Em 1864 Offenbach a 17 de Setembro estreia em Paris a sua ópera La Belle Helene em 3 actos com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy. É uma ópera bufa que parodia a história de Helena de Troia
Ela satiriza com muito humor e inteligência o mito grego do rapto de Helena por Páris, brincando com a sociedade francesa da época e suas hipocrisias.
🎭 Enredo e tom
A história coloca a lendária Helena de Esparta num contexto cómico e quase farsesco. Ela sonha com o amor ideal e o encontra em Páris — que aqui é um jovem sedutor e espirituoso — enquanto o marido Menelau é retratado como um tolo ridículo. O libreto, escrito por Henri Meilhac e Ludovic Halévy, dá ênfase à sátira social, zombando da alta sociedade do Segundo Império.
A música de Offenbach brilha em melodias irresistíveis, ritmos dançantes e um colorido orquestral leve, mas cheio de charme. Destaques incluem:
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a ária de Páris “Au mont Ida”,
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o famoso trio “Je veux me venger du ravisseur”,
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e o final espirituoso do segundo ato.
Assim como outras óperas-bufas de Offenbach (como Orphée aux Enfers), La Belle Hélène faz uma paródia da mitologia e da própria sociedade francesa da época — cheia de sarcasmo e ironia. O humor funciona em vários níveis: desde piadas visuais até o próprio jogo entre o sagrado (mitos heroicos) e o profano (traições conjugais, intrigas e deboche).
Esta foi uma das obras que consagrou Offenbach como o “rei da opereta” e um mestre da comédia musical francesa. Ela influenciou o teatro musical posterior e ainda é muito encenada por causa da sua música cativante e humor atemporal.
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