A ária “Cruda sorte! Amor tiranno!” é o número que Isabella canta logo que entra em cena, no Ato I da ópera L’Italiana in Algeri, de Rossini:
Isabella acaba de naufragar e se vê sozinha em solo argelino, separada do seu amado Lindoro. Ela reclama do seu destino cruel (“Cruda sorte!”), mas logo mostra que não vai desistir facilmente e que sabe muito bem como lidar com os homens. Essa alternância entre lamento e determinação dá um tom cómico e corajoso à personagem.
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É escrita para contralto ou mezzo-soprano, exigindo uma voz com belos graves, agilidade e muito temperamento.
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Rossini alterna uma introdução mais melancólica e expressiva com a cabaletta mais viva e cheia de coloraturas, que revela o lado astuto e cheio de energia da heroína.
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A orquestração, cheia de detalhes coloridos (madeiras, cordas pizzicato), dá apoio à agilidade vocal da intérprete.
✨ Por que é famosa?
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Apresenta perfeitamente a personalidade marcante de Isabella: uma mulher forte, espirituosa e cheia de recursos.
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Serve como uma carta de apresentação vocal e interpretativa para a cantora que a interpreta — a agilidade e o humor devem estar a todo momento presentes.
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É um ótimo exemplo do estilo bufo de Rossini, que sabe equilibrar virtuosismo vocal e comédia.
Cruda sorte! Amor tiranno!
Questo è il premio di mia fe’?
Non v’è orror, terror né affanno
pari a quel che provo in me.
Per te solo, o mio Lindoro,
io mi trovo in tal periglio.
Da chi spero, o Dio, consiglio?
Chi conforta il mio dolor?Cruel destino! Amor tirano!
Esse é o prêmio da minha fé?
Não há terror, medo nem dor
iguais ao que sinto em mim.
Somente por ti, ó meu Lindoro,
me encontro em tal perigo.
De quem espero, ó Deus, um conselho?
Quem conforta a minha dor?
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