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terça-feira, 8 de julho de 2025

Les Huguenots-Final

 

O trio final do Ato V de Les Huguenots é o ápice emocional e musical da ópera — uma das cenas mais sublimes da grand opéra francesa. É onde Meyerbeer concentra toda a tragédia, fé e humanidade dos protagonistas diante da violência implacável da história.

Contexto dramático

Estamos em plena Noite de São Bartolomeu (1572).
Os católicos estão a massacrar os huguenotes nas ruas de Paris.

No último ato:

  • Raoul (huguenote) descobre a conspiração e tenta salvar seus correligionários.

  • Valentine (católica) finalmente se une a Raoul por amor, desafiando o pai.

  • Marcel, o velho servo protestante, assume quase um papel de pastor e mártir.

Presos na igreja cercada por soldados católicos, os três estão sem escapatória.

O trio é muitas vezes chamado de:

“Jéhovah, Dieu puissant”
("Jeová, Deus poderoso" — trecho-chave do texto cantado)

É um trio de oração e resignação, onde os três protagonistas, conscientes da morte iminente, se reconciliam, se perdoam, se amam e entregam-se à fé.

  • Musicalmente, é de um lirismo intenso, com harmonias pungentes, orquestração contida e um uso quase coral das vozes.

  • As vozes se entrelaçam num clima de transcendência.

  • Marcel abençoa o casal, que finalmente se une... no momento da morte.

  • Os três são assassinados (fora de cena ou no momento final).

  • A música termina com um acorde sombrio, sem triunfalismo — apenas a dor serena da fé inabalável.



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