O final da ópera Elektra de Richard Strauss é um dos mais intensos, brutais e delirantes de toda a história da ópera
Após Orestes executar a vingança — mata Egisto e Clitemnestra, os assassinos de Agamemnon —, Elektra finalmente vê o seu propósito realizado. Mas em vez de alívio ou redenção, ela entra num estado de exaltação maníaca.
Ela canta, dança, gira, grita. Está possuída. Diz:
“Orest! Orest! Orest ist da!”
"Orestes! Orestes! Orestes está aqui!"
E mais adiante:
“Ich tanze, ich tanze...!”
"Eu danço, eu danço!"
Enquanto isso, Crisótemis, sua irmã mais "normal", a chama, tenta trazê-la de volta à realidade — mas é tarde demais.
Elektra começa uma dança frenética — um tipo de ritual extático. Essa dança não é mostrada literalmente no libreto como coreografia, mas sim como um símbolo da liberação e da destruição. A música acompanha esse surto com uma orquestração selvagem, pulsante, atonal e crescente.
No auge desse transe, Elektra colapsa e morre — exaurida, consumida pelo seu próprio ódio e desejo de vingança. O libretista Hofmannsthal escreveu esse final como uma espécie de agonia transcendental: Elektra morre, mas com a sensação de missão cumprida.
São de Crisótemis, que, aterrorizada, clama:
“Elektra! Schwester! / Elektra!”
“Elektra! Irmã! Elektra!”
Mas não há resposta.,
aqui cantam Elektra: Hildegarde Behrens
Chrysothemis: Deborah Voigt