Em 1884 a 17 de Janeiro Jules Messenet estreia em Paris no Opéra-Comique a ópera
A ópera Manon, de Jules Massenet, é uma das mais emblemáticas do repertório francês do século XIX — uma obra-prima do drama lírico que funde charme parisiense, paixão intensa e crítica social.
Resumo da ópera
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Título completo: Manon
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Compositor: Jules Massenet
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Libreto: Henri Meilhac e Philippe Gille
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Baseado em: o romance L'Histoire du chevalier des Grieux et de Manon Lescaut (1731), de Abbé Prévost
Enredo (em linhas gerais)
A história segue Manon Lescaut, uma jovem de província enviada a um convento, que se apaixona por Des Grieux, um jovem cavaleiro. Juntos fogem para Paris, mas a ambição e o desejo de luxo de Manon levam-na a abandonar o amor por riqueza. A história é marcada por idas e vindas entre o desejo, o arrependimento, a paixão e a decadência, terminando tragicamente com a morte de Manon no deserto da Louisiana, nos braços do seu amado.
Características musicais
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Obra-prima do verismo francês com lirismo refinado.
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Grande domínio da orquestração colorida, evocando tanto o brilho dos salões quanto a melancolia dos sentimentos mais íntimos.
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O papel de Manon é um dos mais complexos e fascinantes do repertório — exige leveza, charme, dramaticidade e grande agilidade vocal.
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O protagonista Des Grieux também tem árias célebres, como a comovente "Ah! fuyez, douce image".
Momentos célebres
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"Je suis encore tout étourdie" – Canção inocente de Manon, logo no início.
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"En fermant les yeux" – Uma das mais doces árias de Des Grieux.
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"Adieu, notre petite table" – Manon despede-se da simplicidade da vida com Des Grieux, marcando sua escolha por luxo — uma das árias mais tocantes e psicológicas da ópera.
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Cena final – De um lirismo trágico, Manon morre nos braços de Des Grieux, esgotada e arrependida.
🎭 Temas centrais
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A dualidade entre amor verdadeiro e sedução pelo luxo.
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A sociedade como força corruptora.
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A juventude como instante de desejo e perdição.
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O feminino entre liberdade e castigo — um arquétipo trágico na ópera do século XIX.
📌 Comparações
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Massenet concorre diretamente com Puccini, que escreveria sua própria Manon Lescaut poucos anos depois (1893), mais intensa e passional, mas menos detalhada psicologicamente.
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Massenet oferece uma visão mais sensual e irónica, com maior ênfase na crítica social e no jogo de aparências da Belle Époque.
Manon,
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