Em 1882 a 26 de Julho Richard Wagner estreia em Bayreuth a sua Ópera Parsival dirigida por Hermann Levi.
Aqui trago o Preludio pela The Philharmonia,dirigida poir Yuri Simonov
A ópera Parsifal é a última de Richard Wagner, estreada em 1882 em Bayreuth. É uma obra monumental, tanto pela música quanto pelo simbolismo. Eis alguns pontos centrais:
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Género: Wagner a chamou de Bühnenweihfestspiel (“festival cênico sacro de consagração”), diferenciando-a de suas outras óperas. Ele mesmo insistiu que fosse apresentada apenas em Bayreuth, como espécie de rito.
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Libreto: Baseado na lenda medieval do Graal e do “puro tolo” (der reine Tor), Parsifal, inspirado no poema de Wolfram von Eschenbach.
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Enredo:
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O enredo gira em torno da busca de Parsifal pela iluminação espiritual.
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O herói começa ingênuo e ignorante, mas por meio da compaixão e da experiência chega à revelação.
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Elementos centrais: o Santo Graal, a lança sagrada que feriu Cristo, o sofrimento de Amfortas (guardião do Graal), e a tentação de Kundry, figura complexa entre pecado e redenção.
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Música:
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Orquestração extremamente refinada, atmosférica, com leitmotivs que se entrelaçam e criam uma aura quase litúrgica.
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Destaque para a famosa Vorspiel (Prelúdio) e o Karfreitagszauber (“Encantamento da Sexta-Feira Santa”).
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Religiosidade: Diferente das óperas heroicas e mitológicas anteriores de Wagner, Parsifal mergulha em um misticismo cristão, ainda que reinterpretado com tons filosóficos e wagnerianos (redenção pelo sofrimento, pureza através da compaixão).
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Impacto cultural:
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A obra teve enorme ressonância na virada do século XIX para o XX, influenciando compositores como Debussy, Mahler, Strauss e até Schoenberg.
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Também foi cercada de polémicas pelo uso que certas correntes filosóficas e políticas fizeram de seus temas.
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Muitos a veem como o “testamento artístico” de Wagner: síntese de sua visão estética, filosófica e espiritual.
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