✨ O enredo
Passa-se em Paris, mas o centro emocional é uma pequena embaixada do imaginário país balcânico Pontevedro (um disfarce simpático do Montenegro real). A protagonista, Hanna Glawari, é a viúva de um banqueiro riquíssimo. Todo o enredo gira em torno de evitar que ela se case com um francês, o que arruinaria a economia de Pontevedro — o dinheiro “sairia do país”!
Para isso, o embaixador e seus cúmplices tentam fazê-la casar-se com o elegante Conde Danilo, seu antigo amor. O problema é que os dois são orgulhosos demais para confessar o que sentem. O resto é um jogo de vaidades, ciúmes, danças e mal-entendidos — até que o amor, entre riso e champagne, vence.
🎶 A música
Lehár tece uma partitura de puro charme. Os trechos mais célebres são:
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“Vilja-Lied” – a canção da ninfa Vilja, que Hanna canta com doçura melancólica, símbolo do amor perdido e idealizado.
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O dueto “Lippen schweigen” (“Os lábios calam-se”) – quando Danilo e Hanna finalmente dançam o célebre valsa da Viúva Alegre, e o amor fala sem palavras.
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O coro dos cavaleiros e o final do segundo ato, repletos de ritmo e brilho vienense.
💫 O tom e o legado
“A Viúva Alegre” é mais que uma comédia romântica: é o retrato de uma época em que a Europa dançava à beira de uma mudança profunda — pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Por baixo das valsas e champanhes, há uma certa nostalgia do mundo que vai desaparecer. Lehár, com sua orquestração refinada e melodias envolventes, faz-nos sentir tanto a leveza quanto o pressentimento dessa perda.
Diz-se que até Gustav Mahler, nada facilmente impressionável, saiu do teatro sorrindo após a estreia.
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