Ernani é uma ópera em quatro actos do compositor italiano Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave, baseado na obra Hernani de Victor Hugo.
Estreou no teatro La Fenice de Veneza em Março de 1844.
Hernani, a ópera gira em torno de temas típicos do romantismo: amor, honra, vingança e sacrifício. A ação decorre na Espanha do século XVI, com conflitos entre nobres, conspiradores e amantes.
Os quatro personagens principais são:
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Ernani (tenor): um nobre proscrito, apaixonado por Elvira;
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Elvira (soprano): prometida a outro, mas ama Ernani;
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Don Carlo (barítono): o futuro imperador Carlos V, que também deseja Elvira;
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Don Ruy Gomez de Silva (baixo): o velho tio e pretendente de Elvira, símbolo do código de honra ultrapassado.
Temas centrais:
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A tensão entre o amor e o dever;
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A ideia do sacrifício pessoal em nome da honra (levada até às últimas consequências);
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O romantismo político e pessoal — os personagens estão sempre à beira do abismo emocional e social.
Música:
Musicalmente, Ernani é marcada por:
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Árias e cabalettas brilhantes e cheias de paixão (como “Ernani, involami” de Elvira);
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Conjuntos dramáticos, especialmente os trios e quartetos;
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Uma orquestra ainda relativamente discreta (comparada com Verdi mais maduro), mas já eficaz em impulsionar a ação;
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Um uso muito forte do ritmo e da tensão teatral — Verdi começa aqui a afirmar o seu domínio sobre a estrutura dramática da ópera.
"Ernani" é uma ópera de juventude, mas já revela:
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A obsessão verdiana pela liberdade individual em confronto com estruturas opressoras (Estado, honra, tradição);
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A paixão explosiva que ele conseguiria dominar ainda mais em obras como La Traviata, Il Trovatore ou Don Carlo.
O que aqui pretendo trazer é uma produção de 1984, com a presença da espantosa Mirella Freni no papel de Elvira acompanhada de Plácido Domingo, Renato Bruson e Nicolai Ghiaurov
o mais fantástico baixo que ouvi cantar e que nesta altura era casado com Freni.
História
No ano de 1.519 numa floresta nas montanhas de Aragão, um grupo de rebeldes estão comemorando a revolta contra o rei D.Carlos.
esta cena ocorre no início do Ato II, num esconderijo rebelde nas montanhas, não Os homens que cantam com Ernani são conspiradores que se reúnem para tramar a derrubada do rei Don Carlo (futuro Carlos V).
A canção é, portanto, um brinde revolucionário, um momento de exaltação e coragem coletiva, antes de partirem para a ação contra a tirania.
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Ernani, agora líder de um grupo de rebeldes, convoca os companheiros à luta.
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Os homens estão armados e prontos para agir, mas antes celebram com este canto vibrante — quase como um juramento festivo.
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A música parece alegre, mas há determinação política por trás: é a exaltação da liberdade e da resistência contra o poder real.
Letra (excerto com tradução):
Evviva! Beviamo!
L’audace cimento
raddoppia il cor!
Beviamo, corriamo
fra gloria e amor!
(Viva! Bebamos!
O combate audaz
duplica o valor!
Bebamos, corramos
entre glória e amor!.
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