É uma das primeiras heroínas dramáticas realmente complexas no catálogo de Rossini. Ela é simultaneamente poderosa e vulnerável, algo que exige uma soprano com força vocal e expressividade — quase uma prévia das futuras rainhas trágicas do bel canto como Donizetti faria com Maria Stuarda e Anna Bolena.
Apesar de ter caído no esquecimento durante o século XIX, a ópera foi redescoberta no século XX graças ao crescente interesse pelo repertório de Rossini além das comédias. Hoje, é valorizada como um passo decisivo rumo às grandes óperas sérias como Semiramide ou Guillaume Tell.
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