Samuel Barber – Antony and Cleopatra (1966)
Libreto: Adaptado por Franco Zeffirelli a partir da tragédia de Shakespeare.
Estreia: 1966, abertura do novo Metropolitan Opera House, Lincoln Center, Nova Iorque.
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Contexto e ambição
Encomendada como a grande obra inaugural do novo Met, com cenários grandiosos, Zeffirelli a dirigir e a desenhar cenografia e figurinos, Leontyne Price no papel de Cleópatra — ou seja, tudo prometia.
Barber já era consagrado, conhecido por obras líricas, emotivas e refinadas (Adagio for Strings, Knoxville: Summer of 1915).
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Problemas na estreia
A produção foi... colossal demais. Palcos giratórios, trajes pesadíssimos, coroções, exércitos em cena. Tudo muito mais teatro do que música.
O libreto foi criticado por ser demasiado fiel ao texto de Shakespeare, tornando-se pesado e pouco cantável.
Resultado: apesar de momentos musicais belíssimos, a obra foi considerada um fracasso e desapareceu dos palcos por anos.
Reabilitação
Em 1975, Barber reviu a partitura, simplificou orquestrações e estrutura. A nova versão foi bem mais bem recebida.
Hoje em dia, há um certo culto em torno da ópera, que é reconhecida pela sua beleza orquestral e pelos momentos líricos intensos — especialmente nas árias de Cleópatra.
Música
A escrita vocal é exigente e luxuriante. Cleópatra tem algumas das passagens mais desafiadoras e poéticas da ópera americana do século XX.
A orquestração tem a marca de Barber: rica, colorida, sensual.
Destaca-se o final — a morte de Cleópatra — como um dos trechos mais tocantes.
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