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domingo, 11 de maio de 2025

Electra-Final

O final da ópera Elektra de Richard Strauss é um dos mais intensos, brutais e delirantes de toda a história da ópera 

Após Orestes executar a vingança — mata Egisto e Clitemnestra, os assassinos de Agamemnon —, Elektra finalmente vê o seu propósito realizado. Mas em vez de alívio ou redenção, ela entra num estado de exaltação maníaca.

Ela canta, dança, gira, grita. Está possuída. Diz:

“Orest! Orest! Orest ist da!”
"Orestes! Orestes! Orestes está aqui!"

E mais adiante:

“Ich tanze, ich tanze...!”
"Eu danço, eu danço!"

Enquanto isso, Crisótemis, sua irmã mais "normal", a chama, tenta trazê-la de volta à realidade — mas é tarde demais.

Elektra começa uma dança frenética — um tipo de ritual extático. Essa dança não é mostrada literalmente no libreto como coreografia, mas sim como um símbolo da liberação e da destruição. A música acompanha esse surto com uma orquestração selvagem, pulsante, atonal e crescente.

No auge desse transe, Elektra colapsa e morre — exaurida, consumida pelo seu próprio ódio e desejo de vingança. O libretista Hofmannsthal escreveu esse final como uma espécie de agonia transcendental: Elektra morre, mas com a sensação de missão cumprida.

São de Crisótemis, que, aterrorizada, clama:

“Elektra! Schwester! / Elektra!”
“Elektra! Irmã! Elektra!”

Mas não há resposta.,

aqui cantam Elektra: Hildegarde Behrens

Chrysothemis: Deborah Voigt